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sábado, 28 de maio de 2016

CAPÍTULO 12

CENA 1: Marcelo e Rafael são despertados pelos gritos de Riva e vão ao quarto dela, conferir o que está acontecendo.
-O que foi isso, mãe? - fala Marcelo, preocupado.
-Aquele desgraçado que me deixou sozinha no mundo! - fala Riva, furiosa.
-Peraí... o que tá acontecendo? Quem deixou a sua mãe sozinha no mundo? - intriga-se Rafael.
-Não vai dizer que aquele babaca que nunca quis me conhecer tá falando merda na TV... - fala Marcelo.
-O seu pai? - pergunta Rafael.
-Eu não tenho pai. Só tenho mãe, você sabe disso, Rafael. Mas fala pra gente, mãe... tem a ver com esse sujeito aí? - pergunta Marcelo.
-Cês acreditam que o desgraçado teve o atrevimento de mentir que EU abandonei ele quando a gente era adolescente? Inventou que deixei ele na pior, passando fome. Chegou a dizer que eu menti pra ele que você, meu filho, tinha morrido antes de nascer. É tudo mentira! Ele nunca mais me procurou, nunca quis saber se levei a gravidez pra frente ou não! Me virei sozinha do começo ao fim e agora esse filho da puta do Márcio quer convencer a imprensa de que a errada da história sou eu? Ah, mas esse desgraçado não viu ainda a lavadeira que eu viro quando me difamam!
Marcelo se revolta.
-Se esse filho de chocadeira aparecer na minha frente, eu juro que arrebento a cara dele!
Rafael contemporiza.
-Gente, eu sei que é péssimo pedir calma pra vocês agora, mas raciocinem comigo: se vocês derem escândalo isso vai prejudicar a imagem de vocês dois diante da imprensa. Querendo ou não, vocês são sobrinha e sobrinho neto da Marion Bittencourt. Querendo ou não, mesmo quando esse alvoroço do bilhete premiado da loteria passar, o fato é que a fama vai sempre acompanhar a nossa família de algum jeito.
Riva chora de raiva enquanto Marcelo a abraça.
-E o que você sugere, amor? Tá vendo o estado que minha mãe ficou? Vai ser difícil de segurar a onda...
-Mas vocês precisam pensar numa maneira de não se rebaixarem a esse verme. Se ele teve a capacidade de mentir tão deslavadamente na TV, se vocês perderem a calma em rede nacional, vocês ficam de errados da história, entendeu? Além de alimentar a imprensa marrom que vive do barraco dos famosos...
-É, mas eu não queria ser famosa. Até semanas atrás eu era uma pobretona que ralava de sol a sol vendendo quentinha pra dar uma vida digna pro meu filho. Olha onde eu tou agora? Rica, famosa, na casa da minha tia e ainda me aparece esse encosto que me abandonou quando fiquei grávida. É muita coisa, gente! - desabafa Riva.
-Mas numa coisa o Rafa tem razão, mãe... a imprensa vai vir em seguida aqui querendo te entrevistar e fazer perguntas. Melhor se preparar e ouvir o que ele tem a dizer pra situação não piorar... - constata Marcelo.
Os três ficam conversando sobre o que fazer. CORTA A CENA.

CENA 2: Durante o lanche da manhã, Laura permanece intrigada com a conversa que teve com Rafael mais cedo. Seu pensamento ganha voz.
“Será que o Mateus tá me escondendo alguma coisa? O Rafa não é capaz de mentir, ainda mais pra mim...”
Laura tenta espantar o pensamento e tenta se distrair preenchendo palavras cruzadas. Mesmo assim, os pensamentos voltam a atormentá-la.
“Será que ele tem uma amante? Não é a primeira vez que ele sai em horários estranhos e inventa que tava nos estúdios... eu sei que é mentira! Calma, Laura... ele nunca olha pra nenhuma mulher. Mesmo que olhasse, olhar não tira pedaço... Mas não sei... tem algo de muito errado nessa história toda e o pior que eu sinto que isso não é de hoje...”
Laura perde o apetite e começa a organizar as coisas na cozinha buscando se distrair. Mesmo assim, os pensamentos permanecem incomodando.
“Talvez eu devesse seguir ele pra saber o que ele anda aprontando... Não, isso é completamente errado! Eu jamais admitiria que ele fizesse isso comigo! Talvez eu deva me colocar mais no lugar dele, afinal de contas eu tenho minhas convicções de não participar de produções na TV, mas não posso dizer o que é certo ou errado pra quem tá trabalhando nela... Ai, meu Deus... eu juro que não queria desconfiar logo do Mateus, mas às vezes ele parece esconder tanta coisa de mim que eu não sei se eu realmente conheço o homem com quem eu moro...”
Laura fica pensativa por mais alguns instantes.
-Investigar não tira pedaço de ninguém... depois, ninguém precisa saber...
Laura permanece tentando encontrar maneiras de investigar o namorado. CORTA A CENA.

