CENA 1: Cláudio permanece
perplexo e não consegue dizer nenhuma palavra.
-Fala alguma coisa, Cláudio!
Eu tou te confessando uma verdade feia sobre meu passado. Mas eu juro
por Deus que acabei tudo com ele antes de ficar contigo. Eu só tenho
olhos pra você, eu te amo.
Cláudio começa a chorar.
-Sabe o que é pior nisso,
Bruno? Eu sei que você é sincero quando diz que me ama e eu te amo
também. Mas você tem noção da gravidade disso? Tem noção que o
Mateus é o namorado da minha melhor amiga e você não apenas sabia
que Mateus engana a Laura por todo esse tempo como foi você o outro!
Você conhece a Laura? Sabe que pessoa doce e maravilhosa ela é?
Você pensou no quanto ela pode sofrer quando descobrir que o Mateus
sempre teve uma vida dupla?
Bruno percebe a gravidade da
situação e começa a chorar.
-Por favor, meu amor... não
me abandona! Eu não tenho mais pra onde ir e isso é verdade. Não
me coloca pra fora! Eu sei que fiz burrada no passado, mas tudo isso
foi antes de você!
-Bruno, você não consegue
compreender a gravidade disso tudo? Você foi amante do namorado da
minha melhor amiga! O que você quer que eu pense? Como espera que eu
reaja?
-Não me deixa só... por
favor. Se você soubesse como me arrependo disso...
-Sem teto você não vai
ficar, pode ficar tranquilo. Não vou te colocar pra fora... mas
nosso namoro termina por aqui.
-Mas eu já te pedi perdão,
Cláudio!
-Eu já te perdoei. Quem eu
não perdoei ainda foi a mim, Bruno. Não me perdoei por ter
permitido que esse namoro fosse adiante não sabendo praticamente
nada sobre o seu passado.
-Se tivesse sido diferente,
ainda estaríamos juntos? Se eu tivesse te contado tudo, você me
daria uma chance ainda assim?
-Eu não sei, Bruno. Eu gosto
muito de você... o pior é que nem que eu queira eu consigo sentir
raiva de você. Vejo que você é um cara bom, que foi vítima das
circunstâncias. Mas isso não apaga o fato de que você enganou
minha melhor amiga! Não apaga o fato que, por medo ou vergonha desse
passado, contou uma série de pequenas mentiras pra mim pra que eu
não desconfiasse... você tem noção da enrascada que você me
colocou agora?
-Eu sei, Cláudio... não sei
mais o que te dizer sobre isso. Me desculpa.
-Acho que você não tem noção
exata da enrascada que eu tou por sua causa. Com que cara eu vou
chegar pra Laura, que é minha melhor amiga, pra simplesmente dizer
pra ela “ó, o teu namorado e o meu ex se pegaram por dois anos”.
Você entende agora? Você me deixou num beco sem saída, numa
situação que eu jamais nessa vida pensei que ia entrar. Pela
primeira vez na vida eu não vejo outra saída senão mentir... e vou
mentir justo pra minha melhor amiga! Por culpa e responsabilidade de
vocês dois! Você e o Mateus me envolveram nisso, intencionalmente
ou não.
-Mas Cláudio... omitir não é
mentir... pensa que você tá protegendo a Laura...
-Protegendo ou traindo?
-Não sei dizer...
-Claro que não sabe. Nem eu
tou conseguindo raciocinar direito diante de tudo isso... imagina
você sufocando esse segredo por tanto tempo.
-Eu sinto muito por não ter
tido coragem de te dizer tudo antes. Você sabe que eu te amo.
-Eu sei. Não sei sentir raiva
de você, Bruno. Mas a partir de agora, a gente vai ser só amigo.
Os dois se abraçam,
desconsolados. CORTA A CENA.
CENA 2: Na manhã do dia
seguinte, Eva procura Renata, que abre para ela.
-Não esperava te ver vindo
aqui tão cedo, Eva.
-Não me aguentei de saudades.
Por favor, Renata... vamos conversar, eu te peço, eu te imploro de
joelhos se você quiser...
-Nem pensa em se ajoelhar de
frente pra rua... vem, Eva, entra que eu acabei de passar um café. O
seu é sem açúcar nem adoçante, certo?
