disqus

sexta-feira, 27 de maio de 2016

CAPÍTULO 11

CENA 1: Cláudio sente medo de Rodrigo, pela primeira vez. Ao mesmo tempo, as palavras de Rodrigo ecoam em sua mente. Rodrigo anda de um lado para o outro dentro da cozinha, enquanto Cláudio permanece no chão, trêmulo e assustado. Rodrigo olha para Cláudio, caído. Tenta desviar o olhar, mas há muita fragilidade em Cláudio naquele momento.
-Porra! Viu o que me fez fazer? – fala Rodrigo, calmamente.
Cláudio para de chorar. Mas não responde absolutamente nada. Está sentado com o corpo jogado para o lado, encarando fixamente os próprios pés, enquanto seus membros estavam completamente inertes.
-Levanta, vai. Me desculpa – fala Rodrigo, se aproximando.
-Me deixe sozinho, Rodrigo. Por favor.
-Não. Não vou te deixar.
Rodrigo pega Cláudio pelo tronco, o reergue e o abraça. Cláudio treme.
-Vai ficar tudo bem. Só não foi uma boa hora. Peguei pesado, eu sei. Mas prometo que nunca mais vou fazer isso, tudo bem?
-Rodrigo, eu acho melhor pararmos...
Cláudio é interrompido por Rodrigo.
-Só quero que olhe nos meus olhos. Eu prometo que nunca mais farei isso. Você confia em mim?
Cláudio assente com a cabeça e abraça o namorado. Rodrigo prossegue.
-Não quero que tenha medo de mim. Quero que confie no meu amor. Jamais quis te magoar.
Depois de alguns instantes abraçados, Rodrigo prossegue.
-Olha só, amor, vou precisar sair amanhã. É uma pequena viagem. Depois de amanhã eu devo voltar.
Cláudio novamente desconfia.
-Para onde vai? O que vai fazer?
Rodrigo solta Cláudio e caminha até a cozinha para pegar um copo de água.
-O pessoal do trabalho vai fazer uma confraternização numa fazenda. Precisam de mim. Você se importa se... – Rodrigo é interrompido pelo namorado.
-É claro que adoraria ir junto! – Cláudio sente o atrevimento berrar em seu âmago. Rodrigo enrubesce.
-Amor, eu vou de carona. Não tenho certeza se há espaço pra você no carro. Mas seria maravilhoso se fosse.
-Ah, você vai dar um jeito, eu sei. Confio no meu namorado.
Cláudio pisca e vai ao banheiro, controlando um riso quase espontâneo.
Rodrigo grita da cozinha:
-É... vou ligar pro pessoal. Tomara que dê certo, não é?
Rodrigo olha para os lados, claramente aflito. CORTA A CENA.

CENA 2: Suzanne ainda está na mansão dos Bittencourt dando dicas de etiqueta para Riva com o auxílio de Marion. De repente, o telefone da casa toca e Marion atende.
-Alô?
Marion faz uma expressão de que está com raiva e procura disfarçar isso diante de todos.
-Não, minha senhora. Esse mês não vamos fazer doações para sua instituição... - fala Marion, disfarçando.
Marion coloca a mão no bocal do telefone sem fio.
-Queridos, eu já volto. Vou resolver uma situação com uma instituição que eu ajudo rapidinho aqui.
Todos seguem na sala e Marion sobe furiosa com o telefone até seu quarto.
-Olha aqui, dona Valquíria: eu já disse mil vezes pra você não ligar, não me procurar, fingir que eu morri!
-Mas minha filha, eu sinto sua falta...
-Não me chame de filha! Eu não tenho mãe! Tá precisando de mais dinheiro pra ficar quieta, é? Poxa vida! E eu achando que estava me livrando de você quando paguei a sua casa em Niterói...
-Você sabe que eu me arrependo de tudo que fiz a vocês...
-Sei? Não sei de nada. Que garantia eu tenho que a senhora realmente se arrependeu? Nenhuma. Ficou de olho é na vida boa que eu podia te oferecer por ter me casado com o Ivan. Pelo visto você já sabe que a Riva tá rica, né? Agora me responde uma coisa: por que você nunca procurou a sua neta nesses anos todos?
-E quem disse que eu não procurei, Marion? Eu senti falta de vocês...
-Não minta, dona Valquíria. Você nunca procurou a Riva. Nunca!
-Você está supondo que não procurei. Claro que procurei!
-Mentira! Sabe por que? Porque Riva me contou que nunca mais soube de nada de você. Sabia que ela tá morando aqui agora? Já deve estar sabendo pelo jornal ou pela TV. Só te digo uma coisa: suma das nossas vidas! Se você se aproximar de nós, eu digo que você é louca e você vai sair de mentirosa da história.
-Mas e se a Riva quiser falar comigo?
-Duvido muito. Só se ela for muito boba. Vou te avisar pela última vez: não nos procure. Pra todo mundo, você morreu. E eu vou te manter morta pra minha família.
-Mas também é minha família, filha!
-Agora eu sou sua filha, né? Esquece de mim, esquece da gente.
-Mas eu queria ver meus netos e meu bisneto...
-Eu mando foto deles.
Marion desliga, transtornada. CORTA A CENA.

