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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

CAPÍTULO 149 - ÚLTIMOS CAPÍTULOS

CENA 1: Laura percebe que Mateus está prestes a correr e o detém.
-Mateus, ficou maluco? Se correr vai ser pior! - repreende Laura.
Os três rapidamente conseguem chegar em segurança ao apartamento. Todos estão ofegantes e Haroldo se preocupa com Laura.
-Tá legal, amor? A pressão tá ok? - pergunta Haroldo.
-De saúde eu tou legal, mas tou é cagada de medo, isso sim! Que situação bem tensa... - fala Laura.
-Gente... dessa vez não tem dúvida... a gente pode até não ter visto a cara do sujeito, mas isso só pode ser coisa do Guilherme! - afirma Mateus.
-Tem razão, Mateus. E eu vou ligar pro Valentim agora mesmo porque essa situação simplesmente não pode ficar desse jeito! - fala Laura.
Laura disca para Valentim, que atende prontamente.
-Que surpresa você me ligar, Laura... tudo bem com você?
-Comigo tudo bem... por enquanto. Nós acabamos de chegar em casa e temos certeza de que fomos seguidos.
-Como é que é essa história?
-Isso mesmo, Valentim... e tem mais uma coisa.
-O que?
-A gente pensa que pode ter sido o Guilherme a nos seguir. Eu sei que você disse que provavelmente ele estaria fora do país, mas acho que ele voltou... ou nunca realmente esteve no exterior depois da fuga.
-Primeiramente, você e os rapazes devem se tranquilizar. Não é novidade para mim ou para Mara que ele possa estar de volta. Já suspeitávamos disso e agora suspeito mais ainda. De qualquer maneira, é importante que vocês saibam manter a calma acima de tudo. Não é hora de desespero.
-Como que a gente vai manter a calma? Eu estou grávida, ainda por cima!
-Já estamos providenciando proteção à paisana para qualquer potencial alvo dele. Não se preocupem.
-Sendo assim, só resta confiar...
-Se for ele que estiver de volta, logo ele vai ser pego. É questão de dias.
-Confio nisso... de qualquer forma, desculpe por ligar para falar sobre isso.
-Nunca deixe de comunicar nada, Laura... é melhor assim.
-Tá certo. Preciso desligar agora.
CORTA A CENA.

CENA 2: Raquel chama Valentim.
-Eu ouvi a conversa de vocês ao telefone. Desculpe a intromissão, mas acho que posso ajudar.
-Como, Raquel?
-Nada me tira da cabeça que a Suzanne só não deu no pé desse país por causa do Guilherme. As palavras que ela me disse não saem da minha cabeça.
-Quais palavras? Você chegou a me dizer ou eu esqueci?
-Devo ter dito por cima, Valentim... mas digo outra vez: ela disse que tinha que evitar que acontecesse uma tragédia antes de ir embora de vez.
-Tou começando a entender... então você acha que ela pode estar tentando impedir o Guilherme de fazer besteira.
-Eu sei que isso pode parecer loucura, mas talvez a Suzanne esteja sendo movida por algum instinto de proteção tardia ao Cláudio.
-Não é tão loucura assim. Ela tem traços sociopáticos, mas não acredito que seja uma psicopata. É perfeitamente possível essa sua teoria.
-O duro vai ser provar, Valentim...
-É para isso mesmo que estou dando o meu jeito de averiguar o que posso por conta própria.
-Ainda que isso seja arriscado demais, é a saída mais rápida. Se esse doente estiver de volta, meu neto pode estar correndo risco e eu nem quero pensar nessa possibilidade...
-É, mas se ele estiver realmente aqui no Rio, é bom que isso seja confirmado logo. Não posso perder tempo tateando no escuro, preciso saber por onde estou indo...
CORTA A CENA.

