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quarta-feira, 1 de junho de 2016

CAPÍTULO 15

CENA 1: Marcelo fica perplexo com o que Rafael disse.
-Isso quer dizer que a gente vai pro exterior? Meu Deus! Eu que nunca saí do Rio de Janeiro...
-Exatamente. Pelo menos lá a gente vai ter direito ao mínimo de privacidade, coisa que aqui no Brasil a gente jamais teria.
-Afinal de contas, você e sua mãe são famosos e eu, por tabela, também me torno famoso por causa disso...
-Isso mesmo. Não é o que eu sonhei pra nós. Tá muito longe de ser a vida ideal, mas enquanto a gente não pode lutar contra isso, é o que dá pra ser feito.
-Eu tou muito feliz por isso, amor! Na verdade tou me sentindo até meio envergonhado por ter exigido tanto de você hoje...
-Relaxa, amor... você não tinha como adivinhar que eu tinha comprado nossas passagens pra Austrália. Queria manter segredo até quando fosse acabar a novela que sou protagonista, pedi segredo pra minha mãe e pra sua... mas achei melhor te contar agora. Não quero que nada nesse mundo nos impeça de ficar juntos.
-Eu te amo muito mais por isso, Rafa! Você não sabe o quanto isso significa pra mim. Não é pelo fato de eu ir pra outro país pela primeira vez, nem pelo dinheiro, afinal de contas eu sou rico agora... é pelo valor do gesto. Pelo seu esforço em fazer a coisa certa...
-A verdade é que nós dois ainda somos muito jovens, Marcelo. Estamos descobrindo a vida agora. Desbravando os mistérios, traçando nossos caminhos. Vamos descobrir as soluções para nossos problemas juntos... promete?
-Claro que prometo, Rafael! Nunca pensei que amaria tanto alguém como te amo. Não tem explicação o que rola entre nós...
-Sinto a mesma coisa, meu amor... mas tem uma coisa que me entristece.
-O que?
-Queria poder casar contigo. Digo... casar nós podemos, o problema é que em qualquer canto do Brasil que nos casássemos, correríamos o risco dessas informações vazarem pra imprensa. Por mim eu gritava pro mundo que te amo, mas isso seria possivelmente o fim da minha carreira de ator. Pode parecer idealista o que vou dizer, mas no começo eu até fiz televisão por dinheiro, meu pai tinha nos afundado em dívidas e minha mãe sem ser chamada há anos pra uma novela inteira, mas depois... veio o amor ao que eu faço, sabe? Não tenho como explicar o que sinto quando estou na pele de uma personagem, é quase transcendental. Não quero ter de perder isso...
-Não foi você mesmo que disse que vamos encontrar um jeito juntos? Eu confio em você. Melhor dizendo: eu confio em nós dois.
Os dois, emocionados, se abraçam. CORTA A CENA.

CENA 2: A noite passa e o dia amanhece. Vicente estranha estar na casa de Marion e vaga desorientado pela sala. Marcelo e Rafael, que já estão prontos para saírem, resolvem falar com Vicente.
-Tá confuso de estar aqui, não é? - fala Rafael.
-Não lembro como vim parar na casa da sua mãe, Rafael. Acho que bebi demais ontem, mas nunca me senti desse jeito. Parece que levei uma pancada na cabeça...
Marcelo olha para os lados para se certificar que mais ninguém está na sala no momento e resolve falar com Vicente.
-Sabe o que é? Quando eu me esbarrei no teu copo ontem, não foi um acidente. O Rafa viu a Suzanne colocando um negócio na sua bebida. Não fazemos ideia do que essa mulher queria, mas eu fiz o que pude pra evitar que ela conseguisse o que queria, fosse o que fosse.
-Eu lembro do acidente. Depois disso não lembro de quase nada. Querem saber de uma coisa, meninos? Não fui nem um pouco com a cara daquela Suzanne. Faço até alguma ideia do que ela queria: ela é um tipo bem comum de golpista, dopa alguém famoso pra criar uma situação que a favoreça.
-Favorecer em que sentido? - intriga-se Marcelo.
-Eu sei o que o Vicente quis dizer. A situação geralmente favorece a pessoa que aplica o golpe, mas pode destruir a reputação da pessoa famosa. Geralmente quem faz isso quer fama, prestígio e dinheiro fácil, nem que seja passando por cima da reputação de outra pessoa. - esclarece Rafael.
-Mas não entendo, gente... essa mulher diz que é rica. Tanto que ela dá aulas de etiqueta pra minha mãe de graça! Tem alguma coisa muito errada nessa história... - divaga Marcelo.
Rafael escuta um barulho na parte de cima da casa.
-Já estão se acordando. Vicente, eu vou pedir que você mantenha segredo sobre nossas desconfianças em relação à Suzanne, certo? Eu e o Marcelo preferimos agir em silêncio pra poder pegar essa vigarista no pulo.
-Contem com minha discrição, meninos.
Riva surge e Vicente olha encantado para ela, que retribui o olhar de encanto. CORTA A CENA.

