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terça-feira, 24 de maio de 2016

CAPÍTULO 8

CENA 1: Marcelo encara Rafael, ainda incrédulo.
-Rafael... isso que cê tá dizendo é coisa séria. Não sou homem de aceitar brincadeira e palavras ditas da boca pra fora numa boa... se você tá pensando que por ser o grande Rafael Alves você pode conseguir tudo o que quer, vou logo avisando que comigo não é bem desse jeito, não...
Marcelo, mesmo estando na defensiva, mostra-se tocado pelas palavras de Rafael, que tenta se justificar.
-Por favor, Marcelo... eu preciso que você acredite em mim. Aquele nosso beijo de ontem me fez sentir uma coisa que eu nunca senti...
-Beijo que você roubou, por sinal.
-Você não gostou?
-Cara, eu acho melhor a gente subir. Daqui a pouco minha mãe e sua mãe devem estar voltando do shopping. Isso sem falar que o seu pai ou a sua irmã podem ouvir o que a gente tá falando.
-E o que é que tem? Dentro dessa casa não é segredo nenhum que eu gosto de meninos.
-Rafael, será que você não percebe que somos primos?
-Isso não quer dizer nada.
-Por favor, vamos terminar essa conversa lá em cima. Sério, eu tou pedindo.
Os dois sobem ao quarto que agora é de Marcelo.
-E aí... o que tá achando desse quarto? Viu que tem um home theater?
-Vi sim. Mas não foge do assunto, Rafa... precisamos conversar sobre ontem. Você acabou de dizer que...
Rafael novamente beija Marcelo.
-Só me diz que é possível, Marcelo...
-Olha... eu não vou mentir. Tudo isso tá me deixando confuso. Tá tudo muito rápido. Até uma semana atrás minha vida era uma. Hoje, nada do que fui ou vivi tá dentro dessa casa, desse mundo...
-Você ainda não me disse se...
-Rafa, não foi só você que sentiu algo forte, diferente e intenso ontem. Não sei definir o que tá rolando, mas a gente tem alguma coisa forte acontecendo aqui.
-Você tá dizendo que a gente pode ficar junto?
-Calma, cara! Tem vinte e quatro horas que a gente se conheceu. Vamos com calma. Depois, pelo que eu sei, você é “hetero” pra imprensa inteira, pra não perder trabalhos, contratos e capa de revista.
-Não precisava dizer isso desse jeito, Marcelo.
-Tou dizendo alguma mentira? O que a gente pode fazer é ver onde vai dar. Eu gosto de você. Não só pela sua beleza, mas tem algo especial dentro de você. Sem mencionar a loucura que é a gente ter nascido no mesmo dia e ter só se conhecido agora...
Marcelo beija Rafael.
-Tenho vontade de te dizer tanta coisa, Marcelo... mas acho melhor não dizer agora. Cê quer ajuda pra desfazer suas malas e arrumar essa bagunça aqui? A gente pode ver um filme ou um seriado depois, busco no meu quarto...
-Tá certo. Cê pode começar abrindo essa mala aqui que tá cheia de discos...
-De vinil? Não acredito que você também...
-O que? Você tem uma coleção de vinis?
-Cara, eu não tou acreditando! A gente tem muito mais em comum pra descobrir... - encanta-se Rafael. CORTA A CENA.

