CENA 1: Marcelo fica perplexo
com o que Rafael disse.
-Isso quer dizer que a gente
vai pro exterior? Meu Deus! Eu que nunca saí do Rio de Janeiro...
-Exatamente. Pelo menos lá a
gente vai ter direito ao mínimo de privacidade, coisa que aqui no
Brasil a gente jamais teria.
-Afinal de contas, você e sua
mãe são famosos e eu, por tabela, também me torno famoso por causa
disso...
-Isso mesmo. Não é o que eu
sonhei pra nós. Tá muito longe de ser a vida ideal, mas enquanto a
gente não pode lutar contra isso, é o que dá pra ser feito.
-Eu tou muito feliz por isso,
amor! Na verdade tou me sentindo até meio envergonhado por ter
exigido tanto de você hoje...
-Relaxa, amor... você não
tinha como adivinhar que eu tinha comprado nossas passagens pra
Austrália. Queria manter segredo até quando fosse acabar a novela
que sou protagonista, pedi segredo pra minha mãe e pra sua... mas
achei melhor te contar agora. Não quero que nada nesse mundo nos
impeça de ficar juntos.
-Eu te amo muito mais por
isso, Rafa! Você não sabe o quanto isso significa pra mim. Não é
pelo fato de eu ir pra outro país pela primeira vez, nem pelo
dinheiro, afinal de contas eu sou rico agora... é pelo valor do
gesto. Pelo seu esforço em fazer a coisa certa...
-A verdade é que nós dois
ainda somos muito jovens, Marcelo. Estamos descobrindo a vida agora.
Desbravando os mistérios, traçando nossos caminhos. Vamos descobrir
as soluções para nossos problemas juntos... promete?
-Claro que prometo, Rafael!
Nunca pensei que amaria tanto alguém como te amo. Não tem
explicação o que rola entre nós...
-Sinto a mesma coisa, meu
amor... mas tem uma coisa que me entristece.
-O que?
-Queria poder casar contigo.
Digo... casar nós podemos, o problema é que em qualquer canto do
Brasil que nos casássemos, correríamos o risco dessas informações
vazarem pra imprensa. Por mim eu gritava pro mundo que te amo, mas
isso seria possivelmente o fim da minha carreira de ator. Pode
parecer idealista o que vou dizer, mas no começo eu até fiz
televisão por dinheiro, meu pai tinha nos afundado em dívidas e
minha mãe sem ser chamada há anos pra uma novela inteira, mas
depois... veio o amor ao que eu faço, sabe? Não tenho como explicar
o que sinto quando estou na pele de uma personagem, é quase
transcendental. Não quero ter de perder isso...
-Não foi você mesmo que
disse que vamos encontrar um jeito juntos? Eu confio em você. Melhor
dizendo: eu confio em nós dois.
Os dois, emocionados, se
abraçam. CORTA A CENA.
CENA 2: A noite passa e o dia
amanhece. Vicente estranha estar na casa de Marion e vaga
desorientado pela sala. Marcelo e Rafael, que já estão prontos para
saírem, resolvem falar com Vicente.
-Tá confuso de estar aqui,
não é? - fala Rafael.
-Não lembro como vim parar na
casa da sua mãe, Rafael. Acho que bebi demais ontem, mas nunca me
senti desse jeito. Parece que levei uma pancada na cabeça...
Marcelo olha para os lados
para se certificar que mais ninguém está na sala no momento e
resolve falar com Vicente.
-Sabe o que é? Quando eu me
esbarrei no teu copo ontem, não foi um acidente. O Rafa viu a
Suzanne colocando um negócio na sua bebida. Não fazemos ideia do
que essa mulher queria, mas eu fiz o que pude pra evitar que ela
conseguisse o que queria, fosse o que fosse.
-Eu lembro do acidente. Depois
disso não lembro de quase nada. Querem saber de uma coisa, meninos?
Não fui nem um pouco com a cara daquela Suzanne. Faço até alguma
ideia do que ela queria: ela é um tipo bem comum de golpista, dopa
alguém famoso pra criar uma situação que a favoreça.
-Favorecer em que sentido? -
intriga-se Marcelo.
-Eu sei o que o Vicente quis
dizer. A situação geralmente favorece a pessoa que aplica o golpe,
mas pode destruir a reputação da pessoa famosa. Geralmente quem faz
isso quer fama, prestígio e dinheiro fácil, nem que seja passando
por cima da reputação de outra pessoa. - esclarece Rafael.