CENA 3: A tarde avança e Cláudio está lendo um livro enquanto Bruno assiste TV. Ambos estão na sala. A campainha toca e Cláudio se sobressalta, quase assustado.
-É agora, Bruno. Rodrigo chegou. Tente agir naturalmente com ele, espero que vocês se consigam se dar bem...
Bruno observa apreensivo. Cláudio caminha até a porta e abre para Rodrigo, que instantaneamente lhe beija a boca. Só depois, Rodrigo percebe a presença de outra pessoa e paralisa, atônito. Cláudio percebe o espanto de Rodrigo e começa a explicar.
-Bem, Rodrigo... esse rapaz é Bruno, um amigo meu.
-Amigo seu? Você não tem amigos além do Marcelo e da Laura! - exclama Rodrigo.
-Eu posso explicar. Bruno vagava pela rua no domingo, estava quase desmaiando. Veio do interior de São Paulo em busca de uma vida melhor e foi enganado quando disseram pra ele que tinha aluguel barato nessa área.
Bruno, percebendo o olhar de ira em Rodrigo, resolve falar.
-Não tinha a mínima intenção de ficar aqui... mas com as poucas economias que guardei, não tenho como dar conta dos alugueis daqui enquanto não conseguir um emprego.
-Mesmo assim, você não deixa de ser um completo estranho! - esbraveja Rodrigo. Cláudio tenta contornar a situação.
-Pra mim ele não é estranho, Rodrigo. Ele é boa gente, dá pra ver na retina. Dá um voto de confiança pra ele...
Rodrigo se dá por vencido.
-Tá certo. Só fico incomodado de ver outro homem morando com meu namorado. Eu que sou namorado não moro aqui, entende? Espero que pelo menos você não seja gay...
Bruno resolve falar.
-Não sou gay, sou bissexual. Mas pode deixar que eu não sou destruidor de lares, certo?
O clima fica tenso e Rodrigo não engole o atrevimento de Bruno. Cláudio busca contemporizar.
-Deixem disso, por favor. Vamos falar de coisas boas, por favor?
Os três seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 4: Anoitece. Marcelo e Rafael chegam em casa e se deparam com Vicente ainda a conversar com Riva, Marion, Ivan e Mariana.
-Ainda aqui, Vicente? - espanta-se Rafael.
Marion resolve esclarecer.
-Vicente passou mal quase o dia todo...
-Eu acho que fui drogado naquele evento de ontem, só não sei como e nem porque. Tou sentindo fraqueza e tontura ainda... - esclarece Vicente.
-Isso sem falar que a companhia do Vicente aqui tá sendo muito boa... - derrete-se Riva.
-Estávamos mesmo devendo isso a ele. Ele sempre foi um grande amigo nosso desde que contracenou com Marion há mais de quinze anos. É uma alegria poder receber os amigos na nossa casa! - empolga-se Ivan.
-Sendo assim, está tudo bem. Espero que você fique melhor logo, Vicente. Agora, se vocês nos dão licença, eu e Rafa vamos subir, ok? - fala Marcelo.
Rafael e Marcelo sobem ao quarto de Rafael.
-Amor... eu só parei pra pensar numa coisa que você me disse ontem há uns instantes...
-O que, Marcelo?
-Teve uma parte da nossa conversa ontem, depois que você já tinha falado das passagens que comprou pra Austrália... essa parte me deixou pensativo, mas só agora me caiu a ficha.
-Sobre o que?
-Você falou em nos casarmos.
-E eu fui sincero. Se tem uma coisa que tenho certeza nessa vida, é do amor que sinto por você, Marcelo. Eu sei que nós nem completamos vinte anos ainda, mas quando eu me vejo no futuro e penso em alguém, só penso em você. Eu quero me casar com você, construir uma vida, uma família, ter um ou dois filhos que tenham uma vida mais digna do que a que tivemos até agora. Pode soar exagerado da minha parte, mas sinto que a cada novo dia eu busco me tornar alguém melhor e isso tudo é por causa de você, Marcelo.
Rafael está fortemente emocionado e Marcelo também sente profunda emoção.
-Nem sei direito o que te dizer. Parece que você lê os meus sentimentos!
-Talvez porque nós sintamos a mesma coisa, vibremos na mesma sintonia...
Os dois se beijam, mais apaixonados que nunca. CORTA A CENA.

