CENA 1: Rafael e Marcelo se
assustam com afirmação de Cláudio.
-Bem, acho melhor nós três
conversarmos a sós. Que história é essa de você pensar que nosso
pai vai morrer justo agora que ele tá convivendo com a gente? -
pergunta Marcelo.
-Sabe o que é? Eu ouvi uma
parte da conversa da dona velha com ele em que eles falavam algo
sobre uma escolha vital a ser feita. Algo que ele teria que decidir
rápido porque alguém correria risco em algum momento. Pelo que
entendi, era um de nós, mano... - fala Cláudio.
-Peraí... em algum momento
foi dita a palavra filho? - pergunta Rafael.
-Sim. Foi o pai que disse. Mas
a dona velha não confirmou. Disse que vidas correriam risco.
-Ah, mano... para de alimentar
esses pensamentos paranoicos, então! Qualquer um pode correr riscos
a qualquer momento nessa vida. Basta a gente estar vivo pra isso... -
contemporiza Marcelo.
-Mesmo assim o que eu ouvi da
conversa foi suficiente pra me deixar bastante preocupado. - fala
Cláudio.
-Olha, cunhado... na boa? Você
nem tinha que ter ido ouvir a conversa dos outros. Se o seu pai
preferiu conversar reservadamente com a dona velha, ele fez isso por
algum motivo e provavelmente não queria ninguém ouvindo nada.
Ninguém perturbando, entende? - fala Rafael.
-Sou obrigado a dar razão ao
Rafa, mano... assim, não leva o que a gente tá te dizendo a mal
porque eu não tou com paciência pra aturar um piti seu por pouca
bosta... mas pensa com a gente: qual é o sentido de ouvir uma
conversa particular? Ele pode ser nosso pai, mas sinceramente, você
foi bem invasivo com ele. O papo era entre ele e a dona velha. Se
algum dos dois quisesse que você soubesse de qualquer coisa, teriam
te chamado pra conversa, não acha? - fala Marcelo.
-Ai, gente... eu sei que não
fiz certo, mas vocês não acham no mínimo preocupante esse lance
que foi falado sobre pessoas correrem risco? E se tiver alguma coisa
com aquele doido do Guilherme? - fala Cláudio.
-Na boa, chega de falar desse
cara. Não faz bem pra nenhum de nós lembrar dele. Muito menos pra
você, que quase se casou com o sujeito que praticamente destruiu sua
vida e por muito pouco não conseguiu terminar o serviço. Esquece
isso, cunhado... sério. - fala Rafael.
-Mais uma vez, vou ter que dar
razão pro Rafa... pensa com a gente, Cláudio: vai adiantar de
alguma coisa ficar nessa aflição? Tentando adivinhar o futuro a
troco de nada? A vida é agora e agora a vida tá sendo maravilhosa
com a gente. Você vai casar com o Bruno cedo ou tarde e antes disso
vocês vão ser as testemunhas do casamento do Diogo com o Victor.
Além disso, tem a recuperação maravilhosa da dona Vânia a ser
comemorada, porque melhor sogra nesse mundo você não haveria de
encontrar. - fala Marcelo.
-Vocês tem razão,
queridos... melhor tirar essas minhocas da minha cabeça, né? - fala
Cláudio.
-Óbvio. - finaliza Marcelo.
Cláudio volta para onde
Bruno, Vânia e Setembrino estão. Rafael nota que Marcelo permanece
preocupado.
-Ih, não vai dizer que você
entrou na pilha de nervos do Cláudio...
-Ai, Rafa... tou tentando não
entrar. Mas você sabe que eu sempre fui meio sensitivo, não sabe?
-Tá, mas será que você não
se deixou sugestionar pelo que o seu irmão falou?
-Eu espero que tenha sido
isso. Porque se não for... eu nem sei o que pensar.
-Por que, amor?
-Deu um aperto aqui no peito.
Uma sensação esquisita... não sei definir sinceramente se é boa
ou ruim... mas foi meio sufocante por alguns instantes. Sabe aqueles
momentos que a gente sente que estão arrancando um pedaço da gente?
Foi mais ou menos isso...
-Devem ter arrancado o seu
apetite, isso sim. Desde que a dona velha apareceu aqui você não
comeu nada. O que você deve estar sentindo é fome, isso sim.
