CENA 1: Marion permanece sem
ação diante de quem vê. O homem resolve falar.
-Vai ficar aí parada com essa
cara de mocinha de novela das seis por muito tempo ou vai me deixar
entrar?
-Você não perde mesmo a
oportunidade de ser “gentil”, não é mesmo, Márcio?
É então que a câmera revela
que é Márcio quem está na porta da casa de Marion.
-Vish mulher! Teu cérebro tá
bugadão mesmo, hein? Parece que tá sempre declamando texto
decorado...
-Corte suas ironias. E fale
baixo, porque você não vai entrar e não quero que ninguém te veja
aqui.
Márcio, percebendo a atitude
de Marion, resolve afrontá-la.
-Não vai deixar? Acho que vai
ser beeem interessante se da próxima vez que eu chamar a imprensa eu
mencionar que você acobertou a sua sobrinha quando ela mentiu a
idade. Isso pode ser considerado aliciamento, sabia?
-Você não me mete medo, seu
verme. Depois, foi você que se relacionou com a Riva e fez um filho
nela, quem é que ia se complicar nisso? Cê é tão burro que não
percebe que hoje ela é uma mulher de mais de trinta anos e você, um
homem de quase quarenta. Queria meter medo? Parabéns pela tentativa,
mas você não é tão inteligente assim. Aliás, nunca foi.
Márcio se enfurece com
Marion, empurra a porta, quase a derruba e começa a falar alto.
Riva, Marcelo, Rafael e Mariana se voltam à porta.
-Cheguei, cambada! Em que
quarto eu fico? - fala Márcio, quase gritando e causando surpresa em
Riva.
-Ih, danou-se... - observa
Riva, surpresa.
Marcelo se enfurece diante da
situação.
-Mãe, cê vai deixar que esse
verme entre nessa casa?
Marcelo, num impulso, vai em
direção a Márcio e o nocauteia com um soco. Antes de continuar a
agredir Márcio, Rafael o segura.
-Para, amor! Apesar de ser
esse homem deplorável, esse sujeito é seu pai biológico.
-Me envergonho de ter o sangue
desse daí. Fora daqui! Some da vida da gente! Some! - grita Marcelo,
furioso e sendo contido por Rafael.
Márcio percebe que Rafael é
namorado de Marcelo e começa a ser irônico.
-Ui! Quer dizer que esses dois
aí são viados? Meu filho é um viado! E o Rafael, todo galãzinho
da novela juvenil, deixando as garotas com a xoxota molhadinha
sonhando com ele... tá nem aí pra elas!
Márcio ri descontroladamente
da situação. Riva se irrita.
-Lave a boca antes de falar do
MEU filho e do meu genro! Que é que cê veio fazer aqui agora? É
dinheiro que você quer? Fala logo a quantia que a Marion preenche um
cheque pra você. E não se preocupa que tem fundo, viu seu
vigarista?
-Ah, que isso, Rivinha... mal
cheguei nessa festa e já tão querendo que eu vá embora? Nem
conheci o resto da mansão ainda...
Rafael e Mariana perdem a
paciência.
-Tá, fala logo o que você
quer! - sentencia Rafael.
-Isso mesmo! Não somos
vagabundos não, sabia? - completa Mariana.
-Uma graninha pra ficar
caladinho. Cês sabem como é, né? O país em crise, o gigante
acordado, os coxa pedindo impeachment e bla bla bla... vou querer cem
mil reais pra começo de história. Se esse dinheiro não estiver
amanhã na minha mão, acho que a imprensa marrom vai adorar saber
que o promissor ator Rafael Alves, filho da ex namoradinha do Brasil,
é viado. Imagina o babado? Acho que ninguém aqui vai querer perder
trabalho por causa disso, né não? Então é melhor ir passando a
grana de uma vez.
Riva entende que todos estão
nas mãos de Márcio naquele momento.
-Vai, Marion... assina logo
esse cheque pra esse miserável parar de encher o nosso saco!
Marion protesta.
-Mas isso é um assalto!
Márcio retruca.
-Melhor do que um à mão
armada, não é? Parem de miséria que essa mixaria não vai fazer
falta pra vocês. Ouve o que a Riva disse e pega esse talão de uma
vez se vocês querem tanto me ver pelas costas, valeu?
Marion pega o talão de
cheques. CORTA A CENA.