CENA 5: Bruno aceita o convite de Rodrigo para irem ao mercadinho fazerem compras para a casa de Cláudio. Quando os dois estão a caminho do mercadinho, Rodrigo confronta Bruno.
-Eu sinceramente gostaria de entender o que você tá fazendo na casa do meu namorado. Aposto que tem dedo do chefe nisso, não tem? O Mateus tá sabendo que o namoradinho dele tá morando de favor na casa do desafeto dele?
-Claro que tá. Você tá cansado de saber que o chefe nunca fala comigo e muito menos com você. Todos os recados e ordens do chefe quem me passa é sempre o Mateus.
-E o que é exatamente essa ordem? Por que o chefe mandou você pra casa do meu namorado?
-Não tenho autorização de te falar. Se fosse pra você saber, o chefe já teria te dado o recado através de um dos agiotas que andam contigo, Rodrigo. Se o chefe não disse, não é da sua conta.
Rodrigo perde a paciência.
-Olha aqui, seu fedelho do interior: a partir do momento que o chefe envolve o homem que eu amo nas tramoias dele isso é sim da minha conta!
-Ah, então quer dizer que agora você ama o Cláudio? Porque pra meter chifre nele você serve, não é? Pra esconder dele todo o seu passado – aliás, não só dele, mas de nós também – e ainda esconder dele que a fonte do teu sustento é extorsão... nesses momentos você não lembra que ama o Cláudio, não é?
Rodrigo segura Bruno pelo colarinho, enfurecido.
-Isso! Mostra quem você realmente é, Rodrigo! Bate, bate logo!
Rodrigo desiste de bater em Bruno.
-Não posso. Colocaria tudo a perder. Isso acabaria chegando ao chefe em algum momento, sei que ele tem homens dele espalhados por aí...
Bruno, refeito da adrenalina, respira aliviado.
-Ainda bem que pelo menos disso você lembrou! Tá maluco, cara? Quer botar a vida de todos nós em risco?
-Não, isso nunca!
-Pois então trate de entender que estou cumprindo ordens. Você pensa que estou feliz com isso, Rodrigo? O Cláudio é um cara mais que especial, ele é um ser humano fora do comum. Você acha que eu me sinto bem sabendo que tenho ordens pra enganar uma pessoa boa como ele?
-Ah, então você recebeu ordens de enganar ele...
-Claro que não é essa a ordem, Rodrigo! Não insiste! Não tenho permissão pra falar. Isso colocaria a minha vida, a vida do Mateus, a sua e a vida do Cláudio em perigo. Mas eu posso te prometer uma coisa, uma única coisa: fica tranquilo que eu jamais faria mal algum ao Cláudio. Eu gosto dele. Se não fosse essa situação toda...
Bruno engole o que ia dizer. Rodrigo fica intrigado.
-Se não fosse essa situação toda o que? Fala!
-Deixa pra lá, Rodrigo. Não é nada demais.
Cláudio se aproxima dos dois. Rodrigo e Bruno disfarçam.
-Poxa vida! Faz mais de quinze minutos que pedi pra vocês irem no mercadinho e vocês pararam pra ficar de tititi? Vamos logo! Daqui a pouco o mercado fecha e daí acabou cerveja!
Os três seguem o caminho. CORTA A CENA.

