CENA 1: Raquel, num impulso
genuíno, abraça Cláudio, que a princípio fica sem reação, mas
termina por cair num choro sentido.
-Me desculpa, dona Raquel...
ou vó... nem sei como te chamar. Desculpa eu não ter vindo te ver
antes. Eu quis te conhecer, mas tive medo.
-Eu vou pegar um copo de água
pra vocês dois... - fala Márcio, indo à cozinha.
-Senta aqui, Cláudio. - fala
Raquel.
-Eu nem sei por onde começar,
dona Raquel.
-Me chama de vó, por favor...
eu vou amar que você me chame assim.
-Eu vou tentar, vó... mas é
como eu disse... eu nem sei como me explicar. Eu podia ter vindo te
procurar desde que eu soube de toda a verdade, mas foi tanta coisa...
não tive muito tempo de pensar em tudo.
-Sei disso, meu querido.
Esqueceu que sou da polícia? Estou completamente por dentro de tudo
o que andou acontecendo e do medo que você viveu depois da fuga do
Guilherme, não bastasse tudo o que ele já tinha aprontado com você.
-Nem fale... pensar que eu
quase casei com meu pior inimigo... tudo isso é maluco demais. Essa
vida, cheia de surpresas. Até um ano atrás eu pensava que não
tinha família... agora eu tenho um irmão, um pai e uma avó...
Márcio alcança os copos de
água aos dois e começa a falar.
-Eu que fico surpreso ainda
com tudo isso. Te procurei por uma vida inteira, meu filho... - fala
Márcio.
-E eu só soube que sou avó
tem pouco tempo. Suzanne escondeu de mim a gravidez debaixo do meu
nariz. Não deixou nem que seu pai me contasse tudo. Enquanto ela
conseguiu dificultar nossa vida, ela dificultou... - desabafa Raquel.
-Mas apesar de tudo isso a
gente tá aqui. E eu quero te amar, vó. Você merece isso... nenhum
de nós tem culpa do que aconteceu. A única culpada é aquela mulher
que me colocou nesse mundo, mais ninguém... - fala Cláudio.
-Agora é hora de focar nas
coisas boas que a gente tem aqui. Uma vida inteira pela frente, vamos
poder ser uma família... do nosso jeito, claro, mas ainda assim uma
família... - fala Márcio.
-Eu realmente sinto muito por
não ter vindo aqui te ver antes, vó... não estava nos meus planos
que eu fosse demorar tanto pra te ver. - desculpa-se Cláudio.
-Chega disso, meu neto... eu
já disse que te entendo. Não me faltam motivos pra te compreender.
Deixa eu te apertar mais um pouco! - fala Raquel, abraçando Cláudio.
-Você parece demais com o seu
pai. Da Suzanne, só tem mesmo os olhos... - continua Raquel.
-Bem que eu podia não ter
nada que lembrasse ela... - fala Cláudio.
-Não fala assim, querido.
Apesar de ser a pessoa que ela é, ela continua sendo sua mãe.
-Desculpe, mas não tenho como
reconhecer essa sujeita como minha mãe. Eu sei que você, como mãe
dela, tem seus motivos para esperar que um dia eu me dê bem com ela,
só que isso não vai acontecer. Está além das minhas forças,
muito além do que eu sou capaz de tolerar. - desabafa Cláudio.
-Longe de mim querer isso, meu
querido. Não é porque ela é minha filha que eu vou defender. Ela
cometeu erros e crimes demais... matou o próprio pai porque se
sentiu traída por ele, por causa da existência da Riva. Mas hoje eu
compreendo que isso foi um trauma pra ela, que até então ela
acreditava que todo mundo só dizia a verdade... - fala Raquel.
-Pelo menos isso eu puxei
dela. E agradeço aos céus por não ter me corrompido. - fala
Cláudio.
-Chega de falar do passado.
Você quer ficar pro jantar? Eu não sou a melhor cozinheira do
mundo, mas faço um bolinho de espinafre imbatível! - fala Raquel.
-Quero sim. Você fica também,
não fica, pai? - pergunta Cláudio.
-Claro que sim. O carro é
seu, esqueceu desse pequeno detalhe? Minha habilitação até vencida
tá... - fala Márcio.
Os três seguem conversando
animadamente. CORTA A CENA.
CENA 2: Na manhã do dia
seguinte, um burburinho se cria na frente da mansão dos Bittencourt
e Marion vai conferir o que está acontecendo. Ao abrir a porta, se
depara com Fernanda Rios e demais ex-colegas de emissora.