CENA 2: Riva e Marion chegam em casa com a noite avançada, depois de passarem o dia todo no shopping. Ambas carregam muitas sacolas.
-Deus do céu! Se eu soubesse que a gente ia levar tanta coisa, teria pensado antes de comprar meu carro. Quase não coube tudo ali dentro, Riva!
-Mas valeu a pena, Marion! Amei todas as roupas que você me ajudou a escolher. Vem cá... cadê todo mundo?
-Ivan anda deprimido. Quando não está dormindo, fica muito tempo no nosso quarto. Mariana deve estar capotada a uma hora dessas e o Rafa deve estar repassando o texto pra amanhã, mas... e o seu filho? Ele avisou se ia sair, alguma coisa?
-Não. Ele sempre me avisa. Será que ele já arrumou sozinho o quarto dele? Eu disse que ia ajudar ele quando a gente chegasse.
-Vamos lá em cima, Riva. Talvez o Rafael saiba de alguma coisa. Dificilmente ele tá dormindo a essa hora, então ele vai pelo menos dizer se sabe de algo ou não...
As duas sobem e Marion bate no quarto do filho. Ninguém atende.
-A porta tá entreaberta... - observa Riva.
As duas entram e não encontram Rafael em seu quarto.
-Será que ele saiu, Marion?
-Não, Riva. Ele nunca sai durante a semana, é comprometido com as gravações da novela...
-Acho bom a gente olhar se o Marcelo tá no novo quarto dele. De repente eles saíram...
-Riva, eu duvido muito que meu filho tenha saído... vamos lá.
As duas vão até o quarto de Marcelo e se deparam com Rafael dormindo com a cabeça no peito de Marcelo, que também dorme. No home theater, passa um filme. Marion olha para Riva.
-Cê tá pensando o que eu tou pensando?
-Peraí... seu filho também é...
-Gay? Eu não sabia que o seu filho também...
-Ih, danou-se...
-Não vejo nada demais, é até bom eles estarem se entendendo. Mas uma coisa me preocupa: Rafael já anda revoltado de ter de mentir pra imprensa e isso pode piorar a situação.
-Calma, Marion. A gente nem sabe o que aconteceu. De repente eles só tavam ali vendo o filme...
-Veremos... - fala Marion, intrigada. CORTA A CENA.

CENA 3: Em sua casa, Renata está quase adormecendo quando a campainha toca. É Eva. Renata abre a porta feliz e vai receber a namorada com um beijo, no que Eva recua.
-Aqui não, Renata! As pessoas podem ver! Espera eu entrar...
Renata olha decepcionada para Eva.
-Eva, até quando você vai ficar nessa história de se esconder?
Eva entra na casa de Renata.
-Renata, você precisa entender que eu tou lutando pela minha carreira na TV! Sabe o que isso significa?
-Sei sim. É um dos motivos que me fizeram passar longe de tudo isso. Sabe o engraçado? Você sempre pede que eu te entenda, mas parece que você nunca me entende.
-O que foi agora? Não sou o suficiente pra você?
-Sinceramente? Amar escondido é muito pouco depois de tudo o que já passei pra chegar até aqui.
-Não vem com drama, Renata...
Renata fica indignada.
-Drama, Eva? Cê tá falando que é drama? Não pode ser! Você tem noção de que meus pais adotivos me escorraçaram de casa depois que me assumi lésbica? Não deve ter, pelo visto. Porque você teve a sorte de ter pais maravilhosos, que eu desejo ardentemente que fossem meus pais. Só que, pelo visto, você é incapaz de valorizar essa sorte que tem...
Eva percebe que foi injusta com Renata.
-Olha... eu não queria ter dito isso. Me desculpa...
-Eu sempre te desculpo, Eva. Mas que tal parar de falar e fazer merda pra não ter que pedir desculpa praticamente todo dia?
-Eu te amo, Renata. Ainda vou te provar o quanto...
As duas se beijam. CORTA A CENA.