-Bobo... antes fosse. Não é
isso... eu senti uma pontinha de medo de perder meu pai justo agora
que eu posso dizer com orgulho que tenho um pai nessa vida.
-Será que você não ficou
assim justamente por causa do que o Cláudio disse? Talvez a simples
menção da ideia de ficar sem um pai depois de se afeiçoar a esse
pai possa ter te causado essa sensação... e não há nada de
sobrenatural nisso... são reações normais de quem se depara com a
ideia de perder um ente querido, nem que seja num vago pensamento...
-Eu realmente espero que você
esteja certo, amor... mas quer saber? Tenho mais é que parar com
esses pensamentos intrusos, mesmo. Onde já se viu eu pregar que
devemos viver o agora e não conseguir isso por mim mesmo?
-Ai, até que enfim, viado!
Nem precisei dizer pra você acordar pro óbvio. Vamos comer alguma
coisa que eu tou quase desmaiando de fome...
CORTA A CENA.
CENA 2: No dia seguinte,
Valentim conversa com Mara enquanto eles se preparam para mais um dia
de trabalho.
-Tem uma coisa que não sai da
minha cabeça, Mara...
-Se estiver atiçando o seu
faro de investigador e coçando na sua mente, trate de falar.
-Eu tou achando estranho esse
sumiço repentino do Guilherme. Faz dias que ele não se manifesta
com ninguém.
-Até aí não temos uma
novidade concreta, meu querido... sabemos que as ações dele são
por vezes imprevisíveis. Você sabe disso melhor que eu.
-Acontece que dessa vez esse
silêncio não estava nas minhas expectativas.
-Entendo, mas na posição que
nós estamos, não vivemos de criar expectativas, mas sim de lidar
com fatos concretos. Ou as coisas são, ou não são.
-Sim, eu sei disso, Mara.
-Então por que tá
estranhando esse sumiço dele?
-Porque aquele pedido de
socorro do Guilherme foi genuíno, apesar de tudo.
-Você mesmo admite que por
mais genuíno que tenha sido, ele provavelmente fez isso pra
despistar. Não entendo sua surpresa com esse silêncio... eu
esperava por isso. Talvez esse seja o momento de concentrar nossas
buscas pelo paradeiro dele.
-Se minhas suspeitas estiverem
corretas, não vai dar em nada.
-Posso saber então quais são
essas suspeitas?
-De que ele tenha fugido do
país.
-Como? Você tá maluco,
Valentim? Ele é procurado pela polícia do Brasil inteiro, seria
preso assim que tentasse deixar o país... a não ser que...
-Que ele tenha descolado uma
identidade falsa, não te parece óbvio?
-Sim, mas com que dinheiro que
ele ia conseguir isso?
-Com alguém que tenha bancado
essa fuga, talvez por motivos pessoais.
-Tá começando a fazer
sentido. É mesmo possível que ele tenha fugido com uma identidade
falsa.
-Tou falando, Mara... esse
silêncio, a essa altura do campeonato, é qualquer coisa, menos
normal.
-Verdade. Mas fica a pergunta:
quem estaria bancando essa fuga dele, caso tenha acontecido?
-Gente que é devedora dele
não falta nesse mundo. O que mais tem é gente com o rabo preso com
a facção.
-Faz todo sentido. Mesmo
depois do fim da facção, é natural que muita gente pague caro para
que tudo seja mantido no mais absoluto sigilo. Pode inclusive ser que
tenha gente graúda por trás dessa fuga, se ela realmente aconteceu:
podem ser políticos, gente de elite...
-Exatamente. O desafio vai ser
primeiro a gente descobrir se ele realmente fugiu do país e então
ir atrás de quem bancou tudo isso. Porque ele só pode ter fugido
com documentação falsa...
-E uma documentação falsa,
pra passar sem levantar suspeitas num aeroporto, precisa no mínimo
ter muito dinheiro envolvido.
-Exatamente.
Os dois seguem conversando.
CORTA A CENA.
CENA 3: Raquel, que se prepara
para sair, percebe que Márcio está apreensivo.
-O que tá te afligindo, meu
querido? Posso ver estampada a preocupação nas rugas da sua
testa...