CENA 6: A noite passa e o dia amanhece. Vicente está tomando café da manhã na companhia de Riva enquanto Marion, Ivan e Mariana ainda dormem.
-Sabe, Riva... você pode achar loucura o que vou dizer...
-Não vou achar nada se você não falar!
-É que, bem... não quero que você me entenda mal, é que... eu te achei uma mulher encantadora. Algo em você despertou dentro de mim uma ternura muito grande, mas não é só isso...
Riva olha para Vicente encantada e abobada.
-Então o que tem mais?
-Eu acho que tou me apaixonando por você. Tá, eu sei que isso é loucura, a gente se conhece tem dois dias, ainda dei aquele vexame no evento...
Riva é pega completamente desprevenida.
-Não vai me dizer nada, Riva?
-Vicente... você é um homem realmente encantador. Elegante, gentil, mas olha bem pra mim! Até ontem eu era uma vendedora de quentinha, sem classe. Não tenho boas maneiras, falo errado pra dedéu. Acho que cê deve estar confuso. Você não ia querer uma mulher como eu. Faz anos que eu não consigo chegar perto de homem nenhum, tudo culpa daquele desgraçado do Márcio. Nunca mais consegui confiar nos homens...
-Mas você não confia em mim, Riva?
-Vicente, a gente se conhece tão pouco! Como é que vou confiar?
-Falei besteira, não é? Desculpe, Riva.
Riva fica pensativa e resolve falar.
-A gente pode fazer um teste. Vamos ficando... devagar, aos poucos.
-Isso significa que você gosta de mim?
-Sim, Vicente. Também não sei explicar direito, mas tem alguma coisa em você que me desperta uma coisa boa. Vamos com calma.
-Você quer namorar comigo?
-Quero. Mas devagar. Respeita meu tempo?
-Claro que respeito! Mas nesse momento eu queria saber se posso fazer uma coisa...
Riva, entendendo que Vicente deseja beijá-la, assume a dianteira da situação.
-Se é beijo eu tou é seca por isso!
Riva surpreende Vicente com um beijo caloroso. CORTA A CENA.

CENA 7: Diogo chega em sua casa depois de uma noitada e é abordado por seu namorado Victor, que passara a noite inteira acordado a esperar por ele.
-Qual vai ser a desculpa agora, Diogo? Vai colocar a culpa em mim de novo? Poxa vida, cara! Faz quase uma semana que eu tou dando o meu melhor pra nós dois!
-Victor, meu amor... pelo amor de Deus! Cê tá cansado de saber que às vezes gosto de sair pra beber e dançar e só voltar depois que amanhece!
-Mas por que não me chamou antes de eu ir dormir? Eu teria ido contigo!
-Pra cima de mim com essa, Victor? Quantas vezes eu te convidei pra ir comigo? Qual era a sua resposta, mesmo? “Não tenho disposição pra essas badalações, não tenho vocação pra boemia, já nasci velho...” e mais um monte de coisa que não vou lembrar agora...
Victor fica inseguro.
-Você não foi atrás do seu Cláudio, foi? Você me prometeu aquele dia que nunca mais ia tentar nada com seu ex...
-Prometi e tou cumprindo. Mas poxa vida, Victor! Ele também é meu amigo.
-“Muy amigo”, não? Olha aqui, Diogo: se eu descobrir que vocês andam ficando outra vez eu juro pelo sol que me ilumina que eu me mato!
Victor começa a chorar, completamente desconsolado. Diogo não sabe o que responder ao namorado. Victor toma fôlego entre as lágrimas e volta a falar.
-Você acha que é fácil pra mim viver nessa montanha russa? Eu sei que devia me esforçar mais, Diogo. Eu te amo mais que tudo! Mas esse amor não é suficiente pra que eu consiga sempre levantar da cama e sair de dentro dessa casa. Tem dias que a dor é mais forte do que eu consigo suportar.
Diogo, emocionado, abraça Victor.
-Eu queria poder arrancar de dentro de você essa dor toda... me corta o coração te ver assim, meu amor...
-Eu quero melhorar. No fundo eu sei que a culpa nunca foi do Cláudio nem sua. Nem minha. Eu só queria viver sem essa sombra que vive dentro de mim...
-Nós vamos encontrar um jeito. Só me promete uma coisa: assim que encontrar forças, procura um psicólogo ou psiquiatra? Eu juro que vou com você. Eu quero ver você melhor... eu te amo, sabia? Por mais que você não acredite nisso...
-Eu acredito no seu amor, Diogo. Mas não acredito em mim...
Victor continua chorando e Diogo o afaga. CORTA A CENA.

