CENA 1: Cláudio sente medo de
Rodrigo, pela primeira vez. Ao mesmo tempo, as palavras de Rodrigo
ecoam em sua mente. Rodrigo anda de um lado para o outro dentro da
cozinha, enquanto Cláudio permanece no chão, trêmulo e assustado.
Rodrigo olha para Cláudio, caído. Tenta desviar o olhar, mas há
muita fragilidade em Cláudio naquele momento.
-Porra!
Viu o que me fez fazer? – fala Rodrigo, calmamente.
Cláudio
para de chorar. Mas não responde absolutamente nada. Está sentado
com o corpo jogado para o lado, encarando fixamente os próprios pés,
enquanto seus membros estavam completamente inertes.
-Levanta,
vai. Me desculpa – fala Rodrigo, se aproximando.
-Me
deixe sozinho, Rodrigo. Por favor.
-Não.
Não vou te deixar.
Rodrigo
pega Cláudio pelo tronco, o reergue e o abraça. Cláudio treme.
-Vai
ficar tudo bem. Só não foi uma boa hora. Peguei pesado, eu sei. Mas
prometo que nunca mais vou fazer isso, tudo bem?
-Rodrigo,
eu acho melhor pararmos...
Cláudio
é interrompido por Rodrigo.
-Só
quero que olhe nos meus olhos. Eu prometo que nunca mais farei isso.
Você confia em mim?
Cláudio assente com a cabeça
e abraça o namorado. Rodrigo prossegue.
-Não
quero que tenha medo de mim. Quero que confie no meu amor. Jamais
quis te magoar.
Depois
de alguns instantes abraçados, Rodrigo prossegue.
-Olha
só, amor, vou precisar sair amanhã. É uma pequena viagem. Depois
de amanhã eu devo voltar.
Cláudio
novamente desconfia.
-Para
onde vai? O que vai fazer?
Rodrigo
solta Cláudio e caminha até a cozinha para pegar um copo de água.
-O
pessoal do trabalho vai fazer uma confraternização numa fazenda.
Precisam de mim. Você se importa se... – Rodrigo é interrompido
pelo namorado.
-É
claro que adoraria ir junto! – Cláudio sente o atrevimento berrar
em seu âmago. Rodrigo enrubesce.
-Amor,
eu vou de carona. Não tenho certeza se há espaço pra você no
carro. Mas seria maravilhoso se fosse.
-Ah,
você vai dar um jeito, eu sei. Confio no meu namorado.
Cláudio
pisca e vai ao banheiro, controlando um riso quase espontâneo.
Rodrigo
grita da cozinha:
-É... vou ligar pro pessoal.
Tomara que dê certo, não é?
Rodrigo olha para os lados,
claramente aflito. CORTA A CENA.
CENA 2: Suzanne ainda está na
mansão dos Bittencourt dando dicas de etiqueta para Riva com o
auxílio de Marion. De repente, o telefone da casa toca e Marion
atende.
-Alô?
Marion faz uma expressão de
que está com raiva e procura disfarçar isso diante de todos.
-Não, minha senhora. Esse mês
não vamos fazer doações para sua instituição... - fala Marion,
disfarçando.
Marion coloca a mão no bocal
do telefone sem fio.
-Queridos, eu já volto. Vou
resolver uma situação com uma instituição que eu ajudo rapidinho
aqui.
Todos seguem na sala e Marion
sobe furiosa com o telefone até seu quarto.
-Olha aqui, dona Valquíria:
eu já disse mil vezes pra você não ligar, não me procurar, fingir
que eu morri!
-Mas minha filha, eu sinto sua
falta...
-Não me chame de filha! Eu
não tenho mãe! Tá precisando de mais dinheiro pra ficar quieta, é?
Poxa vida! E eu achando que estava me livrando de você quando paguei
a sua casa em Niterói...
-Você sabe que eu me
arrependo de tudo que fiz a vocês...
-Sei? Não sei de nada. Que
garantia eu tenho que a senhora realmente se arrependeu? Nenhuma.
Ficou de olho é na vida boa que eu podia te oferecer por ter me
casado com o Ivan. Pelo visto você já sabe que a Riva tá rica, né?
Agora me responde uma coisa: por que você nunca procurou a sua neta
nesses anos todos?
-E quem disse que eu não
procurei, Marion? Eu senti falta de vocês...