CENA 3: Marion acompanha Ivan no Jogadores Anônimos.
-É... agora eu acredito que você tá disposto a mudar de vida de uma vez por todas.
-Sempre quis acabar com isso, Marion... só que eu achei que conseguia sozinho. Infelizmente resta a mim reconhecer que eu sou um viciado...
-Verdade. Reconhecer é o primeiro grande passo. Só assim você vai poder ser ajudar, se ajudando.
-Tenho medo de fraquejar de novo, amor...
-Agora você vai conhecer outras histórias... vai encontrar um apoio que eu não soube te dar. Você vai conseguir, Ivan... eu tenho certeza que você vai.
-Mas e se eu não perder a vontade de apostar?
-A gente trabalha isso junto... se quiser que eu entre com você na reunião, eu entro.
-Não, amor... já é de grande ajuda você ter vindo comigo.
-Mas eu estou aqui, te esperando, assim que você entrar por aquela porta.
-Tou com medo, Marion...
-Não precisa mais ter medo, Ivan... a gente começou a reagir, juntos. Não tem como dar errado.
-Fico com medo porque... cê sabe, foram mais de trinta anos viciado. Não sei se é fácil assim pra me livrar.
-Você vai ter que aprender a se ajudar, meu amor... é o único jeito.
-Bem... acho que tá dando a hora de eu entrar.
-Vai lá, querido. Eu te espero aqui fora.
-Te amo, Marion... sempre.
-Eu também te amo. Vai na fé que vai dar certo.
CORTA A CENA.

CENA 4: Márcio desabafa com Marcelo sobre Suzanne.
-Eu não sei como eu pude me deixar envolver por uma pessoa tão cruel com meus sentimentos, filho. Ainda dói que a Suzanne tenha se recusado a me dizer se um dia me amou de verdade...
-Olha, pai... só por isso que ela te disse, acho que dá pra gente ter uma ideia da resposta que ela não deu.
-É meio óbvio que ela nunca me amou, não é?
-Infelizmente é, pai. Não tem como você fugir disso, nem tentar se enganar acreditando que a resposta pudesse ser outra.
-Dói, meu filho... isso dói demais no meu peito.
-Eu sei que machuca, pai. Mas você não merece sofrer por uma pessoa má como ela...
-Não acredito que ela seja má, Marcelo...
-Que? Depois de tudo o que você passou por causa dela? Pelo amor de Deus, pai! Até cadeia você enfrentou por causa de crimes que ela cometeu! Por culpa dela você passou mais de vinte anos sem saber que o Cláudio era o filho de vocês que ela fez questão de abandonar enquanto te ameaçava. Isso não é ser má? Poxa vida, pai! Os fatos ao longo dos anos falam por si!
-Eu conheço o outro lado dela, meu filho... eu sei o que estou dizendo. Por trás dessa casca dela existe um coração.
-Desculpa, pai... mas acho que você só enxerga isso porque quer. Porque ainda tem alguma esperança que em algum momento vocês fiquem juntos outra vez.
-Não... definitivamente, por mais que eu a ame, eu jamais vou querer ter alguma coisa com ela outra vez. Mas eu sinto que no fundo ela sempre foi aquela garota assustada, que matou o próprio pai por se sentir traída.
-Ela poderia ter se tratado, se tivesse procurado ajuda. Mas ela escolheu ser ruim. Ela escolheu matar meu avô... assim como ela escolheu abandonar o Cláudio e te envolver nas manipulações dela. Desculpa, pai... mas não consigo ver uma pessoa que fez tudo isso e muito mais como uma pessoa boa. Não consigo mesmo...
CORTA A CENA.

CENA 5: Mara se preocupa com planos de Valentim e tenta alertar.
-Eu sei que é importante tentar descobrir o que a Suzanne esconde, Valentim... mas você sabe que é ilegal isso.
-Você consegue ver uma alternativa mais viável do que grampear o telefone dela?
-Não... eu sei que é o caminho mais fácil. Mas você sabe que sem amparo judicial, quem pode acabar se complicando nisso é você.
-É um risco necessário e não é a primeira nem a décima vez que recorro a isso. Não entendo essa sua preocupação agora.
-Minha preocupação é porque você já foi penalizado antes, Valentim. Se essa investigação não der em nada, vai acabar sobrando pra você. Não se trata de somente sair com as mãos abanando, mas sim de que você pode acabar sendo expulso. Você não quer isso, quer?
-Minha querida, se você tiver uma opção melhor que o grampo, me avise. Mas se não tiver, desculpe: é um risco que preciso correr. Só não posso deixar as coisas como estão com a possibilidade de fazer vista grossa pra algo realmente perigoso.
-Sendo assim... nem tenho mais o que argumentar com você... nada do que eu te disser vai fazer você mudar de ideia.
-Desculpa, meu amor... mas não vou mesmo mudar de ideia.
-Nesse caso resta apenas torcer pra que esse caso seja resolvido de uma vez e que você consiga provar alguma coisa.
-Você vai ver, Mara... as suspeitas vão se confirmar.
-É a minha esperança... minha única esperança, para ser bem franca.
-Confia em mim, Mara... eu sei o que estou fazendo.
-Espero realmente que saiba...
CORTA A CENA.