-Mas não entendo, gente...
essa mulher diz que é rica. Tanto que ela dá aulas de etiqueta pra
minha mãe de graça! Tem alguma coisa muito errada nessa história...
- divaga Marcelo.
Rafael escuta um barulho na
parte de cima da casa.
-Já estão se acordando.
Vicente, eu vou pedir que você mantenha segredo sobre nossas
desconfianças em relação à Suzanne, certo? Eu e o Marcelo
preferimos agir em silêncio pra poder pegar essa vigarista no pulo.
-Contem com minha discrição,
meninos.
Riva surge e Vicente olha
encantado para ela, que retribui o olhar de encanto. CORTA A CENA.
CENA 3: A tarde avança e
Cláudio está lendo um livro enquanto Bruno assiste TV. Ambos estão
na sala. A campainha toca e Cláudio se sobressalta, quase assustado.
-É agora, Bruno. Rodrigo
chegou. Tente agir naturalmente com ele, espero que vocês se
consigam se dar bem...
Bruno observa apreensivo.
Cláudio caminha até a porta e abre para Rodrigo, que
instantaneamente lhe beija a boca. Só depois, Rodrigo percebe a
presença de outra pessoa e paralisa, atônito. Cláudio percebe o
espanto de Rodrigo e começa a explicar.
-Bem, Rodrigo... esse rapaz é
Bruno, um amigo meu.
-Amigo seu? Você não tem
amigos além do Marcelo e da Laura! - exclama Rodrigo.
-Eu posso explicar. Bruno
vagava pela rua no domingo, estava quase desmaiando. Veio do interior
de São Paulo em busca de uma vida melhor e foi enganado quando
disseram pra ele que tinha aluguel barato nessa área.
Bruno, percebendo o olhar de
ira em Rodrigo, resolve falar.
-Não tinha a mínima intenção
de ficar aqui... mas com as poucas economias que guardei, não tenho
como dar conta dos alugueis daqui enquanto não conseguir um emprego.
-Mesmo assim, você não deixa
de ser um completo estranho! - esbraveja Rodrigo. Cláudio tenta
contornar a situação.
-Pra mim ele não é estranho,
Rodrigo. Ele é boa gente, dá pra ver na retina. Dá um voto de
confiança pra ele...
Rodrigo se dá por vencido.
-Tá certo. Só fico
incomodado de ver outro homem morando com meu namorado. Eu que sou
namorado não moro aqui, entende? Espero que pelo menos você não
seja gay...
Bruno resolve falar.
-Não sou gay, sou bissexual.
Mas pode deixar que eu não sou destruidor de lares, certo?
O clima fica tenso e Rodrigo
não engole o atrevimento de Bruno. Cláudio busca contemporizar.
-Deixem disso, por favor.
Vamos falar de coisas boas, por favor?
Os três seguem conversando.
CORTA A CENA.
CENA 4: Anoitece. Marcelo e
Rafael chegam em casa e se deparam com Vicente ainda a conversar com
Riva, Marion, Ivan e Mariana.
-Ainda aqui, Vicente? -
espanta-se Rafael.
Marion resolve esclarecer.
-Vicente passou mal quase o
dia todo...
-Eu acho que fui drogado
naquele evento de ontem, só não sei como e nem porque. Tou sentindo
fraqueza e tontura ainda... - esclarece Vicente.
-Isso sem falar que a
companhia do Vicente aqui tá sendo muito boa... - derrete-se Riva.
-Estávamos mesmo devendo isso
a ele. Ele sempre foi um grande amigo nosso desde que contracenou
com Marion há mais de quinze anos. É uma alegria poder receber os
amigos na nossa casa! - empolga-se Ivan.
-Sendo assim, está tudo bem.
Espero que você fique melhor logo, Vicente. Agora, se vocês nos dão
licença, eu e Rafa vamos subir, ok? - fala Marcelo.
Rafael e Marcelo sobem ao
quarto de Rafael.
-Amor... eu só parei pra
pensar numa coisa que você me disse ontem há uns instantes...
-O que, Marcelo?
-Teve uma parte da nossa
conversa ontem, depois que você já tinha falado das passagens que
comprou pra Austrália... essa parte me deixou pensativo, mas só
agora me caiu a ficha.
-Sobre o que?