CENA 3: Mateus chega ao estúdio de gravação da novela antes de todos e encontra somente o pessoal da figuração sendo orientado pela direção e os responsáveis pelos figurinos já trabalhando. Cumprimenta a todos e vai até o local onde todos se alimentam, que está praticamente vazio. Está se servindo de um lanche leve quando seu celular toca. Mateus olha no visor de quem se trata, olha para os lados e mesmo não havendo ninguém por perto naquele momento, atende o telefone falando baixo.
-E aí, cara... o que foi agora? (…) Eu não posso acreditar que cê me ligou só por isso! (…) Ah, claro. Como se a gente não tivesse acabado de se ver. Conta outra, rapaz! (…) Ahm, sei. (…) Entender o que? Você tem tantos ou mais motivos que eu pra ficar calado, ora bolas! (…) Pra começo de história você não está na mídia. E tem mais: se você estivesse no meu lugar aí sim que ia ter motivo de sobra pra se preocupar e desconfiar de tudo e todos! (…) Paranoia? Sério mesmo que logo você tá me falando de paranoia? Dá um tempo, né! Isso sem falar que você não tinha nada que ter me ligado quase de madrugada. Cê faz ideia da volta que tive que dar na Laura? Coloquei na conta do pessoal da direção de novo! (…) Ah, que bonito! Não venha me dizer como eu devo tratar a minha namorada! Resolveu bancar o advogado dela agora? (…) Claro que ela não desconfia de nada, bobo. Eu sou doido de deixar alguma ponta solta? Jamais, meu caro! (…) Justo não é, mas você tem alguma alternativa melhor pra esse momento? Porque se tiver, eu não preciso mais fazer nada disso com ela... depois, você não sabe da missa a metade. Acima de tudo ela é minha amiga, a melhor amiga que já tive na vida, sabia? (…) Não é a realidade perfeita, mas tem como ser diferente agora? Me responde! (…) Ótimo, então é melhor não mexer em time que tá ganhando! (…) Óbvio que um lado sempre sai perdendo... that's life, baby! (…) Tá certo, então. Semana que vem a gente se vê, pode ser? (…) Não tem como ser antes, eu te juro. Não vai você começar a me meter pressão a essa altura da vida, né? Cê sabe muito bem que não me custa nada largar de mão quem tenta se meter na minha vida... (…) Tá, desculpa. Semana que vem, então? (…) Perfeito! Agora preciso desligar, o pessoal do elenco já tá começando a chegar. Tchau.
Mateus desliga o telefone e fala consigo mesmo.
-Só o que me faltava agora... mais um pro team Laura. Assim fica complicado...
Mateus não percebe que falou alto e que Rafael se aproximava naquele exato momento.
-Pensando alto, cara? - descontrai Rafael.
Mateus se assusta, mas disfarça.
-Nada não... vamos pra preparação?
Os dois rumam à preparação. CORTA A CENA.