CENA 2: A noite passa e o dia
amanhece. Bruno, que acabou dormindo no sofá da casa de Cláudio, é
despertado por ele.
-Acorda, Bruno! Já são seis
e meia da manhã...
Bruno desperta prontamente.
-Desculpa mais uma vez ter me
abusado tanto de você. Não queria ter dado esse trabalho todo.
-Não é trabalho nenhum,
Bruno. Você foi enganado com promessas de aluguel barato e nem tem
pra onde ir. Infelizmente nada aqui no Rio de Janeiro anda barato
ultimamente...
-Tenho que sair à caça de
empregos logo, não posso ficar desse jeito, sem nem ter onde ficar,
sem nem saber onde vou dormir na próxima noite ou mesmo se vou
acabar dormindo na rua...
-Na verdade eu tenho uma
proposta. Veja bem, não quero que me entenda mal...
-Que proposta seria essa,
Cláudio?
-Você pode ficar morando aqui
enquanto não consegue um emprego e um aluguel mais em conta em algum
lugar da cidade.
Bruno fica genuinamente
espantado com a generosidade de Cláudio.
-Mas... Cláudio, você mal me
conhece! Não sabe direito quem eu sou, não sabe dos meus
segredos... eu podia ser um bandido golpista, sabia disso?
-Só de você estar todo
preocupado falando nessas possibilidades todas eu sei que você é
qualquer coisa, menos uma pessoa má...
-As aparências enganam,
Cláudio. Já me decepcionei demais acreditando nas pessoas
erradas...
-Quem nunca? Isso é parte da
vida. Mas você fica enquanto não tiver pra onde ir. Eu posso estar
sendo muito ingênuo e precipitado, mas você me inspira confiança.
-Mas... e o seu namorado? Você
me disse ontem depois do almoço que ele se chama Rodrigo e volta de
viagem no meio da semana... você não acha que ele pode implicar
comigo?
-Nesse caso, caríssimo Bruno,
o Rodrigo tem dois trabalhos: implicar e deixar de implicar. Na
realidade eu tenho mais motivos pra desconfiar dele do que ele de
mim... mas outra hora conversamos melhor sobre isso. Se eu ficar
parado aqui vou me atrasar pra aula de hoje e detesto me atrasar.
Deixei uma torta de limão na geladeira e tem café passado. Se
sentir fome antes de eu chegar, também deixei um dinheiro debaixo do
pote de biscoitos pra você comprar alguma coisa no mercadinho. Agora
preciso ir. Bom dia!
Cláudio abraça Bruno para se
despedir e Bruno sente um estranho afeto por ele. CORTA A CENA.
CENA 3: Assim que Mateus se
despede de Laura, ela espera passar alguns instantes e resolve
seguí-lo sem que ele perceba. Ao perceber que ele entra num táxi,
pega sua moto e o segue a uma distância segura. Instantes depois,
Mateus desce do táxi e entra em um prédio residencial luxuoso em
Copacabana. Intrigada, Laura espera um tempo passar depois de Mateus
entrar no prédio e certificando-se de que não seria vista pelo
namorado, vai até a portaria.
-Moço, eu gostaria de uma
informação. - diz Laura ao porteiro.
-Sim, em que posso ser útil?
-Meu namorado deu esse
endereço pra mim. Você deve saber quem ele é, é o Mateus
Viveiros, o Daniel da novela juvenil.
-Sim, claro que sei! Ele vem
aqui umas três vezes por semana.
Laura percebe que as
informações batem com os dias em que o namorado sai mais cedo antes
de começarem as gravações da novela. Buscando saber mais, resolve
inventar informações.
-Pois então. Ele diz que são
reuniões com o diretor, para poder ter mais orientações de
marcações e coisas do tipo.
-Exatamente, moça. Como você
se chama?
-Laura.
-Como eu ia dizendo, dona
Laura... ele realmente vem aqui e diz que se reúne com o diretor da
novela, tanto que os dois saem juntos daqui depois de uma ou duas
horas.
Laura estranha a informação
e resolve perguntar mais.
-Certo... quer dizer que você
já viu o diretor várias vezes, não é mesmo?
-Vi... quer dizer... vi e não
vi. É complicado explicar.
-Complicado? Por que?
-Porque acho que o diretor
deve ser meio anti social ou ter medo de ser reconhecido por alguém,
só pode.
-Não brinca?! - espanta-se
Laura.
