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terça-feira, 31 de maio de 2016

CAPÍTULO 14

CENA 1: Riva está praticamente esquecendo do banho de champagne que levou acidentalmente quando Vicente torna a falar.
-Mil perdões por esse esbarrão... você deve estar encharcada agora... seu nome é Riva, não é?
Marion cumprimenta Vicente.
-Quanto tempo, hein, colega? Você continua muito bonito!
-E você muito generosa, Marion.
Riva permanece sem fala, olhando encantada para Vicente, quando lembra da pergunta dele.
-S... sim! Meu nome é Riva, mas como você sabe?
-Sua tia sempre me falava de você, com muita saudade, nos intervalos das gravações da novela em que fomos par romântico no final dos anos 90.
-E você sempre com essa sua memória fotográfica, né Vicente? Desde aquela época era capaz de relatar fatos da infância com riqueza de detalhes. Mais canceriano que isso, impossível! - descontrai Marion.
Riva resolve convidar Vicente a sentar com eles.
-Você não quer sentar com a gente? Quer dizer... desculpe, Vicente! Nem perguntei se você veio com amigos, namorada...
-Vim sozinho, faz algum tempo que estou sem ninguém. Vou aceitar o convite sim.
Vicente se senta, assim como Riva. Marion relembra os tempos em que os dois contracenaram juntos.
-Riva, cê tinha que ver! Esse daí chegava pras gravações antes de todo mundo, todos os dias! A gente até fazia piada de que ele morava nos estúdios, pra estar sempre por ali!
-Olha quem fala! Não sei se você sabe muita coisa da sua tia nesse tempo que vocês ficaram sem se ver, mas a Marion, sempre que chegava ao final de uma cena e o diretor dizia “corta”, ia direto para ele rever a cena e ficava se criticando, dizendo que não estava boa o suficiente, que não tinha dado o melhor de si...
-Ainda sou assim, Vicente. Sempre que estou no estúdio levo os diretores à loucura pedindo pra regravar determinados takes! - ri Marion.
-Não sabia dessas coisas aí não, mas não fico surpresa, a Marion sempre foi muito exigente com o trabalho. Cê acredita que ela ficava insegura até quando a gente brincava de teatrinho quando a gente morava lá em Barra de São João? - completa Riva.
Todos seguem conversando enquanto Suzanne os observa com um olhar de cobiça. Marcelo e Rafael percebem.
-É, Marcelo... acho que você tem razão quando diz que essazinha tem um pouco de inveja da gente, amor...
-Um pouco, Rafa? Não seja tão generoso!
Os dois riem. CORTA A CENA.