CENA 4: Antes de dormir, Cláudio olha à sua volta e relembra a conversa com Diogo no dia anterior. Olha para seu celular e pensa alto consigo mesmo.
-Será que eu mando uma mensagem ou ligo? Bem... se eu ligar, conhecendo Diogo como eu conheço, é bem possível que ele volte a alimentar falsas esperanças e ignore que nunca volto atrás... mas ele pediu uma resposta. Droga! Detesto quando as pessoas me deixam sem saída...
Cláudio resolve responder com uma mensagem.
Diogo está em sua casa, quase dormindo quando ouve seu celular apitar. Percebe que acabou de receber uma mensagem de Cláudio. Ansioso, abre a mensagem.
“Quanto à sua pergunta de ontem... a resposta é sim.”
Diogo vibra e responde imediatamente.
“Vamos nos ver hoje? Precisamos conversar”
Em poucos instantes, Diogo recebe a resposta de Cláudio.
“Hoje não... já são quase uma da manhã e eu tenho aula amanhã. Podemos marcar no barzinho de sempre amanhã depois da minha aula. Só não fique alimentando expectativas. Você queria uma resposta e eu respondi com sinceridade. Não significa que eu pense em voltar atrás nas minhas decisões”
Diogo sofre por perceber que Cláudio ainda assim não o deseja de volta como namorado. CORTA A CENA.

CENA 5: O dia amanhece. Marion e Riva tomam o café da manhã quando Rafael desce apressado.
-Bom dia mãe, bom dia prima!
-O que foi que te deu pra se acordar atrasado, Rafael? - pergunta Marion, esperando pela resposta do filho.
-Me esqueci de ligar o despertador. Pelo menos acho que dá tempo de não chegar atrasado nas gravações...
Marion encara o filho.
-Eu vi você dormindo com o Marcelo no quarto dele essa noite. Ou o filme que vocês estavam vendo era muito chato, ou eu tou começando a achar que vocês dois...
Rafael interrompe.
-Gente... me desculpem, mas eu tou com certa pressa pra sair. A gente pode conversar sobre o que vocês quiserem depois, mas só quando eu voltar pra casa. Preciso ir na garagem tirar o carro e sair de uma vez, a essa hora o trânsito já não ajuda muito...
Riva e Marion se olham enquanto Rafael vai embora.
-E aí, Marion... o que cê acha disso?
-Eles estão envolvidos... só falta saber o quanto... CORTA A CENA.

CENA 6: Poucas horas mais tarde, Riva resolve despertar o filho lhe servindo o café na cama. Marcelo acorda-se com uma expressão feliz.
-Bom dia, mãe! Que horas são?
Marcelo olha para o relógio.
-Putz! Perdi a hora de ir pra aula!
-Filho, você nunca faltou nenhuma aula! Pode se dar a esse luxo pelo menos uma vez na vida, né?
-Ah, mãe. Não é porque a ficamos ricos que vamos mudar quem somos...
-Eu sei, filho. Mas perder a hora às vezes é normal...
-É, mas nunca aconteceu comigo antes.
-Ah, Marcelo... você teve seus motivos, afinal de contas a noite foi boa ontem, não foi?
Marcelo fica constrangido diante da mãe.
-Do que cê tá falando, mãe?
-Ora, filho! Eu e a sua tia vimos vocês dois dormindo abraçadinhos ontem. Não conseguiram nem ver o filme.
-Mas mãe, não é o que a senhora está pensando...
-Querendo enganar a mim, Marcelo? Não tou aqui pra te apontar o dedo não, seu bobo... achei bem bonito vocês dois juntos e confesso que gostei da ideia.
-Mas nós somos primos...
-E o que é que tem demais nisso? No meu tempo que nem é tão distante assim, incesto é só entre irmãos...
-Mas mãe... ele tem a carreira dele, as fãs dele... a mídia inteira pensa que o galã da novela gosta de mulher, entende?
-Ah, meu filho... nem tudo é perfeito. Você não vai negar um amor por causa de um detalhe desses, vai?
-Detalhe? Mãe, viver escondido a essa altura da minha vida, depois de ter me assumido há três anos? Não tem a mínima chance... e depois, quem tá falando em amor aqui? Você não tá empolgada demais e tentando prever o futuro? Não tem nem quarenta e oito horas que a gente veio morar aqui...
-Você e a mania de colocar a razão na frente de tudo sempre. Só cuida pra não jogar as oportunidades no lixo, ok?
-Tá bom, mãe. Vou pensar com carinho em tudo o que a senhora disse...
Riva afaga os cabelos de Marcelo. CORTA A CENA.