CENA 3: Cláudio não consegue dormir, enquanto Rodrigo dorme profundamente. No pensamento de Cláudio, ecoam as lembranças da violência de Rodrigo. Cláudio continua inquieto e anda pela casa. De volta ao quarto, resolve revirar as gavetas de seu roupeiro em busca das memórias de seu passado. Ao abrir uma das gavetas, encontra uma caixa que nunca viu antes.
-Estranho... nunca vi essa caixa antes...
Cláudio tenta descobrir o que há dentro da caixa, mas vê que ela tem um cadeado.
-Só o que me faltava. Ainda por cima cadeada. Mas, espera aí... se isso aqui não é meu... só pode ser do Rodrigo!
Cláudio vasculha discretamente os pertences de Rodrigo e encontra seu molho de chaves. Nesse molho, há uma chave pequena que ele presume ser a chave do cadeado da caixa misteriosa. Tenta abrir o cadeado, mas acaba deixando cair sapatos do roupeiro e o barulho faz Rodrigo se mexer. Sem saída, Cláudio esconde rapidamente o molho de chaves na calça e fecha a gaveta com a caixa dentro. Rodrigo senta na cama, ainda grogue de sono.
-O que cê tá mexendo no roupeiro, amor?
-Nada não, amor... tava procurando umas fotos antigas pra olhar. Tou sem sono.
Rodrigo vira-se para o lado e rapidamente dorme. Cláudio vai à cozinha, pensativo. Prepara um café.
-Não vou conseguir dormir mesmo, então dane-se... não tenho aula amanhã de qualquer jeito.
Cláudio percebe que está ainda com o molho de chaves de Rodrigo no bolso da sua calça e cuidadosamente retira a pequena chave do molho. CORTA A CENA.

CENA 4: Mateus e Laura estão se preparando para dormir, quando o celular de Mateus toca.
-Isso são horas de alguém te ligar? - protesta Laura.
-De repente é o diretor da novela pra me passar alguma orientação. Já volto, amor.
Laura estranha o fato de Mateus se retirar do quarto para atender o celular. Mateus vai até a sala e Laura o segue sem que ele veja.
-Fala, cara! (…) Já disse que andei corrido esses dias, vê se me entende, poxa! (…) Pra você é fácil falar, né? Cê acha que é fácil passar o dia todo gravando pra novela e ainda assim encontrar tempo pra confabular o que eu vou fazer depois? Francamente, cara! Não sei porque você não toma a frente disso de uma vez, tou ficando de saco cheio das suas ordens! (…) O que? Trunfo? Que merda de trunfo cê acha que tem? Olha aqui, seu bosta: eu me garanto, tá entendendo? (…) Isso é uma ameaça? (…) Sei. Acho bom que não seja mesmo, ou você acha que eu não tenho como te ferrar também? Experimenta me expor pra ver como eu revido! Mas vou dizendo que não vale a pena arriscar (…) Ué, mas não é exatamente isso que você pretende? Não, cara... se vira! Dá seu jeito, isso não é da minha alçada (…) Daí já é pedir demais, né! Cê acha mesmo que eu vou ter estrutura pra forçar amizade com o pato? Até parece que você não conhece meus motivos pra me manter afastado daquele cara (…) Iiiih, nem vem! Eu e você estamos no mesmo barco. E não me venha falar de consideração que eu não tinha bola de cristal pra adivinhar que você também... (…) Tá, tá certo. Mas foi você que estragou tudo, pensando que eu devia adivinhar. Devia me agradecer por eu ainda topar essa loucura (…) Sério, cara: não repete de novo isso. Cê acha que eu não tou careca de saber que tou na sua mão? Outra coisa: vê se me liga numa hora melhor, cê viu que horas são? (…) Ok, amanhã a gente combina o que fazer depois, mas vê se para de ficar feito um carrapato grudado em mim, valeu? Vai dormir, cara!
Mateus desliga o telefone e vai à cozinha, tomar um copo de água. Laura aproveita que Mateus não a viu no corredor e retorna ao quarto. Mateus volta logo em seguida. Laura se faz de desentendida.
-Quem era, amor?
-Bem do jeito que eu disse, Lau: era o diretor, me passando orientações sobre como devo decorar o texto.
Laura finge acreditar.
-Bem, eu vou dormir, estou exausta.
-Boa noite, amor.
Laura vira-se para o lado e fica pensativa.
-Será que eu entendi tudo errado? - pensa consigo mesma. CORTA A CENA.