-É verdade! Nunca dá pra
reconhecer direito. Ele sempre vem com roupas escuras cobrindo o
corpo todo, boné e óculos escuro. Tipo disfarce, sabe?
-Sei... bem, seu... (Laura
olha para o nome do porteiro na camisa dele) Alfredo, agora vou
precisar ir. Muito obrigado, viu? Tenha um ótimo dia!
O porteiro estranha.
-Mas a senhora não disse que
ia se reunir com eles?
-Ia, mas esqueci que justo
hoje começam os ensaios de uma nova peça. Então não precisa nem
dizer pros meninos que eu estive aqui, certo?
-Tudo bem, dona Laura. Pode
deixar que não aviso sobre nada.
Laura deixa o prédio
intrigada. CORTA A CENA.
CENA 4: Horas depois, durante
uma aula de etiqueta, Riva e Marion desabafam com Suzanne sobre os
acontecimentos da noite anterior.
-Ai gente, que barra pesadona,
socorro! Esse homem deve ser um monstro! - exagera Suzanne.
-Monstro sim. E sádico. Onde
já se viu usar a orientação sexual dos nossos filhos contra nós?
- reclama Marion.
-Aí, posso não ter muita
instrução e esses negócio fino aí, mas o Márcio só fez isso
porque o mundo dos famosos é isso daí. Não deixa as pessoa ser o
que elas são. Criam um personagem pra todo mundo gostar. Não sei
como explicar isso, é tipo... personagem dentro do personagem, sabe?
- complementa Riva.
Marion se espanta com os
pensamentos da sobrinha.
-É exatamente isso, Riva.
Você é muito sábia, sabia?
-Gente, mudando de assunto:
essa noite vai ter um evento badaladíssimo e vai ter imprensa. Se eu
fosse vocês eu ia pra calar a boca da imprensa marrom – sugere
Suzanne.
-É isso que vamos fazer. -
sentencia Marion. CORTA A CENA.
CENA 5: Horas depois, Marion
vai à companhia de teatro e é recebida calorosamente por todos.
Eva, Renata, Laura, Valentim, Mara e Procópio estão presentes. Mara
chega com uma torta de maçã.
-Quanto tempo, Marion! Quer um
pedaço dessa torta?
-Se eu fosse você, aceitava.
Tá uma delícia! - fala Eva.
-Cê não desiste de me
transformar numa baleia, né Mara? - descontrai Marion, pegando um
pedaço da torta e se deliciando.
Procópio se empolga com a
presença de Marion ali e resolve falar com ela.
-Marion, faz mais ou menos um
mês que comecei a escrever uma peça que acho que a protagonista tem
a sua cara!
-Sério?
-Seríssimo!
-Ih, lá vem o Procópio com
as ideias mirabolantes dele de novo... - descontrai Valentim. Todos
riem. Marion, entretanto, leva a sério e se interessa.
-Mas me fala mais sobre o
roteiro, sobre esse personagem...
-Então, na verdade é um
monólogo, onde o seu personagem fala basicamente dos encontros e
desencontros pra poder achar um homem que a faça... bem, como eu
posso dizer? Gozar, entende? É um monólogo sobre a vida sexual da
mulher contemporânea e seu personagem, a Ilana, caso você aceitar,
teria um tom mais puxado pra comédia, mas não deixando de falar
sério...
Mara e Valentim levam suas
mãos às suas testas e baixam a cabeça, com a certeza de que Marion
vai achar aquilo absurdo. Mara comenta com Valentim:
-Pelo menos ele tenta trazer
nossa estrela de volta, né?
-Procópio é brasileiro e não
desiste nunca! - ri Valentim.
Marion, ainda assim, considera
a ideia interessante.
-Eu gostei da ideia,
sinceramente! Quando posso vir ensaiar com vocês?
Laura, Eva, Renata, Mara e
Valentim se olham surpresos. Laura não se segura.
-Sério isso, Marion? Chocada
que você tá pensando em aceitar! Cê acredita que o Procópio
sugeriu que esse papel fosse meu, nem que para isso fizessem uma
maquiagem pra me dar um aspecto mais maduro? Claro que eu não entrei
nessa onda, né! Gosto mais de uma coisa experimental.
Procópio se sente ofendido,
mas resolve brincar.
-Ainda sou o chefe de vocês,
tão sabendo? Nossa arte não tem barreiras.