CENA 2: Cláudio está no banho quando Bruno está vasculhando sua mochila e constata que levou o celular dele junto.
-Caramba... não era pra esse celular estar aqui!
Bruno pensa por uns instantes.
-Pensando bem... ele tá no banho agora e assim eu posso evitar que aqueles dois venham me encher pessoalmente, o que seria pior.
Bruno decide ligar para Mateus, que atende depois de duas chamadas.
-Onde é que cê tá, Bruno? Não era pra estar na casa do bobão?
-Não fale assim do Cláudio, ele realmente é gente boa. E eu estou aqui, só percebi agora que não tirei o celular da mochila... sei que não devia trazer, desculpa...
-Melhor assim. Você sabia que o chefe andou me pressionando por causa dessa demora? Quase que ele me faz ir aí, correndo o risco de dar bandeira. Mas não gostei de você ter falado bem desse imbecil do Cláudio. Vê se não vai se afeiçoar por ele, viu? Senão vai ser pior pra nós dois...
-Nem tem como, né? Vocês ficam me lembrando disso o tempo todo! E pode deixar, Mateus... eu nunca traio quando estou num relacionamento. O único que faz isso entre nós é...
-Pode parar por aí, Bruno! Você sabe que não tenho outra opção.
-Tá. Desculpa. Também não tenho outra opção.
-E vê se escolhe uma hora mais decente pra ligar, né? Tive que descer até a portaria pra poder falar melhor contigo sem a Laura desconfiar de nada.
-Desse jeito? Aí que ela pode desconfiar... mas tou incomodando? Quer que eu desligue?
-Não! Já tou aqui em baixo... me conta aí como estão as coisas. Ele tá caindo no jogo?
-Tá. Mas não é justo esse plano todo, viu? Ele realmente é uma pessoa muito boa. Não é todo dia que a gente vê alguém tão generoso assim na vida, ainda mais no Rio de Janeiro... Não tem como você falar com o chefe? Pedir pra ele desistir disso? Não me sinto bem com isso...
-Ele não vai ouvir, você e eu sabemos muito bem disso. Ele quer vingança. Mas conta mais, vocês estão se dando bem?
-Claro que sim! Temos muito em comum, ele também é taurino, né.
-Grandes merdas! Também sou e não sou tonto como ele.
-Você fica ridículo criticando alguém que nunca te fez nada de concreto.
-Mas não vou com a cara dele...
-Se você soubesse o que eu penso sobre tudo isso, Mateus, aposto que nunca mais ia querer me ver.
-Fala então! Não gosto de meias palavras.
-Acho que você também nunca superou que foi ele o primeiro homem que te despertou desejo. Só isso justifica essa implicância toda: você não o “perdoa” porque foi ele que te revelou essa verdade sobre você, para você mesmo.
-Nunca mais repita isso! Quer saber? Faça o que quiser aí! Eu me viro com o chefe!
Mateus desliga enfurecido e Bruno respira aliviado, guardando rapidamente o celular.
-Eu não posso e não vou enganar o Cláudio. Só preciso de tempo. CORTA A CENA.

CENA 3: O evento já está avançado e Vicente resolve fazer um convite a Riva.
-Quer dançar comigo, Riva?
Riva fica sem reação. Marion estimula.
-Ai Riva, pelo amor de Deus! Para de olhar com essa cara de tonta que cê tá parecendo uma debutante boba!
-Gente... tudo isso ainda é novo demais pra mim! Tou cometendo alguma gafe? - preocupa-se Riva.
-Nenhuma, boba. Só aceita dançar com o Vicente e vai!
Riva aceita e Vicente a tira para dançar.
-Vocês me deem licença que vou ao toalete retocar a maquiagem – fala Marion.
-Eu vou contigo, mãe. - fala Mariana.
-Ei! Vocês vão me deixar aqui sozinho? - protesta Ivan.
-Nem reclama que cê tá com a gente aqui, pai! - fala Rafael.
-E eu também, né? - se intromete Suzanne.
Marcelo revira os olhos e, buscando disfarçar, tem uma ideia.
-Amor, por que a gente não vai dançar também? - fala Marcelo pegando na mão de Rafael, que recua.
-Tá doido, Marcelo? A imprensa tá toda aqui, vira e mexe vem tirar foto minha e pedir declaração porque a novela que faço tá se encaminhando pro final...
Marcelo fica indignado.
-Ah, então é isso. Entendi. Não pode dar bandeira nenhuma pra não queimar a imagem... muito bem, Rafael. Só não reclama das consequências disso.
Marcelo, magoado, vai até o pátio. Rafael se sente impotente diante da situação. Ivan percebe que o filho está abalado diante da situação.
-Vai atrás do Marcelo, filho. Tenta resolver essa situação, vocês não merecem se desentender por tão pouco... - contemporiza Ivan.
-Seu pai tem razão, Rafa. Vai lá! - se intromete Suzanne.
-Olha aqui Suzanne, você pode se dar muito bem com minha prima e com minha mãe, mas eu não te dei essa intimidade. Se coloque no seu lugar pra evitar constrangimento, ok?
Suzanne fica calada e olha com raiva para Rafael, que segue o conselho do pai e vai atrás de Marcelo. Ivan, por sua vez, vai pedir um drink distante dali. Suzanne olha para os lados e parece tramar algo. Rafael encontra Marcelo cabisbaixo e chorando no pátio.
-Me desculpa, meu amor...
-Agora sou teu amor de novo, Rafael? Vai ser sempre assim? Só sou seu amor quando ninguém tá vendo?
-Mas Marcelo, você sabia desde o começo o tamanho da responsabilidade que tenho.
-Sabia. Mas não significa que concordo. Quantas vezes vou ter que me esconder ainda?
Rafael se sente nocauteado pelas palavras de Marcelo e fica sem resposta.
-Não vai responder nada, Rafael?
-Eu não sei o que te responder, amor...
-Então me deixa sozinho aqui, por favor.
-Isso significa que acabou?
-Não, Rafael. Por incrível que pareça eu não sei mais viver sem você. Só preciso meditar um pouco aqui, por favor, meu amor... respeita meu tempo.
Rafael entende que precisa deixar o namorado sozinho e o deixa ali. Ao retornar para a sala principal, flagra Suzanne colocando algo na bebida de Vicente e retorna instantaneamente para onde Marcelo está.
-Marcelo, você não sabe o que acabei de ver!
Marcelo perde a paciência.
-Rafa, não faz nem um minuto que te pedi pra ficar um pouco sozinho, para de inventar pretexto!
-Não é pretexto, cara! É sobre a Suzanne e ela pode estar dando um golpe baixo no Vicente!
Marcelo percebe que Rafael está falando sério.
-O que essa idiota tá tramando?
-Eu acho que vi a Suzanne colocar alguma coisa na bebida do Vicente. Pode ser um boa noite cinderela, sei lá o que ela pretende com isso...
-A gente precisa dar um jeito de ele não beber a champagne batizada... - constata Marcelo. CORTA A CENA.