CENA 5: Eva está novamente na casa de Renata para passar a noite com a namorada.
-Sabe, Eva... eu não vou dizer que não te entendo. Mas entender que a mídia exige uma imagem “ideal” para quem quer se lançar à fama, não significa concordar.
-E você acha que eu concordo, Renata? Claro que não. Só que se eu não tenho forças pra lutar contra o “inimigo”, só me resta eu me juntar ao “inimigo”.
-Você não tá sendo conformista demais e aceitando muito fácil tudo isso? Olha, eu entendo que você quer ser reconhecida como atriz, mas será que vale a pena sacrificar nós duas nisso?
-Não estou sacrificando nós duas.
-Como que não, Eva? Você me esconde. Você se esconde de todo mundo que não faça parte da companhia de teatro ou do nosso grupo de amigos. Você me nega praticamente todos os dias e não está nos sacrificando?
-Pra você é fácil falar. Você sempre foi toda idealista, cheia dessas ideias de “podemos nos rebelar”. Não, Renata, eu não posso. Infelizmente eu não posso. Pra você é fácil exigir tudo isso de mim porque você não corre o risco de perder nada.
Renata se ofende.
-Cê tá de brincadeira, né? Minha mãe me expulsou de casa, proibiu meu pai de falar comigo e ele tem que falar escondido comigo e eu não perdi nada, né? Nadinha! Isso sem falar que a cada dia eu sinto que tou te perdendo cada vez mais. Não seja egoísta!
-Não quis dizer desse jeito, Renata... me desculpa.
-Mas disse. Sabe de uma coisa? Você não valoriza a sorte que tem. Seus pais são os melhores do mundo e você é incapaz de ver isso. Eu nem conheci minha família biológica e ainda fui expulsa pela minha mãe adotiva do único lugar que me lembrava a infância de alguma maneira.
Renata começa a chorar e Eva a abraça. CORTA A CENA.