Marion intervém.
-Laura, entendo que seus
ideais sejam diferentes, mas o que é arte? Quem é que define o
limite entre o experimental e o mainstream? O público! A crítica!
Você não acha que um monólogo como esse também pode ser
experimental?
Renata complementa.
-Marion tem razão, gente...
Depois, nossos personagens não são extensões nossas. Não devemos
nos apegar às nossas imagens.
Marion prossegue.
-Procópio, meu querido... só
tenho como te garantir que posso vir aos ensaios semana que vem. Essa
semana tá meio lotadinha de alguns eventos que eu preciso estar por
perto. Tudo bem?
-Tudo certo, mas... que
eventos são esses?
-Eventos sociais. Minha
sobrinha agora tá rica e famosa. Eu e Suzanne estamos segurando as
pontas pra ela não cometer gafes.
-Quem é Suzanne? - questiona
Mara.
-Uma hora vocês vão
conhecer. Queridos, foi maravilhoso vir aqui ver vocês, mas hoje foi
só visita de médico. Preciso ir. Até semana que vem!
Marion se despede de todos e
vai embora. CORTA A CENA.
CENA 6: Cláudio chega em casa
no horário do almoço e é surpreendido por Bruno preparando a
comida.
-Não precisava disso, Bruno!
Deixei o dinheiro pra você comprar uma coisinha pra você, não pra
fazer o almoço... sempre fiz meu próprio almoço!
-É, mas já que vou passar
esses dias aqui, o mínimo que te devo é fazer algumas coisas dentro
dessa casa, pra não dobrar seu trabalho!
Cláudio se encanta cada vez
mais com Bruno, mas busca disfarçar. Depois de alguns segundos
buscando o que dizer, Cláudio volta a falar.
-Tá certo... mas me diz uma
coisa: achou alguma coisa nos classificados do jornal?
-Nada, Cláudio... nem emprego
na minha área, muito menos lugar pra ficar...
-E qual é sua área?
-Me formei em jornalismo, mas
meu sonho é ser ator. Sabe aquela companhia de teatro que fica perto
de Copacabana? Meu sonho é ir pra lá. Inclusive passei uns meses
numa pecinha que fica ao lado da companhia de teatro, só que eu não
tava pagando aluguel... na realidade tava clandestino.
-Não brinca! Eu sou ator,
sabia?
-Pensei que estivesse
estudando pra ser psicólogo.
-Sim, eu tou. Mas também sou
ator. Na real tou afastado por conta dos estudos. E sabe qual é a
companhia de teatro que eu frequentava? Justamente a que fica ao lado
dessa pecinha que você morou escondido. Eu sei dessa pecinha... ela
é bem pequena, não é?
-É um aperto sem fim! Pra
tomar banho quente eu tinha que esquentar a água no fogo, cê pira?
-Imagino. Sei um pouco da
história desse lugar. Foi um mendigo, já falecido, que construiu.
Diz a lenda que ele era professor universitário e perdeu toda a
família num incêndio e desde então vagava pelas ruas. Quando foi
ficando velho, fez aquela pecinha. O seu Procópio, dono da companhia
de teatro, diz que ele era uma pessoa super do bem. Morreu sozinho,
esquecido pelos próprios familiares mais distantes...
-Que triste... mas ó, o
almoço já tá pronto. Hoje tem bife acebolado com feijão branco. É
o melhor que deu pra eu fazer.
-Parece estar uma delícia...
Os dois se servem e seguem
conversando. CORTA A CENA.
CENA 7: Horas depois, já
anoitecendo, Mateus está em um táxi voltando das gravações da
novela quando seu celular toca. É novamente o homem misterioso com a
voz abafada.
-Então... o Bruno tá fazendo
o combinado?
-Acho que sim, mas ele não
deu sinal de vida até agora.
-Isso parece bom. Não é
difícil de enganar aquele panaca do Cláudio. Mas você não acha
estranho ele não ter ligado desde ontem? O combinado era ele pelo
menos avisar de alguma coisa.
-Não acho que algo tenha dado
errado. Você melhor que ninguém sabe que o Bruno não seria doido
de colocar tudo a perder, sabendo que a vida dos pais dele está nas
suas mãos.
-Acho muito bom que ele lembre
disso se ele resolver nos trair.