-Ah, mãezinha... eu ando
pensando em tanta coisa ultimamente... nem sei se vale a pena te
dizer.
-Você sabe que pode sempre
confiar em mim, não sabe? Você é o filho que eu nunca tive, nunca
esqueça disso. Conta comigo, não precisa poupar palavras.
-Ando preocupado, mesmo. E não
é pouco...
-Tem a ver com o que aquela
tal de dona velha disse ontem a você?
-Não... ela não me disse
nada que eu já não pudesse supor. Aliás... você lembra um pouco
ela, só que mais jovem.
-Enfim... coincidências da
vida. Mas o que te preocupa tanto, meu filho?
-A Suzanne, de novo.
-De novo mesmo! Sério, você
não tinha que se preocupar com nada que viesse de quem te fez sofrer
tanto.
-É que me dói no coração
saber que nunca conheci quem é ela de verdade.
-Ninguém conheceu, Márcio.
Nem eu que pari a Suzanne, soube conhecer quem é ela de verdade. Ela
se esconde, se fecha em si mesma, se veste com as próprias mentiras
e talvez até acredite em algumas delas.
-É isso que me assusta... é
isso que me dá medo, dona Raquel. A gente não sabe do que ela é
capaz para sustentar essas mentiras...
-Sabendo ou não, é uma
tremenda perda de tempo, energia e vida ficar com medo do que ela
possa fazer. O grande passo pra se libertar da influência dela você
já deu. Agora é aprender a ressignificar sua vida sem a presença
dela. Vai dar certo, confie nisso.
-Queria ter essa mesma
certeza...
-Ela vai chegar. Eu preciso ir
agora, mas qualquer coisa, grita. Te amo.
Raquel deixa a casa e parte ao
trabalho. CORTA A CENA.
CENA 4: Ao sair do banho,
Rafael percebe que Marcelo está preocupado.
-Ai não, amor... não vai me
dizer que você tá com aquela coisa toda martelando na sua cabeça
outra vez.
-E tou mesmo, Rafa... nem uma
noite de sono bem dormida resolveu. Certas coisas não param de me
buzinar os pensamentos.
-Você não devia estar assim,
vai por mim. Não tem nada de ruim acontecendo, tá tudo no seu
devido lugar. É até uma perda de tempo pensar nessas coisas, você
precisa relaxar.
-Acontece que a gente não
pode ignorar o fato de que aquela dona velha sabe tudo da vida de
todos nós. Conhece o passado de cada um de nós feito a palma da sua
própria mão. Isso faz com que não tenhamos como ignorar qualquer
coisa que ela tinha dito sobre nossos futuros. Tá entendendo agora
porque eu tenho motivos concretos pra ficar no mínimo aflito com as
previsões que ela fez?
-Entender eu entendo, mas você
sabe que seu irmão às vezes distorce as coisas de uma maneira bem
dramática, né? E nem preciso mencionar aquele piti sem precedentes
que ele deu quando a gente tava lá em Melbourne aquela vez...
-Isso é verdade. Desde que eu
conheço o Cláudio ele tem essa tendência a ser a vítima do mundo
e fazer tempestade em copo d'água. Isso quando não resolve pegar
alguém aleatório pra Judas do momento...
-Tá vendo? Se você sabe de
tudo isso, convenhamos que não é a coisa mais lógica do mundo dar
ouvido a tudo o que ele diz, por mais que ele seja seu irmão.
-Mas ainda assim, amor... vai
que a dona velha realmente tenha deixado nas entrelinhas que o pai
vai ter que escolher pela vida de alguém? E se a dona velha se
referia ao fato de que nosso pai pode ter de escolher entre a própria
vida? Já parou pra pensar nisso? Quero nem pensar no que isso
significa, sinceramente. Dá um nó aqui...
-Então chegamos à parte que
eu queria, finalmente: você percebeu a sua contradição?
-Contradição? Onde?
-Ai, meu edy! Você acabou de
se contradizer quando disse que não queria mais pensar nisso, mas
faz o oposto do que diz. Você precisa se decidir em relação às
coisas que você próprio tá pensando sobre tudo isso...
-Ok, você venceu. Preciso me
distrair um pouco e tirar essas coisas da cabeça.