-Você falou em nos casarmos.
-E eu fui sincero. Se tem uma
coisa que tenho certeza nessa vida, é do amor que sinto por você,
Marcelo. Eu sei que nós nem completamos vinte anos ainda, mas quando
eu me vejo no futuro e penso em alguém, só penso em você. Eu quero
me casar com você, construir uma vida, uma família, ter um ou dois
filhos que tenham uma vida mais digna do que a que tivemos até
agora. Pode soar exagerado da minha parte, mas sinto que a cada novo
dia eu busco me tornar alguém melhor e isso tudo é por causa de
você, Marcelo.
Rafael está fortemente
emocionado e Marcelo também sente profunda emoção.
-Nem sei direito o que te
dizer. Parece que você lê os meus sentimentos!
-Talvez porque nós sintamos a
mesma coisa, vibremos na mesma sintonia...
Os dois se beijam, mais
apaixonados que nunca. CORTA A CENA.
CENA 5: Bruno aceita o convite
de Rodrigo para irem ao mercadinho fazerem compras para a casa de
Cláudio. Quando os dois estão a caminho do mercadinho, Rodrigo
confronta Bruno.
-Eu sinceramente gostaria de
entender o que você tá fazendo na casa do meu namorado. Aposto que
tem dedo do chefe nisso, não tem? O Mateus tá sabendo que o
namoradinho dele tá morando de favor na casa do desafeto dele?
-Claro que tá. Você tá
cansado de saber que o chefe nunca fala comigo e muito menos com
você. Todos os recados e ordens do chefe quem me passa é sempre o
Mateus.
-E o que é exatamente essa
ordem? Por que o chefe mandou você pra casa do meu namorado?
-Não tenho autorização de
te falar. Se fosse pra você saber, o chefe já teria te dado o
recado através de um dos agiotas que andam contigo, Rodrigo. Se o
chefe não disse, não é da sua conta.
Rodrigo perde a paciência.
-Olha aqui, seu fedelho do
interior: a partir do momento que o chefe envolve o homem que eu amo
nas tramoias dele isso é sim da minha conta!
-Ah, então quer dizer que
agora você ama o Cláudio? Porque pra meter chifre nele você serve,
não é? Pra esconder dele todo o seu passado – aliás, não só
dele, mas de nós também – e ainda esconder dele que a fonte do
teu sustento é extorsão... nesses momentos você não lembra que
ama o Cláudio, não é?
Rodrigo segura Bruno pelo
colarinho, enfurecido.
-Isso! Mostra quem você
realmente é, Rodrigo! Bate, bate logo!
Rodrigo desiste de bater em
Bruno.
-Não posso. Colocaria tudo a
perder. Isso acabaria chegando ao chefe em algum momento, sei que ele
tem homens dele espalhados por aí...
Bruno, refeito da adrenalina,
respira aliviado.
-Ainda bem que pelo menos
disso você lembrou! Tá maluco, cara? Quer botar a vida de todos nós
em risco?
-Não, isso nunca!
-Pois então trate de entender
que estou cumprindo ordens. Você pensa que estou feliz com isso,
Rodrigo? O Cláudio é um cara mais que especial, ele é um ser
humano fora do comum. Você acha que eu me sinto bem sabendo que
tenho ordens pra enganar uma pessoa boa como ele?
-Ah, então você recebeu
ordens de enganar ele...
-Claro que não é essa a
ordem, Rodrigo! Não insiste! Não tenho permissão pra falar. Isso
colocaria a minha vida, a vida do Mateus, a sua e a vida do Cláudio
em perigo. Mas eu posso te prometer uma coisa, uma única coisa: fica
tranquilo que eu jamais faria mal algum ao Cláudio. Eu gosto dele.
Se não fosse essa situação toda...
Bruno engole o que ia dizer.
Rodrigo fica intrigado.
-Se não fosse essa situação
toda o que? Fala!
-Deixa pra lá, Rodrigo. Não
é nada demais.
Cláudio se aproxima dos dois.
Rodrigo e Bruno disfarçam.
-Poxa vida! Faz mais de quinze
minutos que pedi pra vocês irem no mercadinho e vocês pararam pra
ficar de tititi? Vamos logo! Daqui a pouco o mercado fecha e daí
acabou cerveja!
Os três seguem o caminho.
CORTA A CENA.