-E ele também me ama, não se
esqueça disso. Não acho que ele me trairia se apaixonando por outro
cara, ainda mais o tonto do Cláudio.
-É... mas o Cláudio que hoje
não tá valendo nada, já valeu bastante coisa pra você, não é?
-Lave essa boca imunda antes
de falar qualquer merda! Você não é ninguém pra falar de passado
aqui, tá me entendendo?
-Acho bom você controlar esse
seu gênio, viu? Porque a única opção que você e o Bruno tem na
vida é serem meus aliados. Senão...
-Senão o que? Se eu cansar de
tudo isso eu largo minha carreira de ator e tento outra coisa. Duvido
que você realmente seria capaz de matar alguém.
-Nunca duvide de mim, tá me
ouvindo, Mateus? Se o Bruno não entrar em contato com você até
amanhã à noite, dê um jeito de falar com ele na quarta-feira, tá
certo?
-Tá bem. Agora vê se para de
me ligar toda hora, valeu? Se a Laura desconfiar de qualquer coisa, a
culpa vai ter sido sua!
-Ui, que nervosinho... tá
bem, Mateus. Não vou te incomodar mais agora. Faça o que mandei,
passar bem!
O homem misterioso desliga e
Mateus fica claramente inseguro. CORTA A CENA.
CENA 8: Marcelo e Rafael
chegam em casa e se deparam com Riva deslumbrante.
-Mãe! Eu nunca vi a senhora
tão linda desse jeito!
-É, sogrinha... essa
maquiagem tá um arraso! - surpreende-se Rafael.
Suzanne então começa a
falar.
-Então deem o crédito a mim!
Vi um tutorial de maquiagem há algum tempo atrás na internet e vi
que o tom de pele da Riva era perfeito pra maquiagem que idealizei.
Marcelo revira os olhos, sendo
instantaneamente repreendido pelos olhares de Marion, Mariana, Ivan e
Riva. Rafael, mesmo sem suportar a constante presença de Suzanne
também, entende que não há nada que eles possam fazer no momento e
resolve contemporizar.
-O evento começa às dez, não
é? A gente vai tomar uma chuveirada rápida e se aprontar. Esperem
por nós que ninguém aqui vai se atrasar hoje. Parabéns pela
maquiagem bafônica, Suzanne.
Antes que Marcelo possa falar
qualquer coisa, Rafael o puxa pelo braço e os dois sobem as escadas.
-Amor, que cena foi aquela?
-Ah, Marcelo... a gente ia ter
condição de fazer alguma coisa? Criar climão desnecessário? A
mulher fez um bom trabalho, fim de papo! Depois, é mais prudente que
a gente faça o jogo dela se a gente quiser descobrir alguma coisa,
não é?
-Você tá certo, Rafa...
Depois, é praticamente um milagre que seu pai esteja animado com o
evento hoje, então bora se animar!
-Relaxa, amor... na pior das
hipóteses ela deve ser uma dondoca sem noção. Agora vamos nos
apressar!
Os dois rumam ao banheiro.
CORTA A CENA.
CENA 9: Já durante o evento,
inúmeros fotógrafos pedem para fotografar Riva, admirados com sua
beleza estonteante. Riva posa alegremente ao lado dos familiares para
as fotos. Suzanne se mete numa das fotos, deixando novamente Marcelo
bravo. Rafael também percebe que Suzanne força a barra, porém
tenta contemporizar.
-Lembra do que a gente falou
antes de sair, amor... talvez ela só seja mais uma dondoca sem noção
e nada além disso...
-Tá difícil segurar, mas
né... cê tá certo, mais uma vez. O que não tem remédio...
-Remediado está! Marcelo,
vamos chamar todo mundo pra sentar à mesa?
-Por favor!
-Minhas pernas estão me
matando hoje. Passei mais de cinco horas em pé durante as gravações
de hoje...
Todos estão se sentando à
mesa quando Riva, ainda em pé, acaba levando um esbarrão de um
homem que acaba derramando a champagne que segurava na mão em seu
decote. O homem, apesar de constrangido, se encanta com a beleza de
Riva, que também se encanta pelo olhar dele.
-Me desculpe... eu não tinha
te visto. Me chamo Vicente.
-Vicente Fernandes! Sei quem
você é, o Brasil inteiro sabe! - espanta-se Riva.
Os dois se olham com evidente
encanto. FIM DO CAPÍTULO 13.
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