-Isso, o de sempre.
Renata serve o café das duas
e Eva a encara sem saber o que dizer.
-Fala logo o que te trouxe
aqui, Eva... eu ainda tenho um dia cheio pela frente.
-Eu vim te dizer que eu tou
disposta a te assumir pra todo mundo se você me aceitar de volta. E
eu nunca falei tão sério na minha vida.
-Como é que eu posso ter
tanta certeza disso, Eva? Você já me prometeu tantas, mas tantas
vezes, que ia se esforçar nesse sentido e durante anos ficou
arranjando desculpas, ficava se esquivando desse momento. O que
mudou?
-Eu mudei, amor. Esse tempo
que a gente tá separada me fez pensar em muita coisa. Minha vida não
faz o mesmo sentido sem você. De que ia me adiantar alcançar a
fama, o sucesso, o reconhecimento pelo meu trabalho e ficar sem você?
Você foi, é e sempre vai ser o único grande amor da minha vida.
Quando percebi que tava te perdendo, comecei a cair em mim...
Renata se emociona, mas tenta
se conter.
-Aquela velha história de “a
gente só dá valor depois que perde”, não é?
-Acredita em mim, amor... eu
sei que não é fácil. Sei que você teve muita paciência comigo...
sei que fui egoísta de só pensar em mim, na minha carreira, nas
minhas coisas... mas sabe, meus pais conversaram muito comigo. Me
ajudaram a ver onde eu errei... me ajudaram principalmente a perceber
o que eu realmente quero dessa vida. Sucesso nenhum teria valor se
fosse pra viver longe de você. Me dá essa chance, dá essa chance
pra nós duas...
-Sabe, Eva... eu não consigo
me imaginar longe de você também. Quando terminei contigo, confesso
que foi mais na esperança de que você pudesse ver tudo o que tá
começando a perceber agora.
-Isso significa que você me
aceita como sua namorada, sua noiva, sua mulher, seu tudo?
-Sim. Mas agora você vai ter
de me assumir diante de todo mundo quando houver eventos, ouviu, sua
danadinha? Não pense que vai escapar porque eu tou bem ciente de que
você me colocou em primeiro lugar!
As duas riem.
-Boba. Eu nunca mais quero
ficar longe de você. Você é a razão de eu me acordar e achar a
vida linda, sabia?
-Ih, resolveu virar poetisa
agora, Eva?
-Tá achando ruim?
-Nada! Pode continuar assim a
vida inteira se quiser...
As duas se beijam, selando a
reconciliação. CORTA A CENA.
CENA 3: Procópio vai ao hotel
onde “Chefe” costuma se esconder em busca de informações sobre
ele. O recepcionista lhe aborda.
-Posso lhe ajudar, senhor? -
prontifica-se o recepcionista.
-Não sei se pode, mas em todo
caso vou lhe dizer o que vim fazer aqui.
-Sim, em que posso ser útil?
-Seguinte, senhor... (Valentim
olha para o crachá de identificação do recepcionista) Alfredo, eu
preciso que você mantenha sigilo. Estou aqui a mando da polícia
federal. Preciso da sua discrição.
-Você tem o distintivo pra me
mostrar?
-Infelizmente não, não sou
investigador. Me chamo Procópio e sou dono de uma companhia de
teatro. Mas você deve conhecer os investigadores Valentim e Mara,
certo?
-Conheço, sim. Muito gente
boa, os dois, inclusive. Você os conhece?
-Sim, sou amigo deles de longa
data. Acontece que eles já andaram demais por aqui, suspeitam que um
hóspede desse hotel seja suspeito de chefiar uma quadrilha, entende?
Só que esse cara é safo e aparentemente já percebeu que os dois
estavam seguindo ele, entende? Sendo assim, eles me chamaram para
colaborar, já que o meu rosto não despertaria suspeitas...
-Entendi.
-Se você quiser, tenho um
dinheiro aqui para você colaborar.
-Nada disso, senhor...
Procópio, né?
-Sim.
-Não estou à venda e sei que
o senhor está falando a verdade. Ao contrário de muita gente por aí
eu não sou corrompível. Pode contar comigo de graça.