-Gente, que surpresa ver vocês
aqui, mas... o que levou vocês a procurarem a gente tão cedo? -
questiona Marion, confusa.
-Nós viemos conversar com o
Vicente a respeito do projeto maravilhoso que é a Fermata Visual. Na
verdade, nós nos demitimos ontem da emissora e estamos querendo
entrar nesse projeto, trabalhar com vocês. - fala Fernanda Rios.
-Gente do céu! Venham comigo
até os estúdios que eu chamo o Vicente pra conversar com vocês num
instante! - fala Marion.
Poucos instantes depois,
Vicente recebe os atores.
-Olá, pessoal. A Marion
acabou de me contar sobre essa decisão de vocês e eu sinceramente
nem sei o que dizer a cada um de vocês. Nós estamos engatinhando em
todo esse processo de fazer a Fermata Visual acontecer. Não temos
dinheiro para pagar vocês, ainda. Falta resolver uma série de
questões, embora eu já tenha o CNPJ da empresa... eu agradeço
muito pela vontade de vocês trabalharem com a gente, mas preciso
deixar claro que nesse momento não tem como haver remuneração. Não
enquanto a gente não acertar tudo corretamente com as leis
trabalhistas. Então, como eu sei que nem relógio trabalha de graça,
vou compreender se vocês não quiserem participar das nossas futuras
produções. - explica Vicente.
-Não penso em desistir de
entrar nesse desafio. - fala um ator.
-Muito menos eu... - fala
outro ator.
-Bem, eu acho a ideia
maravilhosa, mas tou precisando de dinheiro pra bancar minha vida,
então cês me deem licença que eu vou procurar a concorrência
tradicional... - fala outro ator, deixando o estúdio.
-Acho que de todo mundo, só
mesmo o Eduardo Manetta parece estar preocupado com dinheiro... mais
alguém quer desistir por esse motivo? Não? Ótimo... segue o baile.
- fala Fernanda Rios.
-Queridos, eu fico lisonjeado
com essa atitude de vocês, mas o Eduardo Manetta está certo em
querer se sustentar da própria arte. Por mais que eu seja rico, não
tenho como pagar o salário que vocês merecem nesse momento. Vocês
tem certeza que querem mesmo trabalhar na Fermata Visual? Vocês
iriam direto pra geladeira, porque a gente só tem a série do Rafael
sendo produzida nesse momento... - fala Vicente.
-A arte é maior que a
ganância, Vicente. Não sei quanto a todo mundo aqui, mas eu falo
por mim: desde sempre meu amor maior foi a arte de atuar. Seja num
teatro minúsculo ou numa produtora de fundo de quintal. Aliás, a
Fermata Visual está com uma estrutura de emissora tradicional, então
não tem nada de produtora de fundo de quintal. Eu aceito trabalhar
de graça sim, senão como é que essa empresa vai crescer? - fala
Fernanda Rios.
-Então vamos combinar o
seguinte: pra ninguém sair perdendo, vocês que ficaram, podem ser
meus sócios. Investirem nessa empreitada. Penso em fazer alguns
testes de elenco nos próximos dias... o de vocês é por protocolo,
porque já fazem parte da Fermata Visual. Sugiro que a gente divulgue
esses testes de elenco. - fala Vicente.
Todos seguem falando sobre o
futuro de Fermata Visual. CORTA A CENA.
CENA 3: DOIS DIAS DEPOIS.
Chega o dia do casamento de
Victor e Diogo e Victor desperta Diogo com café da manhã na cama.
-Mas que milagre é esse de te
ver em pé antes das oito da manhã? E me servindo café na cama?
Não, não... vou até olhar pra ver se não tá caindo meteoro lá
fora e se não é o apocalipse... - brinca Diogo.
-Bobo. Quis te fazer um
agrado, já que mal dormi essa noite.
-Também tou ansioso, amor...
afinal de contas, é o dia do nosso casamento.
-É, mas pelo menos você
conseguiu dormir numa boa. Já eu... foi bater o primeiro raio de sol
na minha cara e pronto... ferrou.
-Aliás... será que chove
hoje? O sol tá ficando tão tímido entre as nuvens...
-Espero que não chova. E se
chover, que seja uma daquelas chuvas rápidas, porque tudo o que não
pode acontecer é cair o mundo no dia do nosso casamento.