CENA 4: Cláudio e Bruno conversam animadamente sobre diversos assuntos quando o celular de Cláudio toca.
-Não vai olhar quem tá ligando, Cláudio?
-Não queria, né... o papo tá ótimo, mas vai que seja importante...
Cláudio vê que se trata de Rodrigo.
-É Rodrigo... mas ele disse que não tinha sinal onde ele tá.
-Vai ver ele deu sorte. Atende! - estimula Bruno.
Cláudio atende.
-Oi, amor! Conseguiu sinal aí de onde você tá?
-Consegui. Não é incrível? Liguei só pra te confirmar que volto amanhã à tarde. Você quer que eu fique aí na sua casa?
Cláudio fica pensativo e nada diz. Rodrigo estranha.
-Não vai responder, amor?
-Eu só preciso checar uma coisa aqui antes, segura aí na linha, Rodrigo.
Cláudio corta o som do telefone com a mão e se dirige a Bruno.
-Bruno... o Rodrigo volta amanhã pela tarde e disse que quer passar aqui. Se conheço bem o meu namorado, isso significa que ele vai ficar pra dormir. Acho bom você se preparar pro interrogatório...
-Não tem outra saída, não é? Acredito que eu possa me dar bem com seu namorado... - fala Bruno.
Cláudio retorna a falar com Rodrigo.
-Está certo. Pode vir. Vou preparar seu prato preferido.
Rodrigo estranha o tom de voz de Cláudio.
-Você tá desconfiado de mim, amor?
-Não, Rodrigo. Dessa vez não.
-Mas tá falando estranho. Lacônico. Você tá escondendo alguma coisa de mim?
-Só achei que você vinha quarta, não amanhã. Em casa a gente conversa, Rodrigo.
-Não vai me responder?
-Já respondi. Em casa nós conversamos. Preciso dormir, Rodrigo, até amanhã.
Cláudio desliga o telefone. Bruno percebe que Cláudio não tem confiança em Rodrigo.
-Você não confia nele, né Cláudio?
-Sinceramente? Nem um pouco. Ele já me traiu, mas não é só isso... ele esconde muitas coisas de mim. Não conheço nada sobre o passado dele. Às vezes sinto que ele é um completo estranho pra mim.
Bruno engole a seco o desabafo de Cláudio. CORTA A CENA.