-Muito bem, seu Alfredo. Na
verdade eu não tinha dinheiro nenhum aqui, você passou bem nesse
teste. Você é um homem de confiança. É o seguinte: vou precisar
da lista de hóspedes atualizada aqui do hotel, você tem como me
conseguir?
-Claro... isso vai levar
alguns minutos porque eu vou ter de baixar direto do meu PC, que é
um pouco lento. Você se incomoda de esperar?
-De jeito nenhum... enquanto
isso eu posso te explicar melhor sobre as suspeitas que recaem sobre
esse possível hóspede daqui...
-Prossiga...
Os dois seguem conversando.
CORTA A CENA.
CENA 4: Horas mais tarde,
Suzanne está na mansão dos Bittencourt auxiliada por Marion em mais
uma aula de etiqueta para Riva, que ouve atentamente às instruções
dadas pelas duas e repete os gestos ordenados por Suzanne.
-Isso. Lembra que sempre que
você estiver à mesa e for comer, não deve sob hipótese alguma
colocar os braços sobre a mesa, o que é extremamente deselegante e
de péssimo tom. Outro detalhe importante é sempre deixar o garfo à
sua esquerda e a faca à sua direita. - fala Suzanne, aproveitando
uma leve distração de Riva para olhar de maneira insinuante para
Vicente, que acompanha de perto as instruções.
Riva, no entanto, percebe ao
olhar para Vicente que ele está com a expressão claramente
contrariada e o fulmina com o olhar. Suzanne, percebendo o que está
por acontecer, resolve ser evasiva.
-Querida, você me dá licença
por uns dois minutos? Preciso ir ao toalete retocar a maquiagem.
Marion, você pode vir comigo para falarmos sobre a evolução da
Riva nas nossas aulas?
-Claro, Suzanne! -
prontifica-se Marion.
Riva aproveita a ausência das
duas e pede explicações a Vicente.
-Dá pra me explicar que cara
foi aquela, Vicente?
-Que cara? É a minha cara de
sempre, Riva... só estava acompanhando as instruções delas pra
você.
-A mim você não engana,
Vicente. Olha, amor... eu não quero brigar, não quero mesmo. Mas
tava estampado na sua cara que você não suporta a presença da
Suzanne aqui. Ela não te fez nada, sabe? Tenta pegar leve com ela!
-Eu não teria tanta certeza
de que ela não fez nada.
-Lá vem você com seus
enigmas de novo. Agora não, Vicente. Aliás, nem agora e nem depois.
Você não pode simplesmente acusar uma pessoa desse jeito só porque
não foi com a cara dela, sabe?
-Eu não estou acusando,
Riva... você não entendeu o que quis dizer.
-Entendi muito bem, amor.
Olha, Vicente... eu não quero que a gente brigue e se desentenda por
causa de nada nem ninguém, muito menos por causa de uma amiga minha.
-Eu também não quero brigar,
só acho que você deveria ser mais esperta.
-Vicente... eu vivi mais de
trinta anos sem precisar de macho pra me abrir os olhos. Eu confio no
meu taco. Fica tranquilo. Mas me promete que não vai mais insinuar
nada sobre a Suzanne? Me promete que não vai mais acusar a coitada
sem prova de nada?
-Não tenho saída, né... eu
prometo, amor. Mas peço que você permaneça atenta, só isso.
-Pode deixar, amor. Eu sei me
virar bem na vida. Confia em mim. Ficamos combinados assim então:
não se fala mais em Suzanne entre nós, ok?
-Certo...
Vicente se dá por vencido,
frustrado. CORTA A CENA.
CENA 5: Horas depois, Suzanne
retorna ao hotel enquanto sua mãe está de saída.
-Oxe, mal cheguei e a dona
Raquel já vai sair toda emperequetada?
-Oi, minha filha... eu já
tava de saída, mesmo... tava saindo pra dar uma volta.
-Tá. Bom passeio.
Raquel parte e Suzanne olha
triunfante para Márcio.
-O que foi que aconteceu de
tão bom pra você estar com essa cara de quem viu vinte passarinhos
verdes?
-Márcio, a coisa tá
melhorando, tá evoluindo, tá tomando corpo.
-Conta mais sobre isso... o
panaca do Vicente começou a cair na sua?
-Pior que não. Aquele tonto é
osso duro de roer, viu? Nem sei se ele vai cair na minha em algum
momento, porque ele só vê a Riva diante dele, vê se pode!