CENA 4: Horas depois, Riva, Marcelo, Suzanne e Marion chegam do shopping. Riva e Marcelo carregam algumas sacolas das compras que fizeram. Riva começa a desabafar.
-Não é justo! Esse infeliz do Márcio desapareceu por esse mundão quando falei que tava grávida pra ele. Me deixou na merda! Se não fosse o apoio que recebi do falecido seu Anacleto eu não ia ter nem onde morar, muito menos o que comer. Você, meu filho, só conseguiu chegar saudável nesse mundo porque eu tive a sorte de ter esse bom homem me ajudando em tudo...
Marcelo abraça emocionado a mãe e começa a falar.
-Eu sei muito bem de tudo isso, mãe. Mas a gente precisa aprender a lidar com esses abutres que vão surgindo agora que ganhamos notoriedade. Diferente dos premiados comuns, a gente faz parte da família da tia Marion, sabe? A gente nunca vai deixar de ter fama depois de tudo isso...
Marion interrompe.
-Mas nem por isso vocês vão se privar de conviver com a gente, né? Somos uma família, afinal de contas...
Rafael prossegue.
-Ainda mais pelos novos laços que estão sendo criados. Sei que é difícil dizer isso, mas é necessário: vocês precisam aprender a ter sangue frio pra enfrentar todo tipo de mau caráter que for surgir. Vocês não viram nem metade do que a fama pode fazer com a vida da gente...
Suzanne se mete no assunto.
-Se me permitem falar, também me sinto parte dessa família.
Marcelo fica perplexo e indignado, mas procura se conter diante de Suzanne.
-Olha, Suzanne, vai me desculpar, mas acho que é meio cedo demais pra forçar uma barra desse tamanho com a gente, não é? A sua função aqui é ensinar regras de etiqueta pra minha mãe e ajudar a tia Marion nesse processo, não é?
Riva, percebendo que o filho está desagradado, tenta contemporizar.
-Também não é bem assim. Suzanne parece gente boa.
Suzanne volta a falar.
-Ai gente, desculpa falar. Sabe o que é? É que me sinto muito sozinha na vida, mesmo tendo toda essa grana e tudo mais. Desculpa se eu forcei a barra com vocês, mas sinto falta de saber que pertenço a algum lugar...
Marcelo, sem suportar a fala de Suzanne, se retira e Rafael o acompanha até o quarto. CORTA A CENA.

CENA 5: Mateus recebe uma nova ligação do homem misterioso.
-Poxa vida, cara! As pessoas trabalham, sabia? (…) Ahm, sei... e o que pode ter surgido de tão brilhante e mirabolante nessa sua fértil mente? (…) Eu não acredito que cê tá me dizendo pra fazer isso! (…) Cara, enlouqueceu de vez? Isso não envolve mais só a mim, envolve pessoas que eu amo! Você acha isso justo? (…) Não! Você tá proibido de colocar a Laura em risco, tá me ouvindo? (…) Tou vendo que não tenho outra opção, não é mesmo? (…) Mas isso vai colocar mais gente do que eu queria envolvida nisso! (…) Tá, eu sei que a gente tá na tua mão, mas poxa vida! Será que você é tão infeliz que não pode simplesmente deixar duas pessoas se amarem tranquilas?
Pela primeira vez, a voz do homem misterioso é ouvida, porém abafada, claramente disfarçada.
-Entende uma coisa, Mateus. Você e o Bruno sempre estiveram na minha mão a partir do momento que eu descobri o lance de vocês naquela noite que eu te procurei na saída da boate. Vocês vão fazer tudo o que eu mandar sim ou então a Laura morre, tá me ouvindo?
-Você é completamente doido, cara. Não percebe que não vai conseguir nada a não ser afundar um monte de gente numa rede de intrigas com tudo isso?
-Valeu pelo diagnóstico, “parça”, mas tou dispensando análise psicológica de botequim, valeu? Ou é do meu jeito ou todos vocês estarão bem complicados. Ou você entende que a vida de vocês me pertence, ou a gente vai passar a ter sérios problemas.
-Tá... e onde é que o Bruno entra nisso?
-Calma, Mateusinho... eu explico...
O homem misterioso segue explicando enquanto Mateus ouve atentamente. Instantes depois, Mateus desliga o telefone e se desespera. Em sua cabeça, lembranças começam a aparecer. CORTA PARA...