-Não minta, dona Valquíria.
Você nunca procurou a Riva. Nunca!
-Você está supondo que não
procurei. Claro que procurei!
-Mentira! Sabe por que? Porque
Riva me contou que nunca mais soube de nada de você. Sabia que ela
tá morando aqui agora? Já deve estar sabendo pelo jornal ou pela
TV. Só te digo uma coisa: suma das nossas vidas! Se você se
aproximar de nós, eu digo que você é louca e você vai sair de
mentirosa da história.
-Mas e se a Riva quiser falar
comigo?
-Duvido muito. Só se ela for
muito boba. Vou te avisar pela última vez: não nos procure. Pra
todo mundo, você morreu. E eu vou te manter morta pra minha família.
-Mas também é minha família,
filha!
-Agora eu sou sua filha, né?
Esquece de mim, esquece da gente.
-Mas eu queria ver meus netos
e meu bisneto...
-Eu mando foto deles.
Marion desliga, transtornada.
CORTA A CENA.
CENA 3: Cláudio não consegue
dormir, enquanto Rodrigo dorme profundamente. No pensamento de
Cláudio, ecoam as lembranças da violência de Rodrigo. Cláudio
continua inquieto e anda pela casa. De volta ao quarto, resolve
revirar as gavetas de seu roupeiro em busca das memórias de seu
passado. Ao abrir uma das gavetas, encontra uma caixa que nunca viu
antes.
-Estranho... nunca vi essa
caixa antes...
Cláudio tenta descobrir o que
há dentro da caixa, mas vê que ela tem um cadeado.
-Só o que me faltava. Ainda
por cima cadeada. Mas, espera aí... se isso aqui não é meu... só
pode ser do Rodrigo!
Cláudio vasculha
discretamente os pertences de Rodrigo e encontra seu molho de chaves.
Nesse molho, há uma chave pequena que ele presume ser a chave do
cadeado da caixa misteriosa. Tenta abrir o cadeado, mas acaba
deixando cair sapatos do roupeiro e o barulho faz Rodrigo se mexer.
Sem saída, Cláudio esconde rapidamente o molho de chaves na calça
e fecha a gaveta com a caixa dentro. Rodrigo senta na cama, ainda
grogue de sono.
-O que cê tá mexendo no
roupeiro, amor?
-Nada não, amor... tava
procurando umas fotos antigas pra olhar. Tou sem sono.
Rodrigo vira-se para o lado e
rapidamente dorme. Cláudio vai à cozinha, pensativo. Prepara um
café.
-Não vou conseguir dormir
mesmo, então dane-se... não tenho aula amanhã de qualquer jeito.
Cláudio percebe que está
ainda com o molho de chaves de Rodrigo no bolso da sua calça e
cuidadosamente retira a pequena chave do molho. CORTA A CENA.
CENA 4: Mateus e Laura estão
se preparando para dormir, quando o celular de Mateus toca.
-Isso são horas de alguém te
ligar? - protesta Laura.
-De repente é o diretor da
novela pra me passar alguma orientação. Já volto, amor.
Laura estranha o fato de
Mateus se retirar do quarto para atender o celular. Mateus vai até a
sala e Laura o segue sem que ele veja.
-Fala, cara! (…) Já disse
que andei corrido esses dias, vê se me entende, poxa! (…) Pra você
é fácil falar, né? Cê acha que é fácil passar o dia todo
gravando pra novela e ainda assim encontrar tempo pra confabular o
que eu vou fazer depois? Francamente, cara! Não sei porque você não
toma a frente disso de uma vez, tou ficando de saco cheio das suas
ordens! (…) O que? Trunfo? Que merda de trunfo cê acha que tem?