-Mas a Riva é linda mesmo,
ué. Você achou que ia ser fácil?
-Mas não tão linda quanto
eu, Márcio. Senão você tinha continuado com ela em vez de fugir
comigo. Mas vamos ao que interessa: o fato é que eu vi os dois quase
brigando por minha causa.
-E por que você fala com esse
orgulho todo? Desculpa, Suzanne, mas dessa vez eu não entendi.
-Surpresa eu vou ficar no dia
que você entender alguma coisa de primeira, francamente... é o
seguinte, Márcio: você não percebe que se eles acabarem brigando
pra valer fica mais fácil pra eu inventar alguma coisa bem cabeluda
pra separar os dois? Vê se raciocina comigo: talvez eu nem precise
seduzir aquele tonto daquele galã de quase meia idade... basta que
eu forje a cena certa. E que eu saiba atuar bem, mas isso eu sempre
fiz na vida, não é mesmo?
-Você atua bem até demais,
Suzanne... às vezes me assusta. Nunca sei quando você tá sendo
sincera comigo.
-Chega desse papo, seu bobo.
Você não percebe que a gente vai acabar enriquecendo ainda mais se
isso tudo der certo?
Os dois se abraçam
comemorando.
-Vê se pelo menos dessa vez
você pensa com mais generosidade sobre a minha parte, né, afinal de
contas, sem mim, você não teria chegado tão fácil nela...
-Vou pensar no seu caso, mas
acho que você tá precisando é de uma lição agora.
Os dois se amam com
voracidade. CORTA A CENA.
CENA 6: Raquel chega ao
consultório de Valentim.
-Demorei muito? Acabei
dormindo demais hoje...
-Sem problemas, dona Raquel.
Hoje você deu sorte que esse horário vagou. Meu paciente desse
horário teve que fazer uma viagem a trabalho, então pode ficar à
vontade que hoje temos tempo.
-Ótimo. Sabe, doutor
Valentim... eu realmente fiquei curiosa sobre esse papo todo que
envolve conhecer a mente dos psicopatas. O caso daquela filha da
minha conhecida, que já falei contigo, não sai da minha cabeça,
fico ligando os pontos, sabe? A cada coisa que a mãe dela me conta,
eu vou meio que associando...
-Interessante você me dizer
isso, sabia Raquel? Talvez você tenha algum talento para ser
investigadora, por exemplo...
-Ah, o que é isso? Já passei
dos cinquenta anos, doutor...
-E daí? Nunca é tarde pra
gente descobrir nossa verdadeira vocação. Mas presumo que você
tenha vindo aqui hoje pra entender melhor a mente psicopata, certo?
-Sim. Quero ajudar minha
amiga, sabe? Pra que ela sofra menos ao perceber que a filha é
psicopata... isso é, se ela realmente for.
-Ao que tudo indica pelo que
você me contou, sim. Mas vamos lá... o que você quer saber
especificamente hoje?
-Queria saber se psicopatas
são pessoas cativantes, por exemplo.
-Muito! Uma das grandes armas
dos psicopatas é o carisma, sabia disso? Pois saiba. E tem muito
mais de onde vem isso. Como o psicopata é incapaz de sentir as
emoções humanas, ou seja, as emoções que todos nós sentimos,
eles aprendem desde muito pequenos a observar o comportamento de
todas as pessoas à sua volta. Aliás, você sabia que os psicopatas
são excelentes observadores? Mas são mais que apenas ótimos
observadores: também são excelentes atores. São os atores da vida
real. Uma vez que eles são desprovidos de emoções, eles entendem
cedo que não podem deixar transparecer a frieza diante das pessoas,
para não chocar. Então eles aprendem a atuar... e convencem! Quem
olha, garante que o psicopata se emociona de verdade. Eles são
extremamente convincentes. Mas a grande maioria dos psicopatas não
se tornam assassinos, serial killers ou essas coisas que as pessoas
comumente costumam associar à psicopatia. Na verdade eles são
excelentes estrategistas. Possuem uma inteligência acima da média
quando se trata de ter lábia, no cara-a-cara com as pessoas.