-Mas se cair, paciência. A
gente vai casar hoje de qualquer maneira.
-Ai, eu não consigo parar de
pensar nisso. Daqui algumas horas, a lei vai nos reconhecer. Isso é
doido, sabe?
-Eu sei. Sabe do que eu
lembro? De um primo meu... era gay também. Mas viveu numa época que
homossexualidade chegava a ser considerada doença. E ainda tinha o
resto de repressão da ditadura. A vida nos guetos, se escondendo de
todos, a sensação de estar na clandestinidade... uma vez, numa
boate da galeria Alaska, ele conheceu o amor da vida dele. Chamava
Maurício o namorado do meu primo, que se chamava Valério. Ficaram
juntos por dezessete anos, acredita? Mas a lei nunca reconheceu os
dois. Meu primo faleceu por conta de uma leucemia que ele já tinha
tido antes, mas que retornou mais agressiva. Valério tinha uma
condição financeira invejável e chegou a escrever um testamento
deixando mais da metade dos seus bens para o Maurício... só que
pela falta de leis que pudessem assegurar os direitos do Maurício,
mal ele enviuvou e os meus tios reivindicaram o testamento do meu
primo. Disseram que aquilo não era certo e que a lei não dava
direito nenhum ao Maurício. O coitado do Maurício acabou entrando
numa depressão profunda e desistiu de viver. Da última vez que eu
soube dele, ele tava sendo cuidado pela mãe, ainda viva... mas hoje
nem sei se ainda está vivo.
-Que triste, tudo isso... se
as leis antes fossem como as leis que conseguimos ter a nosso favor
com muita luta, talvez o desfecho dessa história pudesse ser menos
triste...
-Verdade, amor... mas chega de
falar dessas coisas. Hoje a gente casa e a gente tem que lembrar das
coisas boas!
CORTA A CENA.
CENA 4: Eva e Renata recebem,
na ONG, as primeiras mulheres a serem abrigadas no local.
-Bem, como vocês devem saber,
somos Renata e Eva. Se não quiserem falar agora com a gente sobre os
motivos que levaram vocês a buscar abrigo aqui conosco, não é
preciso dizer. Mesmo assim, quero deixar claro que não somente nós,
mas também a delegacia da mulher, estamos à disposição de vocês,
pro que for preciso. - fala Renata.
-Vocês não se importam se a
gente não quiser falar agora? Nós somos irmãs e fugimos de casa.
Mas não se preocupem, somos maiores de idade... - fala uma das
mulheres.
-Não há motivo para
preocupação. Mesmo que vocês fossem menores de idade, nós temos o
amparo da lei par abrigar qualquer mulher ou homem trans que esteja
vivendo em situação de vulnerabilidade e precise de um abrigo
provisório enquanto maiores providências não são tomadas... -
fala Eva.
-Venham com a gente, por
favor. Nós vamos mostrar onde vocês vão poder dormir. Se estiverem
precisando comer, basta irem à dispensa que tem todo tipo de comida
lá para que vocês possam preparar. Se não souberem cozinhar ou
mesmo se não gostarem de cozinhar, também deixamos alguns alimentos
congelados na geladeira aqui. Se alguma coisa faltar, basta nos
avisar. Nós duas viemos aqui todos os dias, então só nos chamem em
caso de alguma urgência um pouco maior. - fala Renata.
Renata e Eva mostram o local
para as duas mulheres. CORTA A CENA.
CENA 5: Algumas horas depois,
Bruno sai do banho e flagra Cláudio ainda desarrumado a ler um
livro.
-Amor, você viu que horas
são?
-Vi sim. Uma e meia da tarde.
O que é que tem?
-O que é que tem? Você tá
realmente fazendo essa pergunta a sério? Você lembra que dia é
hoje?
-Claro que lembro, amor... dia
do casamento do Diogo com o Victor. Agora, não tou entendendo essa
sua cara de quem tá indo tirar seu Setembrino da forca...
-Você lembra que hora está
marcado o casamento?
-Sim... é daqui quatro horas,
ainda. Não entendi você se arrumando com toda essa antecedência.
Quer chegar antes dos noivos no cartório?
-Não. Mas você viu como está
se armando o tempo lá fora?
-E daí? O que é uma chuva?
-Você vive em que mundo,
Cláudio? Isso aqui é Rio de Janeiro!
-Sim, mas o que é que tem?
-Você, melhor que ninguém,
sabe como essa cidade pode virar um caos se chover demais.