Olha aqui, seu bosta: eu me garanto, tá entendendo? (…) Isso é
uma ameaça? (…) Sei. Acho bom que não seja mesmo, ou você acha
que eu não tenho como te ferrar também? Experimenta me expor pra
ver como eu revido! Mas vou dizendo que não vale a pena arriscar (…)
Ué, mas não é exatamente isso que você pretende? Não, cara... se
vira! Dá seu jeito, isso não é da minha alçada (…) Daí já é
pedir demais, né! Cê acha mesmo que eu vou ter estrutura pra forçar
amizade com o pato? Até parece que você não conhece meus motivos
pra me manter afastado daquele cara (…) Iiiih, nem vem! Eu e você
estamos no mesmo barco. E não me venha falar de consideração que
eu não tinha bola de cristal pra adivinhar que você também... (…)
Tá, tá certo. Mas foi você que estragou tudo, pensando que eu
devia adivinhar. Devia me agradecer por eu ainda topar essa loucura
(…) Sério, cara: não repete de novo isso. Cê acha que eu não
tou careca de saber que tou na sua mão? Outra coisa: vê se me liga
numa hora melhor, cê viu que horas são? (…) Ok, amanhã a gente
combina o que fazer depois, mas vê se para de ficar feito um
carrapato grudado em mim, valeu? Vai dormir, cara!
Mateus desliga o telefone e
vai à cozinha, tomar um copo de água. Laura aproveita que Mateus
não a viu no corredor e retorna ao quarto. Mateus volta logo em
seguida. Laura se faz de desentendida.
-Quem era, amor?
-Bem do jeito que eu disse,
Lau: era o diretor, me passando orientações sobre como devo decorar
o texto.
Laura finge acreditar.
-Bem, eu vou dormir, estou
exausta.
-Boa noite, amor.
Laura vira-se para o lado e
fica pensativa.
-Será que eu entendi tudo
errado? - pensa consigo mesma. CORTA A CENA.
CENA 5: Eva está novamente na
casa de Renata para passar a noite com a namorada.
-Sabe, Eva... eu não vou
dizer que não te entendo. Mas entender que a mídia exige uma imagem
“ideal” para quem quer se lançar à fama, não significa
concordar.
-E você acha que eu concordo,
Renata? Claro que não. Só que se eu não tenho forças pra lutar
contra o “inimigo”, só me resta eu me juntar ao “inimigo”.
-Você não tá sendo
conformista demais e aceitando muito fácil tudo isso? Olha, eu
entendo que você quer ser reconhecida como atriz, mas será que vale
a pena sacrificar nós duas nisso?
-Não estou sacrificando nós
duas.
-Como que não, Eva? Você me
esconde. Você se esconde de todo mundo que não faça parte da
companhia de teatro ou do nosso grupo de amigos. Você me nega
praticamente todos os dias e não está nos sacrificando?
-Pra você é fácil falar.
Você sempre foi toda idealista, cheia dessas ideias de “podemos
nos rebelar”. Não, Renata, eu não posso. Infelizmente eu não
posso. Pra você é fácil exigir tudo isso de mim porque você não
corre o risco de perder nada.
Renata se ofende.
-Cê tá de brincadeira, né?
Minha mãe me expulsou de casa, proibiu meu pai de falar comigo e ele
tem que falar escondido comigo e eu não perdi nada, né? Nadinha!
Isso sem falar que a cada dia eu sinto que tou te perdendo cada vez
mais. Não seja egoísta!
-Não quis dizer desse jeito,
Renata... me desculpa.
-Mas disse. Sabe de uma coisa?
Você não valoriza a sorte que tem. Seus pais são os melhores do
mundo e você é incapaz de ver isso. Eu nem conheci minha família
biológica e ainda fui expulsa pela minha mãe adotiva do único
lugar que me lembrava a infância de alguma maneira.
Renata começa a chorar e Eva
a abraça. CORTA A CENA.
CENA 6: O dia amanhece. Laura
está acordada tomando café da manhã, quando Mateus aparece, recém
acordado.
-Bom dia, amor!
-Bom dia, Mateus... hoje a
gravação não começa só depois do meio dia?
-Sim, Lau... mas o diretor
anda cheio de preocupações e pedindo pra gente ensaiar várias
vezes antes de gravar, porque parece que ele não anda com muita
paciência pra regravar as partes que não ficaram como ele queria.
-Ué, mas ele sempre foi super
de boa... o que deu nele?
-Fim de semana chegando, né?
De repente ele conheceu uma pessoa nova, quer se liberar cedo, sabe
como são esses diretores cheios de manias...
Laura se irrita com o
comentário de Mateus.
-Não, Mateus, eu não sei.
Como é que você pode supor sobre a vida das pessoas, fazer fofoca
velada? Isso é feio...
-Não foi minha intenção,
amor. Mas sabe como é, sempre rola um burburinho.