...CENA 6 – FLASHBACK: 2014. Mateus e Bruno se conhecem numa noitada e descobrem várias coisas em comum.
-Sério que você mora do lado da companhia de teatro? Nunca tinha te visto lá... como é seu nome, mesmo?
-É Bruno. Sim, Mateus... me mudei pra lá tem umas duas semanas. Você vai me desculpar se eu te disser que te achei bonito desde a primeira vez que te vi?
-Só desculpo se eu puder dizer outra coisa também...
-O que?
-Que também achei você bonito. Mais que bonito, na verdade quero ficar com você.
Os dois se beijam.
COMEÇO DE 2015: Os dois estão saindo de uma boate quando um homem misterioso os flagra, no entanto seu rosto não aparece na tela. Apenas se ouve sua voz, abafada.
-Quer dizer que você é viadinho, Mateus? E esse daí, é o novo michê que cê tá pagando pra poder colocar pra fora o que você reprime estando com a Laura?
Bruno se ofende.
-Quem é você, cara? Mateus, quem é esse cara?
Mateus, sem saída, começa a falar.
-É alguém que tive o desprazer de conhecer e agora esse pilantra me tem na mão, você deve imaginar porque, Bruno: porque escondo minha sexualidade de todos.
O homem misterioso então fala novamente.
-Como é seu nome, rapazinho?
-Bruno.
-Pois então, Bruno. Você deve achar que tou te conhecendo agora, mas se engana. Eu sei de toda a sua história, conheci teus pais, acredita? Sei que eles acham que o filho foi ser médico na cidade grande, sei que eles não fazem a mínima ideia de que você nunca se matriculou em faculdade nenhuma, sei que você esconde dele que gosta de homem... ou seja: esse encontro aqui não foi por acaso. Só foi pra dizer que você também tá na minha mão e que pelo seu bem e pelo bem dos seus pais você deve se aliar a mim exatamente como o Mateusinho aí... se não se aliar, ah... seus pais, né? Tão indefesos lá no interior de São Paulo... acidentes acontecem, não é mesmo?
Mateus volta das lembranças e sente muita raiva do homem misterioso.
-Seu verme! - exclama Mateus, sentindo-se impotente. CORTA A CENA.