CENA 6: O dia amanhece. Laura está acordada tomando café da manhã, quando Mateus aparece, recém acordado.
-Bom dia, amor!
-Bom dia, Mateus... hoje a gravação não começa só depois do meio dia?
-Sim, Lau... mas o diretor anda cheio de preocupações e pedindo pra gente ensaiar várias vezes antes de gravar, porque parece que ele não anda com muita paciência pra regravar as partes que não ficaram como ele queria.
-Ué, mas ele sempre foi super de boa... o que deu nele?
-Fim de semana chegando, né? De repente ele conheceu uma pessoa nova, quer se liberar cedo, sabe como são esses diretores cheios de manias...
Laura se irrita com o comentário de Mateus.
-Não, Mateus, eu não sei. Como é que você pode supor sobre a vida das pessoas, fazer fofoca velada? Isso é feio...
-Não foi minha intenção, amor. Mas sabe como é, sempre rola um burburinho.
-E você sempre dá um jeito de estar no meio desses burburinhos. Só não reclama quando vierem fazer fofoca de você.
-Ai, credo! Parece que tá me rogando praga!
-Não, amor... nada disso... só acho que você precisa focar mais no seu trabalho, nas coisas que realmente interessam, em vez de gastar tempo, energia e latim falando sobre a vida dos outros. Isso pra mim é fofoca barata...
-Eita, Laura! O que foi que te deu pra vir com quatro pedras pra cima de mim hoje?
-Mateus, eu não estou com quatro pedras pra cima de você. Só não gosto de papo furado, fofoca, essas coisas.
-Tá, já entendi o recado. Vou tentar maneirar. Agora me dá licença que vou tomar uma chuveirada e já já tenho de ir pros estúdios, parece que o diretor nos quer lá às 9, hoje.
-Tudo bem...
Mateus dá um selinho em Laura, que segue tomando o café da manhã. Aproveitando que Mateus não está ali, Laura pega o celular e liga para Rafael.
-Oi, Rafa... te acordei?
-Não, Laura... me acordo cedo quase sempre. Cê tá precisando de alguma coisa?
-Precisando não é a palavra... na real eu queria saber se você vai com muita antecedência pros estúdios antes de começar a gravar hoje.
-Não... o diretor não me pediu nada.
-Estranho, Mateus me disse que o diretor pediu isso a ele...
Rafael procura contemporizar.
-Talvez o diretor tenha chamado alguns coadjuvantes pra repassar as marcações antes de gravar. Ele já fez isso antes.
-Ele faz isso com frequência, Rafa?
-Raramente. Geralmente é quando os coadjuvantes estão com dificuldades de pegar a essência do texto. Mas acho estranho porque o Mateus é um dos mais elogiados pelo diretor. Talvez os autores da novela tenham escrito alguma cena que exige mais preparo dele, não sei mesmo...
-Tudo bem, querido. É que eu achei estranho o diretor ligar ontem quase de madrugada pro Mateus...
-Tranquilo. Agora vou precisar desligar, tou decorando texto aqui...
-Beleza. Beijo, Rafa.
Laura desliga e permanece intrigada. CORTA A CENA.

CENA 7: Rafael e Marcelo estão aproveitando a manhã livre juntos, ouvindo discos.
-Marcelo, fiquei intrigado com um lance que aconteceu mais cedo.
-Olha, Rafa, se for pra falar daquele purgante que atende por Suzanne, melhor deixar pra lá porque eu quero que essa manhã seja boa...
-Não, amor... na real a Laura me ligou. Sabe quem ela é, né? Amiga da companhia de teatro.
-Sei sim, ela é amiga do meu melhor amigo. O que tem ela?
-Disse ela que o diretor da novela ligou quase de madrugada pro Mateus, pedindo pra ele estar nos estúdios hoje muito antes das gravações começarem.
-Sim, mas o que tem?
-Acho que ela anda desconfiada do namorado. Confesso que às vezes o Mateus parece esconder coisas. Outra coisa que eu não disse pra Lau, pra não deixar ela mais desconfiada ainda, é que o diretor, mesmo tendo nossos contatos, nunca liga para nenhum dos atores fora do horário de trabalho. Nunquinha mesmo.
-Iiih... isso não tá me cheirando bem. Se eu fosse você, ficava de olho bem aberto pra esse Mateus. Não gosto da cara dele desde que a novela começou.
-É que o personagem dele é insuportável de tão mimado. Não confunda as coisas, Marcelo...
-Não... é a pessoa dele, mesmo. Me passa algo estranho.
-Melhor a gente voltar a ouvir música do que ficar falando sobre isso...
Os dois seguem ouvindo música. CORTA A CENA.