-Ai, viado, “seje menas”,
tá? Se chover, a gente vê. Agora me diz uma coisa: do que vai
adiantar a gente chegar no cartório antes do Victor e do Diogo, que
são os noivos? Percebe como isso nem faz sentido?
-É... olhando por esse
lado... mas não custa você já ir pro seu banho, não custa? Afinal
de contas você tem cabelo comprido e sempre deixa secando ao
natural.
-Ai, gosto assim. Detesto
secador.
-Então vai pro banho, amor!
Se chover, vai demorar ainda mais pro seu cabelo secar!
CORTA A CENA.
CENA 6: Uma forte tempestade
cai na cidade e Victor se preocupa.
-Olha isso, Diogo... o que eu
tinha medo que acontecesse tá acontecendo... o mundo desabando sobre
as nossas cabeças no dia no nosso casamento...
-Calma, amor. É só uma
tempestade. Ainda faltam algumas horas pra gente sair pro cartório.
Vamos torcer pra essa chuva acabar logo...
-Torcer e rezar, né! Imagina
as pessoas que vivem nas favelas que ficam nos morros, como não
devem estar apavoradas com essa aguaceira toda...
-Nem me fala. Já perdi uma
grande amiga minha numa dessas tragédias que envolviam deslizamentos
de terra...
-Ai, nem é bom falar numa
coisa dessas. Essa chuva tem que parar logo, já tou ficando
nervoso...
-Esse nervosismo não vai
resolver de nada. Independente de qualquer coisa, a gente vai casar
hoje. Qualquer coisa, se a gente notar que essa chuva não vai dar
trégua, a gente sai mais cedo daqui e tá tudo resolvido.
-Só você pra me acalmar numa
hora dessas.
-A gente tem outra opção a
não ser aceitar as condições que se apresentam e tentamos nos
adaptar a cada uma delas? Claro que quero que essa chuva pare de uma
vez, mas se ela não parar, a gente não vai ter tanto problema
assim, eu prometo. A gente marcou nosso casamento pra hoje e é hoje
que a gente casa, com ou sem tromba d'água.
-E os meninos, será que não
vão enfrentar dificuldades de chegar no cartório com essa aguaceira
toda se ela não parar?
-Ah, acho que não. Cláudio é
bom motorista, deve saber como se virar em dia de chuva.
-Não sei como ele consegue.
Só de pensar em dirigir em dia de chuva eu fico todo me tremendo.
-Vem cá, Victor... me dá um
abraço. Procura se acalmar, sério... vai dar tudo certo pra gente
hoje.
CORTA A CENA.
CENA 7: Laura desabafa com
Haroldo e Mateus.
-Eu fico muito preocupada com
o nosso futuro, amores... de verdade. - fala Laura.
-Isso eu também fico. Afinal
de contas, nossa peça, por mais que esteja sendo um êxito de
crítica, perdeu muito espaço e oportunidade por conta do
conservadorismo assustador dessa sociedade hipócrita. - fala
Haroldo.
-Boa colocação, amor... mas
eu acho que não é bem sobre isso que a Laura tá querendo
desabafar... - observa Mateus.
-E você tá certíssimo,
Mateus... minha preocupação é com nosso filho. Sobre como as
coisas vão ser pra ele depois que ele nascer... - continua Laura.
-Ué, mas essa questão já
ficou bem resolvida, não? Eu que sou o pai, registro e... o Mateus
fica de padrinho, não? - fala Haroldo.
-Ai, Haroldo, você tá mais
lerdo que o Cláudio hoje, socorro! Você ainda não pegou o que a
Laura quis dizer... - fala Mateus.
-O meu medo é que ele acabe
sofrendo preconceito. Não logo depois dele nascer, mas quando ele
for pra escolinha, pra creche... essas coisas. Querendo ou não, é
impossível que as pessoas não saibam que ele é nosso filho e nossa
vida deixou de ser privada a partir do momento que nos tornamos
pessoas conhecidas. O meu medo é que ele, sendo uma vida inocente,
acabe pagando o preço da ignorância e do preconceito alheios... -
desabafa Laura.
-Amor... o que vai ser do
nosso futuro é algo que a gente nem tem como saber agora. Não vai
ser bom a gente deixar de viver o momento presente se preocupando com
um futuro incerto. O que a gente tem aqui é bonito, nos dá paz,
tranquilidade e principalmente muito amor... - opina Haroldo.
-Verdade... nós nos amamos.