CENA 6: A noite passa e o dia
amanhece. Vicente está tomando café da manhã na companhia de Riva
enquanto Marion, Ivan e Mariana ainda dormem.
-Sabe, Riva... você pode
achar loucura o que vou dizer...
-Não vou achar nada se você
não falar!
-É que, bem... não quero que
você me entenda mal, é que... eu te achei uma mulher encantadora.
Algo em você despertou dentro de mim uma ternura muito grande, mas
não é só isso...
Riva olha para Vicente
encantada e abobada.
-Então o que tem mais?
-Eu acho que tou me
apaixonando por você. Tá, eu sei que isso é loucura, a gente se
conhece tem dois dias, ainda dei aquele vexame no evento...
Riva é pega completamente
desprevenida.
-Não vai me dizer nada, Riva?
-Vicente... você é um homem
realmente encantador. Elegante, gentil, mas olha bem pra mim! Até
ontem eu era uma vendedora de quentinha, sem classe. Não tenho boas
maneiras, falo errado pra dedéu. Acho que cê deve estar confuso.
Você não ia querer uma mulher como eu. Faz anos que eu não consigo
chegar perto de homem nenhum, tudo culpa daquele desgraçado do
Márcio. Nunca mais consegui confiar nos homens...
-Mas você não confia em mim,
Riva?
-Vicente, a gente se conhece
tão pouco! Como é que vou confiar?
-Falei besteira, não é?
Desculpe, Riva.
Riva fica pensativa e resolve
falar.
-A gente pode fazer um teste.
Vamos ficando... devagar, aos poucos.
-Isso significa que você
gosta de mim?
-Sim, Vicente. Também não
sei explicar direito, mas tem alguma coisa em você que me desperta
uma coisa boa. Vamos com calma.
-Você quer namorar comigo?
-Quero. Mas devagar. Respeita
meu tempo?
-Claro que respeito! Mas nesse
momento eu queria saber se posso fazer uma coisa...
Riva, entendendo que Vicente
deseja beijá-la, assume a dianteira da situação.
-Se é beijo eu tou é seca
por isso!
Riva surpreende Vicente com um
beijo caloroso. CORTA A CENA.
CENA 7: Diogo chega em sua
casa depois de uma noitada e é abordado por seu namorado Victor, que
passara a noite inteira acordado a esperar por ele.
-Qual vai ser a desculpa
agora, Diogo? Vai colocar a culpa em mim de novo? Poxa vida, cara!
Faz quase uma semana que eu tou dando o meu melhor pra nós dois!
-Victor, meu amor... pelo amor
de Deus! Cê tá cansado de saber que às vezes gosto de sair pra
beber e dançar e só voltar depois que amanhece!
-Mas por que não me chamou
antes de eu ir dormir? Eu teria ido contigo!
-Pra cima de mim com essa,
Victor? Quantas vezes eu te convidei pra ir comigo? Qual era a sua
resposta, mesmo? “Não tenho disposição pra essas badalações,
não tenho vocação pra boemia, já nasci velho...” e mais um
monte de coisa que não vou lembrar agora...
Victor fica inseguro.
-Você não foi atrás do seu
Cláudio, foi? Você me prometeu aquele dia que nunca mais ia tentar
nada com seu ex...
-Prometi e tou cumprindo. Mas
poxa vida, Victor! Ele também é meu amigo.
-“Muy amigo”, não? Olha
aqui, Diogo: se eu descobrir que vocês andam ficando outra vez eu
juro pelo sol que me ilumina que eu me mato!
Victor começa a chorar,
completamente desconsolado. Diogo não sabe o que responder ao
namorado. Victor toma fôlego entre as lágrimas e volta a falar.
-Você acha que é fácil pra
mim viver nessa montanha russa? Eu sei que devia me esforçar mais,
Diogo. Eu te amo mais que tudo! Mas esse amor não é suficiente pra
que eu consiga sempre levantar da cama e sair de dentro dessa casa.
Tem dias que a dor é mais forte do que eu consigo suportar.
Diogo, emocionado, abraça
Victor.
-Eu queria poder arrancar de
dentro de você essa dor toda... me corta o coração te ver assim,
meu amor...
-Eu quero melhorar. No fundo
eu sei que a culpa nunca foi do Cláudio nem sua. Nem minha. Eu só
queria viver sem essa sombra que vive dentro de mim...