CENA 5: Quando Marcelo e Rafael retornam ao salão do evento, constatam que Ivan, Marion e Mariana já estão de volta e que Vicente e Riva estão voltando da dança. Marcelo também percebe o olhar triunfante de Suzanne e logo após, ao olhar novamente para Vicente, percebe que ele está prestes a tomar um gole da champagne batizada. Rafael também percebe.
-Precisamos fazer alguma coisa rápido, Marcelo!
É então que começa a tocar a canção preferida de Marcelo que, por estar focado, mal percebe. Rafael, entretanto, o atenta para a canção.
-Amor, essa não é aquela música da Fleur East que você adora?
Marcelo presta atenção e tem uma ideia.
-É isso, Rafa! É essa música que vai tirar o Vicente dessa roubada!
Rafael olha intrigado para o namorado.
-Não tou entendendo nada, amor.
-Não faça perguntas, apenas me veja arrasar!
Marcelo começa a dançar freneticamente pelo salão ao som da canção. Rafael entende o que o namorado pretende, mas percebe que Vicente está com o copo nos lábios, pronto para beber a champagne.
-Rápido, amor!
Tarde demais. Vicente toma um pequeno gole, porém rejeita a bebida.
-Nossa, isso aqui tá quente!
Antes mesmo que Vicente possa largar o copo, o braço de Marcelo, dançando de maneira efusiva, esbarra na mão de Vicente. O copo com a champagne se espatifa no chão e Marcelo finge que foi um acidente.
-Desculpe, Vicente! Me desastrei todo aqui!
-Não tem problema, rapaz. Hoje tá todo mundo meio desastrado... - descontrai Vicente.
Suzanne encara Marcelo com raiva. Marcelo e Rafael encaram Suzanne triunfantes e Suzanne entende que eles viram alguma coisa e evitaram que os planos dela dessem certo. Percebendo-se impotente diante da situação, Suzanne finge que nada aconteceu. CORTA A CENA.

CENA 6: Laura e Mateus se preparam para dormir, porém Laura não consegue parar de pensar nas descobertas que fez sobre o namorado. Cada vez mais desconfiada, resolve questionar Mateus.
-Mateus, eu queria conversar um pouco.
-Sobre o que, Lau? Aconteceu alguma coisa? Foi algo que eu fiz?
-Não aconteceu nada... ainda. Até onde eu sei você não fez nada... ou fez?
-Que papo é esse, amor? Tá desconfiada de mim?
-Não. Por que? Eu deveria estar?
-Cê tá me confundindo, Laura.
-Então estamos quites, Mateus. Já faz algum tempo que você me deixa confusa.
-Não lembro de te dar motivos pra te deixar confusa, amor. Isso são coisas da sua cabeça.
-Você tá insinuando que por eu ser mulher eu sou descontrolada? É isso mesmo que entendi?
-Não, desculpe, Lau... mas não sei porque você anda confusa comigo.
-Veja bem, Mateus... não são propriamente desconfianças, mas quando é que você se abre comigo de verdade? Já estamos há dois anos juntos e você vive falando as coisas em meias palavras, fazendo mistério das coisas. Parece que tudo é diferente com você, até no seu trabalho na televisão.
-Mas amor, disso você não pode falar porque nunca quis trabalhar na TV, apesar de todos os convites de vários autores e diretores.
-Que seja, Mateus. Esse não é o ponto. O ponto é que eu sinto falta de você se abrir mais comigo, falar o que acontece no seu dia, essas coisas...
-Vou tentar melhorar pra você, amor...
-Você promete?
-Prometo.
Os dois se beijam suavemente e se deitam para dormir. Laura tenta ser otimista em relação ao namorado, mas segue cada vez mais desconfiada. CORTA A CENA.