CENA 8: Já no início da noite, Bruno está conversando com Cláudio.
-Pensei que o Rodrigo ia ficar pra dormir aqui de novo. Ele não fica muito por aqui, né?
-É... nunca fica por muito tempo. Afinal de contas, ele também tem a casa dele...
-E ele mora perto ou longe daqui?
-Eu não sei, Bruno.
-Como assim? Não sabe mesmo? Ele nunca te disse?
-Nunca. Esse é um dos motivos pelos quais eu só confio nele até a página 2.
Bruno fica genuinamente perplexo pela revelação de Cláudio.
-Deus do céu! Sei que não sou ninguém pra falar, mas é muito esquisito ele ser daqui do Rio de Janeiro e nunca ter te falado onde mora!
-Eu sei que é. Na verdade até hoje não entendo como ainda tou com ele...
-Tem quanto tempo que vocês estão juntos?
-Quase um ano, entre trancos e barrancos. No fundo eu sei que ele é boa pessoa, mas me assusta imaginar o que existe por trás do que ele esconde...
Bruno engole a seco.
-Sabe, Cláudio... você é um cara tão especial! Merece alguém que seja mais verdadeiro com você.
Cláudio baqueia com as palavras de Bruno.
-Eu não sei se sou tudo isso. Mas queria que Rodrigo fosse mais aberto comigo... na verdade eu vejo mais verdade em você, Bruno... e isso é louco, sabe? Te conheço tem três dias e...
-E...?
-Prefiro não falar, Bruno...
Bruno sente legítima afeição e atração por Cláudio, que percebe e corresponde.
-Eu gosto de você, Cláudio. Talvez mais que como amigo...
Os dois se beijam e Cláudio recua logo depois.
-Isso tá errado. Rodrigo é meu namorado, nunca traí ninguém. Isso não faz o mínimo sentido! Terminei o melhor relacionamento da minha vida por causa de traição e agora a gente tá nessa situação...
-Desculpa, Cláudio... eu não quis causar problema.
-Eu sei disso, Bruno. Vejo pureza no seu olhar. Mas preciso ficar sozinho agora, por favor. CORTA A CENA.

CENA 9: Com a noite já avançada, Marcelo está com Rafael no seu quarto e Marcelo resolve questionar o namorado.
-Amor, tou te achando estranho hoje. Você mal falou desde que eu fui lá te buscar nos estúdios. Voltou quase mudo aqui pra casa.
-Deve ser impressão sua, querido...
-Rafa, não esconde nada de mim, por favor!
Rafael pensa bem antes de falar e suspira.
-Eu tava pensando num jeito de te falar isso com as palavras certas...
-Tá acontecendo alguma coisa que eu não sei, amor?
-Tá, Marcelo. Mas antes que você me pergunte, a nossa viagem pra Austrália vai acontecer, só que talvez não dê pra gente ficar por lá tanto tempo...
-Por que? Ai, amor! Se isso for uma questão de dinheiro, por que não falou comigo antes? Cê sabe muito bem que pra nós dinheiro não vai ser problema. Eu, que nunca considerei trancar a faculdade, resolvi fazer isso pela gente... que que tem? Não tem razão ou motivo pra essa cara de enterro que você tá...
-Na realidade tem porque não é só isso, Marcelo. A autora da próxima novela das nove faz questão que eu seja o filho dos protagonistas. O diretor entrou em contato com minha assessoria e ele foi claro quando disse que a autora falou que sem mim, não há novela. Isso tá gerando um alvoroço no executivo da emissora porque eles não tem plano B nenhum pra colocar no horário depois que a novela de agora terminar.
-Que é que tem? A novela atual começou tem dois meses. Dá tempo, não dá?
-Só que a produção da próxima novela começa daqui dois meses. A gente vai ter que passar menos tempo na Austrália por causa disso.
Marcelo fica contrariado. FIM DO CAPÍTULO 15.

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