Não é o que importa? Eu compreendo a preocupação com o nosso
bebê, mas a gente precisa estar firme e forte. Hoje, amanhã e
sempre. É em nós que essa criança vai se espelhar. - fala Mateus.
Mateus e Haroldo afagam e
tranquilizam Laura. CORTA A CENA.
CENA 8: A forte chuva que se
abateu sobre a cidade para e Cláudio fica aliviado.
-Até que enfim. Pensei que
essa chuva não ia parar mais...
-Mas a gente ia sair de
qualquer jeito, não ia? Já tá na hora da gente ir pro cartório...
-Eu sei, Bruno, mas você
também sabe que detesto guarda chuva.
-Nisso concordamos. Já
desisti de ter guarda chuva... sempre perdia no ônibus, no
escritório, em qualquer lugar longe de casa...
-Bem, já que essa chuva
inconveniente já acabou, acho melhor a gente ir agilizando.
-Só espera eu ir escovar os
dentes? No meio dessa coisa toda eu me esqueci.
-Francamente, Bruno: você
ficou me apressando esse tempo todo e se esqueceu do básico? Te
catar...
Cláudio espera
impacientemente até Bruno voltar. Poucos instantes depois, Bruno
retorna.
-Tudo em cima? Não esqueceu
da carteira de identidade?
-Agora tá tudo certinho. E
você, não esqueceu de nada?
-Até parece que você não me
conhece, Bruno... tá pra nascer pessoa mais precavida que eu.
-E convencida também...
Os dois riem.
-Tá... melhor a gente ir
tirando o carro da garagem antes que a gente realmente acabe se
atrasando pro casamento do Diogo com o Victor.
Os dois partem. CORTA A CENA.
CENA 9: Três atrizes aparecem
nos estúdios da Fermata Visual e Vicente as recebe.
-Muito bem, queridas... o
negócio vai ser o seguinte: cada uma de vocês vai ter dez minutos
para gravar o teste em vídeo. O texto já está decorado? - fala
Vicente.
-Sim! - respondem as três
atrizes.
-Ótimo, meninas. - fala
Vicente.
-Mas tenho uma dúvida... -
fala uma das atrizes.
-Pode perguntar à vontade...
- fala Vicente.
-É que a gente tá realmente
interessada nesse projeto todo, mas eu queria saber sobre prazos,
sobre as novas produções. Sabe o que é? Até hoje fui atriz de
teatro somente... vai ser minha primeira experiência com o vídeo e
eu não sei se me sinto completamente segura em relação a isso. -
desabafa a atriz.
-Não se preocupe, Rafaela...
é esse seu nome, não é? - fala Vicente.
-Isso... - responde a atriz.
-Não se preocupe em relação
a isso. Como você pode perceber, nossas produções ainda estão bem
no comecinho e tempo é algo que vai sobrar ainda pra que a gente
coloque novas produções no ar, caso você ou vocês três passem no
teste. Então pode se tranquilizar que temos muito a nosso favor.
Alguém tem mais alguma dúvida?
As três atrizes fazem sinal
de negativo com a cabeça.
-Ótimo, então. Eu vou dar
mais uma meia horinha pra vocês terminarem de repassar o texto e
volto depois pra iniciar o teste com cada uma de vocês. Até lá, se
vocês quiserem um cafézinho ou um lanche, é só ir na máquina
logo ali. Boa sorte, meninas. - fala Vicente.
CORTA A CENA.
CENA 10: Cláudio e Bruno
enfrentam um pequeno engarrafamento a caminho do cartório.
-Só o que faltava. Faltam
vinte minutos pra estourar nosso horário e a gente pega o trânsito
nessas condições, ainda por cima... - lamenta Cláudio.
Bruno está com uma expressão
preocupada. Cláudio percebe.
-O que foi, amor? Faz uns dez
minutos que você tá com essa cara...
-Cláudio... olha aquele carro
atrás da gente, pelo retrovisor.
-O que é que tem? É só um
carro de vidros escurecidos. Mas não vou denunciar essa infração...
-Acontece que faz pelo menos
dez minutos que esse carro tá atrás da gente, antes do
engarrafamento. Não sei quem é que tá dentro desse carro porque
não dá pra ver, mas...
-Você acha que estamos sendo
seguidos?
-Eu não acho, Cláudio... eu
tenho certeza.
-Ai, meu Deus... será que é
o Guilherme?
Cláudio se apavora.
FIM DO CAPÍTULO 139.
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