-E você sempre dá um jeito
de estar no meio desses burburinhos. Só não reclama quando vierem
fazer fofoca de você.
-Ai, credo! Parece que tá me
rogando praga!
-Não, amor... nada disso...
só acho que você precisa focar mais no seu trabalho, nas coisas que
realmente interessam, em vez de gastar tempo, energia e latim falando
sobre a vida dos outros. Isso pra mim é fofoca barata...
-Eita, Laura! O que foi que te
deu pra vir com quatro pedras pra cima de mim hoje?
-Mateus, eu não estou com
quatro pedras pra cima de você. Só não gosto de papo furado,
fofoca, essas coisas.
-Tá, já entendi o recado.
Vou tentar maneirar. Agora me dá licença que vou tomar uma
chuveirada e já já tenho de ir pros estúdios, parece que o diretor
nos quer lá às 9, hoje.
-Tudo bem...
Mateus dá um selinho em
Laura, que segue tomando o café da manhã. Aproveitando que Mateus
não está ali, Laura pega o celular e liga para Rafael.
-Oi, Rafa... te acordei?
-Não, Laura... me acordo cedo
quase sempre. Cê tá precisando de alguma coisa?
-Precisando não é a
palavra... na real eu queria saber se você vai com muita
antecedência pros estúdios antes de começar a gravar hoje.
-Não... o diretor não me
pediu nada.
-Estranho, Mateus me disse que
o diretor pediu isso a ele...
Rafael procura contemporizar.
-Talvez o diretor tenha
chamado alguns coadjuvantes pra repassar as marcações antes de
gravar. Ele já fez isso antes.
-Ele faz isso com frequência,
Rafa?
-Raramente. Geralmente é
quando os coadjuvantes estão com dificuldades de pegar a essência
do texto. Mas acho estranho porque o Mateus é um dos mais elogiados
pelo diretor. Talvez os autores da novela tenham escrito alguma cena
que exige mais preparo dele, não sei mesmo...
-Tudo bem, querido. É que eu
achei estranho o diretor ligar ontem quase de madrugada pro Mateus...
-Tranquilo. Agora vou precisar
desligar, tou decorando texto aqui...
-Beleza. Beijo, Rafa.
Laura desliga e permanece
intrigada. CORTA A CENA.
CENA 7: Rafael e Marcelo estão
aproveitando a manhã livre juntos, ouvindo discos.
-Marcelo, fiquei intrigado com
um lance que aconteceu mais cedo.
-Olha, Rafa, se for pra falar
daquele purgante que atende por Suzanne, melhor deixar pra lá porque
eu quero que essa manhã seja boa...
-Não, amor... na real a Laura
me ligou. Sabe quem ela é, né? Amiga da companhia de teatro.
-Sei sim, ela é amiga do meu
melhor amigo. O que tem ela?
-Disse ela que o diretor da
novela ligou quase de madrugada pro Mateus, pedindo pra ele estar nos
estúdios hoje muito antes das gravações começarem.
-Sim, mas o que tem?
-Acho que ela anda desconfiada
do namorado. Confesso que às vezes o Mateus parece esconder coisas.
Outra coisa que eu não disse pra Lau, pra não deixar ela mais
desconfiada ainda, é que o diretor, mesmo tendo nossos contatos,
nunca liga para nenhum dos atores fora do horário de trabalho.
Nunquinha mesmo.
-Iiih... isso não tá me
cheirando bem. Se eu fosse você, ficava de olho bem aberto pra esse
Mateus. Não gosto da cara dele desde que a novela começou.
-É que o personagem dele é
insuportável de tão mimado. Não confunda as coisas, Marcelo...
-Não... é a pessoa dele,
mesmo. Me passa algo estranho.
-Melhor a gente voltar a ouvir
música do que ficar falando sobre isso...
Os dois seguem ouvindo música.
CORTA A CENA.
CENA 8: Rodrigo e Cláudio
estão tomando café da manhã quando um carro buzina.
-Eles chegaram, Claudinho. Vou
perguntar a eles se tem espaço pra você ir junto, no carro.
Rodrigo desce apressadamente.
Cláudio tenta ir junto.
-Não, amor... espera aqui.
-Mas o que tem eu ir conhecer
seus colegas?
-Nada demais, mas prefiro
conversar com eles sem você por perto, senão eles podem pensar que
você está forçando a barra pra ir junto, sacou?