CENA 7: Renata está se arrumando para mais um dia de ensaio na companhia de teatro quando o telefone de sua casa toca.
-Alô? Oi, pai...
É Cleiton, pai adotivo de Renata, do outro lado da linha.
-Tudo bem com você, minha filha? Liguei pra saber como você está.
-Tou bem. Cê tá precisando de algum dinheiro pra me ligar agora?
-Na verdade tou sim, filha. Detesto ter de te ligar só pra pedir dinheiro, mas você sabe bem como sua mãe é... ela me mata se souber que ainda falo contigo e principalmente pra pedir uma ajuda financeira.
-Convenhamos que ela tem um padrão de vida muito alto pra quem não trabalha e joga toda a responsabilidade sobre você. Quanto te falta pras despesas do mês, pai?
-Seiscentos reais.
-Poxa, tudo isso? Olha só pai, vou dar um jeito de conseguir essa grana, mas preciso sair agora pro ensaio, senão acabo me atrasando. Podemos conversar melhor amanhã?
-Claro, Renata... Mas me diz uma coisa: você vai ter como me ajudar?
-Nem precisava me perguntar isso, pai. Em você eu sei que posso confiar. Só lamento que a gente tenha se afastado por causa da minha mãe...
-Eu tento convencer ela de que ela não tinha que te virar as costas porque você gosta de mulher, mas ela nunca deixa eu tocar nesse assunto direito.
-Pai, nem perde seu tempo dando murro em ponta de faca. Dona Adelaide se sente dona do universo e de todas as verdades. Agora eu preciso ir mesmo, pai... tudo bem?
-Não, filha... vai pro seu ensaio tranquila.
-Obrigada. Mais tarde eu te ligo, beleza?
-Beijo, Renata.
-Beijo, seu Cleiton!
Renata desliga o telefone, fica pensativa por uns instantes e sai de casa. CORTA A CENA.

CENA 8: Cláudio está saindo da faculdade e resolve ligar para Marcelo.
-Alô? Cara... aconteceu alguma coisa? Cê nunca faltou a aula.
-Nada demais. Quer dizer, eu acho...
-Tem como a gente se encontrar no barzinho de sempre? Daí você me conta porque não foi à aula e eu já aproveito pra encontrar o Diogo, fiquei de chamar ele pra uma cerveja.
-Vocês dois... sei não, viu?
-Não viaja, Marcelo. Você melhor que ninguém sabe que nunca volto atrás quando tomo uma decisão.
-E eu não sei? Você consegue ser mais taurino que minha mãe.
-Tá me chamando de teimoso?
Os dois riem.
-Nos encontramos às 8?
-Perfeito! CORTA A CENA.