CENA 6: Cláudio está de saída do teatro e conversa com Procópio.
-Eu sei que não devia te questionar, mas...
-Nem comece, Cláudio... você sabe que pode questionar o que quiser. Do que se trata?
-Então, Procópio... é que eu não fiquei sabendo nada ainda sobre a divulgação do meu monólogo...
-Ah, era só isso? Eu mandei imprimir uns folhetos... flyers, como vocês chamam. Devem chegar amanhã...
-Mas vai ser só isso?
-Claro que não. Quando estiver faltando pouquíssimo pra estreia, eu mando divulgar nos jornais. Você sabe que é isso que acaba chamando mais público.
-Mas precisa ser assim, tão em cima da hora?
-Vai por mim, querido... se for com muita antecedência, as pessoas acabam perdendo a data.
-Memória curta... faz sentido.
-Exatamente, Cláudio... a maioria das pessoas acaba lembrando das coisas por um período curto de tempo. Se for pra chamar bastante público, é melhor que seja bastante em cima da hora.
-Se você diz, eu confio. Mas confesso que fico com medo.
-De novo, isso? Ah, Cláudio... o que eu faço contigo, hein?
-Eu sei que não devia, Procópio... mas bate esse medo de que tudo acabe sendo um fracasso retumbante... ou que eu acabe sendo criticado negativamente pela minha atuação.
-Relaxa... se for pra ser assim, a gente só vai saber depois da estreia.
CORTA A CENA.

CENA 7: Vicente se reúne com o autor de novelas Leandro César Martins e mostra antigo roteiro escrito por Valquíria.
-Bem... eu sei que tem erros gramaticais, mas gostei muito desse roteiro escrito pela mãe da Marion...
-Vicente, esse roteiro é realmente brilhante! Tem todo o potencial dramatúrgico... claro, vai precisar de ajustes, mas a ideia da dona Valquíria é sensacional.
-Sério mesmo que você gostou?
-Não gostei... eu adorei! Se ela me der a permissão, eu posso adaptar esse roteiro futuramente...
-Claro que ela vai aceitar... mas é melhor que você converse diretamente com ela sobre isso.
-Sim... não vou apenas conversar com ela como nós vamos desenvolver tudo juntos, afinal de contas é ela quem criou os personagens, é ela que, melhor que ninguém, sabe da essência de cada um.
-Com certeza. Mas pra quando seria tudo isso?
-Bem, você deve saber melhor que eu que tudo isso ainda pode ser bem demorado, pois vamos precisar escrever bastante antes e ainda tem algumas limitações técnicas...
-Nada que não possa ser resolvido com mais patrocinadores, afinal de contas, já tenho três.
-Exatamente. É uma questão de tempo. Quando for viável, nós realizamos com tudo o que tiver direito.
CORTA A CENA.

CENA 8: Horas depois, Cláudio adormece ao lado de Bruno, que já dorme. Novamente sonha com a data de estreia de seu monólogo.
Na tela, aparece a plateia aplaudindo Cláudio, que se surpreende pelo teatro lotado e tenta reconhecer algum rosto na plateia, porém, não há ninguém que ele conheça. Ainda assim, fica extremamente satisfeito pelo sucesso.
Ao final da peça, Cláudio está vestindo suas roupas de costume quando sente um cheiro de fumaça.
-Não acredito que a Mara deixou o bolo passar do ponto mais uma vez... - fala Cláudio, indo até a cozinha e vendo que não tem nada no fogão. Estranhando, resolve andar pelo teatro e se depara com o teatro em chamas. Desesperado, Cláudio percebe que o público da peça tenta fugir, mas as portas estão fechadas.
-Alguém chame os bombeiros!
Cláudio acorda desesperado e assusta Bruno.
FIM DO CAPÍTULO 149.

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