CENA 8: Rodrigo e Cláudio estão tomando café da manhã quando um carro buzina.
-Eles chegaram, Claudinho. Vou perguntar a eles se tem espaço pra você ir junto, no carro.
Rodrigo desce apressadamente. Cláudio tenta ir junto.
-Não, amor... espera aqui.
-Mas o que tem eu ir conhecer seus colegas?
-Nada demais, mas prefiro conversar com eles sem você por perto, senão eles podem pensar que você está forçando a barra pra ir junto, sacou?
-Beleza...
Cláudio retorna pra casa, desconfiado. Acaba lembrando que confiscou a pequena chave, mas antes de ir ao quarto, acaba se lembrando de quando tentou deixar Rodrigo pela primeira vez – assim que descobriu a traição – e foi surpreendido pelo namorado no parque da cidade, com flores, música ao vivo e uma – segundo Cláudio – profana declaração de amor. No fim das contas, decidiram ficar juntos. Mas aquela traição ainda era o pesadelo dele. Não conseguia admitir que aceitasse aquilo. Que aceitasse um “monstro” ao seu lado.
Rodrigo volta ao quarto antes de Cláudio abrir o roupeiro para verificar a caixa.
–Meu amor... Eu tentei. Realmente não há mais espaço no carro em que vamos. – diz Rodrigo, fingindo emoção. Cláudio levanta-se disfarçando incômodo.
–Poxa, Rodrigo. Você nem ao menos tentou dar um jeito?
Rodrigo se aproxima do namorado.
–Mas é claro que tentei! Tentei de todas as formas. Usei todas as minhas técnicas persuasivas, mas realmente não tem como te levar.
Cláudio baixa o olhar, com uma tristeza forçada.
-Querido, tudo bem. Então eu não vou mais. Não quero que fique triste. – fala Rodrigo.
–Não, meu amor. Isso é importante pra você. Vá. Eu vou ficar sozinho, mas vou ficar bem.
Rodrigo suspeita que Cláudio esteja tramando algo.
–Não, Cláudio. Eu vou ficar. Está bem? Decidido. Ponto final.
Cláudio fica inquieto.
–Rodrigo, eu tou falando sério. Pode ir.
–Mas você vai ficar mal. Eu te conheço.
–Não vou, não. Vou passar na casa da Laura, conversar com ela. Talvez durma por lá. Vou ver meus amigos, sei lá!
–Promete que vai ficar bem? - pergunta Rodrigo
–Mas é claro que vou, Rodrigo! – Cláudio o abraça e eles se beijam.
Cláudio o encara e pergunta.
–Mas promete que me liga pra dizer se chegou bem?
–Meu amor, nessa fazenda não tem sinal de telefone. Sinto muito.
Cláudio finge tristeza.
–Então espero que esteja aqui logo.
Cláudio deixa o quarto enquanto Rodrigo arruma a mochila. De repente, Rodrigo vai à cozinha, com pressa.
-Ué, o que te deu, Rodrigo? - pergunta Cláudio.
-Esqueci do meu remédio. Se esqueceu que tenho síndrome do intestino irritável? Com a comilança que vai ter na confraternização, preciso me prevenir... - fala Rodrigo, enquanto procura o remédio.
Cláudio aproveita a distração dele e volta ao quarto, vasculhando a mochila. De repente, encontra a misteriosa caixa e rapidamente a tira dali, mas pensa duas vezes e resolve deixar ali. Não queria dar nenhum indício naquele momento que estava desconfiado de Rodrigo. Volta para a cozinha quando Rodrigo ainda está tomando o remédio.
-Agora preciso ir, amor... - fala Rodrigo, indo ao quarto e pegando a mochila.
Cláudio se despede de Rodrigo, claramente desconfiado. CORTA A CENA.

CENA 9: Riva está assistindo TV em seu quarto quando ouve a chamada de uma reportagem.
“Veja a seguir: a nova milionária Riva Oliveira esconde um segredo de seu passado, mas agora ele está prestes a vir à tona”
Riva fica furiosa e fala consigo mesma.
-Só o que me faltava! Só falta ser aquela bruxa da minha avó querendo se fazer de pobrezinha pra me arrancar alguma grana. Bem que a Marion me avisou que o que não falta é urubu na volta da gente quando a gente fica rico!
No entanto, quando começa a reportagem, é outra pessoa que ela vê na TV.
“Ela me abandonou. Me deixou passando fome e mentiu que tinha perdido nosso filho. Descobri pela TV que ela ainda é vivo...”
Riva está furiosa.
-Márcio, seu desgraçado! FIM DO CAPÍTULO 11.

Nenhum comentário:

Postar um comentário