CENA 7: Rafael percebe a indignação de Marcelo diante das palavras ditas por Suzanne.
-Olha, amor... realmente dessa vez essa sem noção da Suzanne passou dos limites.
-Passou dos limites? Isso é pouco pro que essa maluca tá fazendo. Faz dias, DIAS que ela nos conheceu e já tá querendo fazer parte dessa família? Isso não é no mínimo uma contradição? Poxa vida, será que a mãe e a tia Marion não percebem que isso é jogo de cena? Porque se ela vem de uma família cheia disso e cheia daquilo, é no mínimo estranho que ela se sinta sozinha...
-Também pensei nisso, Marcelo. Mas também é preciso que a gente considere que de repente, sei lá... ela pode ter tido toda uma condição financeira e pouco afeto dos pais. Sabe como é, são poucas as famílias ricas que são unidas. Nesse caso eu sou privilegiado porque sei como pode ser solitária a vida de uma pessoa rica.
-Sei... mas você realmente acredita nisso que tá falando pra mim?
-Sinceramente? Não. Essa Suzanne também não me desceu pela garganta. Mas fico receoso disso ser, sei lá, só uma birrinha escorpiana da minha parte.
-Mas amor... para e pensa: ela também não me desceu. E não acho que tem a ver com o fato da gente ser de escorpião ou de qualquer outro signo. Acho que tem a ver com o que a gente percebeu de esquisito nela.
-Mas você sabe me dizer exatamente o que a gente percebeu de esquisito nela, fora ela ser uma pessoa que força intimidade com os outros?
-Ai, Rafa... nessa você me pegou... sinceramente eu não sei. Mas você há de convir que forçar intimidade não é uma coisa legal.
-Eu entendo, Marcelo. Mas olha pra gente! A gente se conhece há tão pouco tempo e já se ama tanto!
-Mas não tem nem comparação, Rafael. Ela não tem nenhuma ligação com essa família. Nada que justifique.
-E afinidade se justifica? Veja bem, amor... não quero bancar o advogado do diabo, só tou buscando não ser injusto com ninguém. De repente ela só é uma pessoa carente.
-Você sente carência vindo dela, Rafa?
-Não...
-Muito menos eu.
-E o que você sugere? Que a gente investigue por fora a vida dela?
-E por que não?
-Cê tá falando sério, Marcelo?
-E por que não? Investigar não tira pedaço de ninguém. Depois, se estivermos errados, a gente logo vai descobrir e tentar se redimir com ela...
-Nisso você tem razão...
Os dois seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 8: Cláudio está pensativo e terminando de fazer o almoço quando resolve espairecer e fumar um cigarro na frente de sua casa, quando nota vindo ao longe um rapaz andando cansado debaixo do sol, suado e esbaforido. Cláudio inicialmente não dá muita importância, até que o rapaz se aproxima de sua casa e se encosta em um poste, demonstrando cansaço e fadiga. Cláudio acode o rapaz.
-Você tá bem, cara?
-Acho que andei demais debaixo desse sol nesse calor. Devo estar com a pressão baixa. - fala o rapaz.
-Você precisa de ajuda?
-Acho que não. Mas agradeceria se você me pudesse conseguir um copo de água pra me refrescar um pouco desse calor carioca.
-Você não é daqui, certo?
-Não, vim de São Paulo.
-Capital?
-Não, interior. Coroados. Não tava preparado pra esse calorão todo aqui, não.
-Venha comigo. Você precisa descansar um pouco. Tava fazendo o que debaixo desse solão?
-Procurando moradia. Disseram que tem casas baratas pra alugar aqui perto, mas não sei exatamente onde.
-Acho que te enganaram. Não sei de nenhuma casa para ser alugada aqui perto. Venha, você está exausto.
O rapaz acompanha Cláudio, que pega água e gelo de sua geladeira e serve num grande copo para o rapaz.
-Como você se chama, rapaz?
-Bruno, e você?
-Cláudio. Prazer.
Bruno olha com fascínio para Cláudio, que percebe.
-O que foi? Tem alguma coisa de errada comigo?
-Não, Cláudio. É que te achei tão prestativo e...
-Ah, deixa disso, Bruno! Do jeito que você tava debaixo daquele sol, mais um pouco você desmaiaria.
Cláudio se encanta pelo jeito simples de Bruno, mas procura não demonstrar.
-Você é um cara especial, Cláudio. Gostaria de vir mais vezes te ver, até mesmo pra agradecer pela sua prestatividade.
Bruno demonstra genuína admiração por Cláudio e ele percebe, ficando levemente ruborizado.
-Não precisa se apressar pra ir embora. Se quiser passar a tarde aqui até esse sol baixar, vai ser melhor. Você parece abatido, não deve ter se alimentado bem nesses dias.
-Que papo de taurino! - ri Bruno.
-E eu sou taurino! E você?
-Também sou. Mas você não acha abuso da minha parte ficar aqui pra comer?
-Relaxe, Bruno. Não te conheço direito, mas sinto uma energia boa em você. Não costumo me enganar em relação às pessoas. Fique aqui que vou colocar um pouco mais de arroz na panela. Hoje você almoça aqui.
Assim que Cláudio retorna à cozinha, Bruno fica apreensivo e murmura consigo mesmo.
-Não é certo enganar alguém tão doce como ele... não é certo! CORTA A CENA.

CENA 9: Anoitece. Riva, Marion, Marcelo, Rafael e Mariana conversam sobre amenidades na sala quando de repente a campainha toca. Rafael se incomoda.
-Poxa vida! Será que nem no domingo à noite a gente pode ter paz? O que é que a Suzanne quer agora?
Marion se espanta com o filho.
-Nossa, que implicância gratuita com a moça! Ela é gente boa. Será que ela esqueceu de alguma coisa? Vou abrir a porta.
Marcelo concorda com o namorado.
-Ai amor, se for essa mala de novo eu subo pro quarto. Você vem comigo?
-Claro! - responde Rafael.
Riva desaprova a atitude de ambos.
-Que feio isso, meninos! Nem dão chance da garota mostrar que é boa e já ficam nessa birra...
Marion abre a porta e fica indignada com quem vê.
-Você aqui? - fala Marion, surpresa e indignada. FIM DO CAPÍTULO 12.

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