-Eu tenho uma ideia...
-Por que será que eu tenho
certeza que é algo tipicamente escorpiano? Ah, deixa eu ver... deve
ser porque eu sou um também!
-Não é difícil me ler, né?
-Nem um pouco...
Os dois se amam. CORTA A CENA.
CENA 5: Horas depois, Vicente
chama Rafael para conferir os estúdios já prontos da produtora.
-Vicente, como é que pode uma
coisa dessas? Tudo isso acontecendo debaixo do nosso nariz nessa
velocidade alucinante! Já dá até pra imaginar gravações
acontecendo aqui.
-É sobre isso mesmo que eu
tava querendo falar com você, Rafael. Estou comprando os
equipamentos profissionais já. Em uma semana ou menos já vamos
poder realizar as primeiras gravações aqui. E eu quero que o nosso
primeiro projeto seja o seu roteiro. Tem potencial pra virar algo
bom...
-Ai, não sei, cara... fico
inseguro ainda.
-Não devia.
-Ai, tá! Vocês não se
cansam de me estimular, então o jeito é me jogar nessa coisa toda,
mesmo.
-Demorou, viado!
-Rapaz, me respeite! A senhora
é hetera, tem que pedir permissão pra falar nossa língua! - brinca
Rafael.
Os dois riem.
-Vai ser no mínimo
interessante tudo isso. Mesmo que nosso projeto não alcance tudo o
que a gente tem almejado.
-É uma questão de tempo. Com
toda essa qualidade, cedo ou tarde a coisa deslancha.
CORTA A CENA.
CENA 6: Cláudio e Bruno
confidenciam a Vânia e Setembrino que planejam se casar no próximo
mês.
-Então é isso, mãe... eu e
o Cláudio pretendemos nos casar no mês que vem. Assim que tudo se
assentar da devida maneira. - fala Bruno.
-Sim... a gente tá só
esperando o Bruno recuperar totalmente, sermos testemunhas do Victor
e do Diogo e já irmos agilizando a papelada pro nosso próprio
casamento. - fala Cláudio.
-Sei... presumo que vocês
queiram nossa ajuda, não é isso? - fala Vânia.
-Exatamente. Claro que não é
nada pra agora, afinal a gente ainda vai ter tempo de pensar em tudo
direitinho. Falta a gente falar com a Marion sobre usarmos o salão
de festas. - fala Bruno.
-Muito boa essa ideia, filho!
Aquele salão é grande e vai dar espaço pra vocês receberem todos
os seus amigos. - constata Setembrino.
-Daí a gente tava pensando
que vocês podiam ajudar. Você, dona Vânia, com ideias para
decoração e você, seu Setembrino, ajudaria no repertório que eu
sei que você é ótimo com isso e profundo conhecedor de música, de
todas as épocas e inclusive das atuais. - fala Cláudio.
-E ele é mesmo, viu?
Ultimamente ele anda empolgado com a Fleur East, nunca vi! Se
deixasse, ele passava ouvindo o tempo todo. E é excelente pra festa,
mesmo! Mas também é interessante pensar naqueles temas românticos
clássicos, afinal de contas a ocasião pede, por mais que todo mundo
termine bêbado no fim da festa. - fala Vânia.
Os quatro seguem conversando.
CORTA A CENA.
CENA 7: Raquel liga para
Suzanne.
-Nossa, que milagre você me
ligando, mãe! Vou até checar aqui na janela pra ver se não tá
chovendo canivete! Vish, ainda não começou. Será que a chuva vai
ser de meteoritos? Chuva ácida? Ai meu Deus!
-Você não se cansa de ser
irônica, garota?
-Nem um pouco. Um pouquinho de
ironia no café da manhã é delicioso. Você devia experimentar.
Dizem as boas línguas que emagrece.
-Você me dá nojo.
-Então por que me ligou,
posso saber?
-Intuição de mãe. Alguma
coisa me diz que você tem alguma ligação com o sumiço do
Guilherme.
-Nossa, você é paga pra ser
paranoica, agora? Acho que você devia se tratar com o Valentim, isso
sim. Onde já se viu uma coisa dessas... agora a minha própria mãe
fica ligando pra falar besteira... ai, ai...