-Beleza...
Cláudio retorna pra casa,
desconfiado. Acaba lembrando que confiscou a pequena chave, mas antes
de ir ao quarto, acaba se lembrando de quando tentou deixar Rodrigo
pela primeira vez – assim que descobriu a traição – e foi
surpreendido pelo namorado no parque da cidade, com flores, música
ao vivo e uma – segundo Cláudio – profana declaração de amor.
No fim das contas, decidiram ficar juntos. Mas aquela traição ainda
era o pesadelo dele. Não conseguia admitir que aceitasse aquilo. Que
aceitasse um “monstro” ao seu lado.
Rodrigo
volta ao quarto antes de Cláudio abrir o roupeiro para verificar a
caixa.
–Meu
amor... Eu tentei. Realmente não há mais espaço no carro em que
vamos. – diz Rodrigo, fingindo emoção. Cláudio levanta-se
disfarçando incômodo.
–Poxa,
Rodrigo. Você nem ao menos tentou dar um jeito?
Rodrigo
se aproxima do namorado.
–Mas
é claro que tentei! Tentei de todas as formas. Usei todas as minhas
técnicas persuasivas, mas realmente não tem como te levar.
Cláudio
baixa o olhar, com uma tristeza forçada.
-Querido,
tudo bem. Então eu não vou mais. Não quero que fique triste. –
fala Rodrigo.
–Não, meu amor. Isso é
importante pra você. Vá. Eu vou ficar sozinho, mas vou ficar bem.
Rodrigo
suspeita que Cláudio esteja tramando algo.
–Não,
Cláudio. Eu vou ficar. Está bem? Decidido. Ponto final.
Cláudio
fica inquieto.
–Rodrigo,
eu tou falando sério. Pode ir.
–Mas
você vai ficar mal. Eu te conheço.
–Não
vou, não. Vou passar na casa da Laura, conversar com ela. Talvez
durma por lá. Vou ver meus amigos, sei lá!
–Promete
que vai ficar bem? - pergunta Rodrigo
–Mas
é claro que vou, Rodrigo! – Cláudio o abraça e eles se beijam.
Cláudio
o encara e pergunta.
–Mas
promete que me liga pra dizer se chegou bem?
–Meu
amor, nessa fazenda não tem sinal de telefone. Sinto muito.
Cláudio
finge tristeza.
–Então espero que esteja
aqui logo.
Cláudio deixa o quarto
enquanto Rodrigo arruma a mochila. De repente, Rodrigo vai à
cozinha, com pressa.
-Ué, o que te deu, Rodrigo? -
pergunta Cláudio.
-Esqueci do meu remédio. Se
esqueceu que tenho síndrome do intestino irritável? Com a comilança
que vai ter na confraternização, preciso me prevenir... - fala
Rodrigo, enquanto procura o remédio.
Cláudio aproveita a distração
dele e volta ao quarto, vasculhando a mochila. De repente, encontra a
misteriosa caixa e rapidamente a tira dali, mas pensa duas vezes e
resolve deixar ali. Não queria dar nenhum indício naquele momento
que estava desconfiado de Rodrigo. Volta para a cozinha quando
Rodrigo ainda está tomando o remédio.
-Agora preciso ir, amor... -
fala Rodrigo, indo ao quarto e pegando a mochila.
Cláudio se despede de
Rodrigo, claramente desconfiado. CORTA A CENA.
CENA 9: Riva está assistindo
TV em seu quarto quando ouve a chamada de uma reportagem.
“Veja a seguir: a nova
milionária Riva Oliveira esconde um segredo de seu passado, mas
agora ele está prestes a vir à tona”
Riva fica furiosa e fala
consigo mesma.
-Só o que me faltava! Só
falta ser aquela bruxa da minha avó querendo se fazer de pobrezinha
pra me arrancar alguma grana. Bem que a Marion me avisou que o que
não falta é urubu na volta da gente quando a gente fica rico!
No entanto, quando começa a
reportagem, é outra pessoa que ela vê na TV.
“Ela me abandonou. Me deixou
passando fome e mentiu que tinha perdido nosso filho. Descobri pela
TV que ela ainda é vivo...”
Riva está furiosa.
-Márcio, seu desgraçado! FIM
DO CAPÍTULO 11.
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