CENA 9: Horas depois, Cláudio e Marcelo estão conversando animadamente no bar.
-Menino! Isso que cê tá me contando é ótimo! Pelo visto você e seu primo vão ficar juntos, hein?
-Ah, não começa, Claudinho! Mal conheci o cara...
-Mas ficou bem impressionado de vocês terem nascido no mesmo dia e na mesma hora, não foi? Olha que coisa louca... é como se vocês fossem irmãos gêmeos, só que sem serem irmãos! Parece aquelas coisas de alma gêmea!
-Claudinho... me faz um favor: cala a boca e bebe essa cerveja!
Cláudio está tomando um gole da cerveja quando vê Diogo entrar no bar. Diogo, ao ver Marcelo ao lado de Cláudio, entende que Cláudio impõe uma barreira entre eles.
-Oi Cláudio, oi Marcelo... tudo bem com vocês?
-Tudo bem – respondem os dois a Diogo.
-Marcelo, você se incomoda de eu “roubar” o Cláudio rapidinho?
-Que isso... vai lá.
Diogo e Cláudio vão à frente do bar.
-Você não me disse que Marcelo vinha junto.
-Por que? Problema?
-Nenhum... é que eu pensei...
-Pensou errado. Você parece não levar a sério quando digo que nunca volto atrás. Vamos voltar pra mesa?
Os dois voltam e conversam sobre diversos assuntos. Marcelo lembra de fazer uma pergunta.
-E o Rodrigo? Pensei que ele vinha hoje e eu conheceria ele finalmente. Por que ele não veio?
-Porque ele não é minha sombra. - responde Cláudio, secamente.
-Eita! Não precisava ser grosso! Ele é seu namorado, poxa! - fala Marcelo, ofendido. Diogo resolve intervir na situação.
-É que eles tão dando um tempo. Só que até agora Cláudio não explicou o motivo.
Cláudio respira fundo.
-Sinto que ele está me traindo. Só não pude pegar ele no pulo, ainda.
–Como assim? Você viu alguma coisa? – pergunta Marcelo.
–Vi. Troca de olhares, mensagens, caras suspeitas. Tou vendo tudo isso.
–Você sabe que não se pode julgar precipitadamente. Talvez você esteja enganado sobre isso. Talvez seja coisa da sua cabeça, afinal, você é bastante inseguro. - pondera Diogo
–Ninguém precisa acreditar nisso. Eu vejo e eu sei o que acontece. Não sou bobo. – fala Cláudio.
–O Claudinho tem razão. Ele tem experiência o suficiente nessa área pra saber quando está ou não sendo traído. – complementa.
–Isso não quer dizer nada! Eu tenho trinta e quatro anos de vida e sei que, quando o assunto é relacionamento, a gente sempre percebe que não sabe de nada. Temos que aprender a amar constantemente. “Relacionar-se” significa refazer laços, diariamente. -argumenta Diogo.
Os três ficaram calados por algum tempo.
–Claudinho, você vai ter dias livres semana que vem? – pergunta Diogo.
–Sim. Por quê?
–Eu te ligo outro dia pra conversarmos. Tenho que ir agora. Já me estendi demais por hoje.
Cláudio sorri. Diogo despede-se deles e se vai embora.
–Você é especial, Cláudio. Independente do que esteja acontecendo, torço pra te ver feliz. Mesmo que pra isso você tenha que ficar sozinho. Agora, vamos pagar a conta e ir embora, né? - fala Marcelo.
Os dois pagam a conta e deixam o bar. CORTA A CENA.

CENA 10: Cláudio chega em casa e é surpreendido por Rodrigo sentado no sofà, à sua espera.
-Eu devia ter pedido pra você devolver a cópia das chaves...
-Por favor... vamos conversar! Deixa eu ficar aqui essa noite!
-Não tenho saída, né? Cê não vai dar descanso enquanto não conseguir o que quer. Tá certo, você fica. Mas você vai dormir no quarto de hóspedes, já vou te avisando.
-Beleza. Comprei umas cervejas, se você quiser.
-Vou querer sim.
Os dois se encaram sem jeito. CORTA A CENA.

CENA 11: Marcelo está distraído em seu quarto quando é surpreendido por Rafael, que lhe beija o pescoço.
-Assim você me deixa sem defesas, cara! Não vi você chegar...
-Não quis fazer barulho. Sei que minha mãe quer conversar comigo e quero deixar isso pra depois. Passei o dia pensando em tudo e cheguei à conclusão de que tem uma única coisa que não posso deixar pra depois. Preciso te dizer... pode parecer louco, precipitado, inconsequente, mas eu sei que eu te amo.
Marcelo ruboriza e fica sem palavras.
-Namora comigo, Marcelo? - pergunta Rafael.
Marcelo se emociona. FIM DO CAPÍTULO 8.

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