CENA 7: O evento já se aproxima do final e Vicente está completamente fora de si, aparentando estar dopado. Ao ver um garçom, ri da cara dele. Riva, Marion, Ivan, Rafael, Marcelo e Mariana observam Vicente apreensivos.
-Cês viram o que tinha em cima da cabeça do cara? Andorinhas! E na roupa dele? Aquele monte de bicho verde!
Vicente ri sem parar e Marion toma uma decisão.
-No estado que ele está ele não sabe nem dizer o próprio endereço, quanto mais conseguiria dirigir um carro. Ele vai pra nossa casa hoje.
Suzanne está furiosa, mas disfarça.
-Como é que pode isso? Vocês nem conhecem esse sujeito direito e vão colocar dentro da casa de vocês?
Marcelo encara Suzanne com uma expressão debochada.
-Que ironia, não é? Acho que você não é a pessoa mais indicada pra falar de estranhos entrando na casa dos outros.
Riva percebe que Suzanne e Marcelo estão a ponto de brigar.
-Parem com isso, será possível, meu filho? Ela não falou por mal, só se preocupou com a gente...
-Preocupação bem seletiva, não é mesmo? - complementa Rafael.
Marion se impacienta.
-Chega de climão aqui! Vamos levar Vicente no meu carro. Meninos, vocês pagam as nossas comandas?
-Sim, podem ir pro estacionamento que a gente vai logo atrás... - fala Marcelo.
-Eu faço companhia aos meninos. - fala Suzanne, fingindo boa vontade.
Ivan, Marion, Mariana e Riva acompanham Vicente e cuidam para que ele não seja fotografado enquanto vão ao estacionamento. Marcelo confronta Suzanne.
-É uma pena que nada tenha saído como você planejou, não é, “Suzizinha”?
Suzanne se faz de desentendida.
-Não sei do que você tá falando, Marcelo...
Rafael se impacienta.
-Claro que sabe. Eu vi você tentando dar um boa noite cinderela pro Vicente. Qual era sua intenção nisso? Forjar uma situação pra ficar famosa? Mentir que tinha sido abusada por um ator famoso?
-Você não pode ter visto nada disso, Rafael, simplesmente porque não fiz nada. Você tá sendo influenciado pela implicância do Marcelo comigo. Depois, vocês não tem provas. Vai ser a palavra de vocês contra a minha.
-Agora a sua máscara tá caindo, golpista! - enfurece-se Marcelo.
-Máscara caindo? Não viaja viado, só tou me defendendo.
-Quem não te conhece que te compre... - fala Rafael, enojado.
-E tem mais uma coisa, Suzanne: hoje você vai pra sua casa. Chega de você por hoje. Pega um táxi, vá pro raio que te parta. Mas suma da nossa frente! - sentencia Marcelo. CORTA A CENA.

CENA 8: Todos já estão de volta à mansão de Marion. Marcelo se prepara pra dormir quando Rafael vai até seu quarto.
-Você veio todo o caminho sem trocar uma palavra comigo, amor...
-Você deu motivos para isso, Rafael. Você me magoou muito hoje.
-Eu sinto muito, Marcelo... mas estou de mãos atadas. Não tenho pra onde correr, a imagem que a mídia sustenta de mim é o que garante o sustento dessa casa.
-É, mas agora não é mais a única fonte de renda. Se você não gosta de sustentar essa imagem, por que continua?
-Porque amo ser ator. Gosto de fazer as pessoas sonharem. Não fui eu que decidi as regras desse jogo. Isso tudo já existia muito antes da gente nascer...
-E você acha justo isso com nós dois? Você realmente acha que eu vivi tudo o que vivi pra chegar hoje, com quase vinte anos na cara e me esconder como se fosse um criminoso?
-A gente vai dar um jeito nisso.
-Como, Rafael, como?
-Daqui duas semanas a novela que sou protagonista acaba, vou entrar em férias. Eu tava pensando que nós podíamos viajar pra longe, pra poder viver nosso amor longe dos holofotes...
-Cê tá falando sério?
-Sim. Era uma surpresa, mas resolvi falar agora. Eu comprei duas passagens pra Austrália.
Marcelo se surpreende. FIM DO CAPÍTULO 14.

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