-Dispenso seus conselhos,
Suzanne. Me diga: você já esteve envolvida com alguma morte
ordenada pelo Guilherme?
-Não, sério... agora você
já foi longe demais. Já disse que nunca trabalhei pra facção e
nunca matei ninguém. Não sei porque você fica nessa insistência
chata. Já deu o que tinha que dar.
-Menos o seu pai, né. Esse
daí você soube matar direitinho.
-Não toque nesse assunto
comigo de novo, dona Raquel. Você não sabe o que eu passei.
-Saberia se você tivesse
confiado em mim, mas fazer o que. Olha aqui, Suzanne... eu estou
muito mais perto do que você imagina de comprovar que você ainda se
comunica com o Guilherme.
-Você está jogando um verde,
pra ver se colhe maduro. Conheço suas artimanhas, mãe. Só que
dessa vez você tá jogando um verde que nunca vai amadurecer.
-Veremos...
-Chega dessa conversa sem pé
nem cabeça. Tchau.
Suzanne desliga, preocupada.
CORTA A CENA.
CENA 8: Laura lê comentários
na internet e se assusta com o ódio de alguns conservadores.
-Ai gente, eu li cada coisa
horrível nos comentários dos nossos vídeos... preferia não ter
lido nada daquilo... - desabafa Laura.
-Nem devia ter lido... sabia
que não ia dar em boa coisa... - lamenta Haroldo.
-Ai, amores... só sei que
fiquei com medo... esses conservadores só tem ódio no coração. Um
ódio gratuito, sem razão. Desconhecem o amor... já não bastava
aquela cena absurda que a gente viveu lá em São Paulo? Dá medo
sentir a força dessa onda de ódio... - fala Laura.
-Quando eu digo, vocês acham
que tou exagerando. Taí a prova. Essa gente assusta pra caramba... -
desabafa Mateus.
-Mas agora não é momento de
alimentar esse medo na Laura, por favor, né Mateus! - fala Haroldo.
-Ai, meu grelo! Será que
vocês podem parar de achar que eu não posso saber das coisas? -
reclama Laura.
-Mas a gente não quer que
você fique assim, assustada. Nós te amamos muito, Laura. Não
queremos ver essa guerreira que você sempre foi se entregando ao
medo... - continua Mateus.
-Eu vou superar esse medo,
meus queridos. Só que eu fico indignada, inconformada com tanto ódio
gratuito! Dói saber que tanta gente nesse mundo simplesmente
desaprendeu a amar... - fala Laura.
-Tem gente nesse mundo que
sequer aprendeu a amar, amor. Tem gente que não colocou o potencial
de amar pra funcionar nunca... é triste, mas é preciso reconhecer
isso... - fala Haroldo.
-Sabe, meninos... eu tava
pensando que a gente poderia, quem sabe, gravar um vídeo falando
sobre o amor. Assim, puro e simples, universal como ele é. Sem
relacionar ao que vivemos, sem relacionar a qualquer relacionamento
carnal. Nesse mundo que a gente tem vivido nesses últimos tempos,
falar de amor se tornou fundamental. E eu quero encontrar uma maneira
de trazer algo de positivo através dessa experiência toda de ver
tanto ódio sendo espalhado por aí dessa maneira estúpida. -
continua Laura.
-Excelente ideia! A gente pode
começar a pensar nisso já, inclusive... - fala Haroldo.
CENA 9: Valentim vai à mansão
dos Bittencourt e é recebido por Riva.
-Oi, Valentim. Tá precisando
falar com a gente sobre aqueles ensandecidos do outro dia?
-Não, Riva... na verdade eu
vim conversar com Cláudio sobre um assunto que é do interesse dele.
-Ah, sem problema. Você quer
que eu chame o Cláudio?
-Sim, por favor.
-Fica aqui na sala que ele já
vem, tá?
Riva vai até Cláudio, que
está assistindo um filme com Bruno.
-Desculpa interromper o filme
de vocês, mas o Valentim tá aqui e pedindo pra ter uma conversa com
você, Cláudio. - fala Riva.
-Comigo? Ai meu Deus... tomara
que não seja o que tou pensando... - assusta-se Cláudio.
FIM DO CAPÍTULO 133.
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