-Nós vamos encontrar um
jeito. Só me promete uma coisa: assim que encontrar forças, procura
um psicólogo ou psiquiatra? Eu juro que vou com você. Eu quero ver
você melhor... eu te amo, sabia? Por mais que você não acredite
nisso...
-Eu acredito no seu amor,
Diogo. Mas não acredito em mim...
Victor continua chorando e
Diogo o afaga. CORTA A CENA.
CENA 8: Já no início da
noite, Bruno está conversando com Cláudio.
-Pensei que o Rodrigo ia ficar
pra dormir aqui de novo. Ele não fica muito por aqui, né?
-É... nunca fica por muito
tempo. Afinal de contas, ele também tem a casa dele...
-E ele mora perto ou longe
daqui?
-Eu não sei, Bruno.
-Como assim? Não sabe mesmo?
Ele nunca te disse?
-Nunca. Esse é um dos motivos
pelos quais eu só confio nele até a página 2.
Bruno fica genuinamente
perplexo pela revelação de Cláudio.
-Deus do céu! Sei que não
sou ninguém pra falar, mas é muito esquisito ele ser daqui do Rio
de Janeiro e nunca ter te falado onde mora!
-Eu sei que é. Na verdade até
hoje não entendo como ainda tou com ele...
-Tem quanto tempo que vocês
estão juntos?
-Quase um ano, entre trancos e
barrancos. No fundo eu sei que ele é boa pessoa, mas me assusta
imaginar o que existe por trás do que ele esconde...
Bruno engole a seco.
-Sabe, Cláudio... você é um
cara tão especial! Merece alguém que seja mais verdadeiro com você.
Cláudio baqueia com as
palavras de Bruno.
-Eu não sei se sou tudo isso.
Mas queria que Rodrigo fosse mais aberto comigo... na verdade eu vejo
mais verdade em você, Bruno... e isso é louco, sabe? Te conheço
tem três dias e...
-E...?
-Prefiro não falar, Bruno...
Bruno sente legítima afeição
e atração por Cláudio, que percebe e corresponde.
-Eu gosto de você, Cláudio.
Talvez mais que como amigo...
Os dois se beijam e Cláudio
recua logo depois.
-Isso tá errado. Rodrigo é
meu namorado, nunca traí ninguém. Isso não faz o mínimo sentido!
Terminei o melhor relacionamento da minha vida por causa de traição
e agora a gente tá nessa situação...
-Desculpa, Cláudio... eu não
quis causar problema.
-Eu sei disso, Bruno. Vejo
pureza no seu olhar. Mas preciso ficar sozinho agora, por favor.
CORTA A CENA.
CENA 9: Com a noite já
avançada, Marcelo está com Rafael no seu quarto e Marcelo resolve
questionar o namorado.
-Amor, tou te achando estranho
hoje. Você mal falou desde que eu fui lá te buscar nos estúdios.
Voltou quase mudo aqui pra casa.
-Deve ser impressão sua,
querido...
-Rafa, não esconde nada de
mim, por favor!
Rafael pensa bem antes de
falar e suspira.
-Eu tava pensando num jeito de
te falar isso com as palavras certas...
-Tá acontecendo alguma coisa
que eu não sei, amor?
-Tá, Marcelo. Mas antes que
você me pergunte, a nossa viagem pra Austrália vai acontecer, só
que talvez não dê pra gente ficar por lá tanto tempo...
-Por que? Ai, amor! Se isso
for uma questão de dinheiro, por que não falou comigo antes? Cê
sabe muito bem que pra nós dinheiro não vai ser problema. Eu, que
nunca considerei trancar a faculdade, resolvi fazer isso pela
gente... que que tem? Não tem razão ou motivo pra essa cara de
enterro que você tá...
-Na realidade tem porque não
é só isso, Marcelo. A autora da próxima novela das nove faz
questão que eu seja o filho dos protagonistas. O diretor entrou em
contato com minha assessoria e ele foi claro quando disse que a
autora falou que sem mim, não há novela. Isso tá gerando um
alvoroço no executivo da emissora porque eles não tem plano B
nenhum pra colocar no horário depois que a novela de agora terminar.
-Que é que tem? A novela
atual começou tem dois meses. Dá tempo, não dá?
-Só que a produção da
próxima novela começa daqui dois meses. A gente vai ter que passar
menos tempo na Austrália por causa disso.
Marcelo fica contrariado. FIM
DO CAPÍTULO 15.
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