Inventam histórias fictícias sobre suas vidas, fingem ser médicos,
advogados, mesmo sem diploma. Sabem exatamente quais termos e
palavras usar para convencer suas presas de que ele é aquilo que ele
diz. Mas uma das grandes fragilidades do psicopata, por incrível que
possa parecer, quase sempre é a linguagem escrita. Quando
confrontados por uma pessoa, por exemplo, na frente de um computador,
eles não tem a facilidade de poder manipular no cara-a-cara. Então
eles acabam soando agressivos, muitos deles até podem escrever
errado... acabam revelando pela linguagem escrita sua falta de
preparo, é aí que muitos são pegos na mentira...
Raquel segue ouvindo
atentamente as palavras de Valentim. CORTA A CENA.
CENA 7: Cláudio aproveita que
Bruno saiu para fazer as compras do dia e resolve fazer uma chamada
de vídeo para Marcelo, que acaba atendendo ele.
-Fala viado! O que foi aquilo
aquele dia, mulher? No mínimo treze chamadas perdias enquanto eu
tava dormindo...
-Ah, você tava? Eu não
sabia, Marcelo... desculpa. Mas assim, eu tava precisando muito
desabafar com você. Não tenho mais a quem recorrer.
-Claudinho, eu adoraria poder
conversar melhor contigo, mas eu já demorei demais pra dormir. Aqui
já tá de madrugada, sabia? Mas vamos lá... tem como resumir
rapidamente o que você quer desabafar comigo?
-Poxa, Marcelo! Não dá pra
ficar um pouco mais? Você não sabe o que anda acontecendo aqui
comigo...
-Querido, eu estou em outro
continente nesse momento, será que você não percebe isso? Os fusos
são completamente diferentes... mas diga logo, que já tou morto de
sono.
-O Bruno, Marcelo... ele foi
amante do Mateus durante dois anos, enquanto o Mateus já tava com a
Laura! A minha melhor amiga! Eu tou arrasado... não sei o que fazer.
-Você não tá pensando em
falar isso pra ela, né? Talvez ela nem acreditasse e tem certas
verdades que não devem ser ditas.
-Eu não acredito que você tá
me falando pra mentir pra Lau, cara!
-Ninguém aqui tá falando em
mentir, Cláudio. Você é crescido o suficiente pra discernir omitir
de mentir. São coisas completamente diferentes. Agora me diz: o que
você ia ganhar contando essa verdade pra Laura? Você pelo menos
conversou com o Bruno sobre isso? Aliás, vocês estão juntos?
-Terminamos. Mas ele continua
morando aqui, foi fazer compras há pouco. Conversamos sobre tudo
ontem e ele também acha que não devo falar pra Laura.
-Ele tá certo, sabia? Ele
tinha que contar a verdade pra você, que era namorado dele, a parte
interessada nisso.
-Mas você esquece que isso
envolve o Mateus traindo a Laura?
-Não é pra se meter entre os
dois. O Mateus já não vai com a tua cara, você quer piorar as
coisas?
-Mas, Marcelo.
-Querido, eu realmente preciso
desligar. Rafael já tá reclamando que não fui pra cama com ele.
Outra hora a gente se fala com mais calma ou se não der tempo,
quando eu voltar pro Rio a gente conversa direito. Preciso ir, amigo.
Fica bem, viu?
-Tá certo. Bom sono aí...
Cláudio desliga, frustrado.
-Só o que me faltava. Meu
melhor amigo não dando a mínima pra mim... é um egoísta, isso
sim!
Cláudio se revolta. CORTA A
CENA.
CENA 8: Ivan recebe uma
ligação de Mara.
-Fala, Mara! O Valentim tá
querendo falar comigo?
-Não, Ivan. Dessa vez fui eu
que investiguei e descobri algumas coisas interessantes.
-Do que se trata? Alguma pista
do Haroldo?
-Por incrível que possa
parecer, depois de mais de dois anos, acredito ter encontrado uma
pista dele.
Ivan se anima.
-Fala mais sobre isso. É
pista quente?
-Ainda não. Mas andei dando
uma sondada ali no bairro Santa Tereza, com uma foto dele. Fui num
barzinho lá. O garçom disse que poderia jurar que viu aquele homem
frequentando o barzinho... e com alguma frequência. Perguntei a ele
quando havia sido a última vez e ele disse que não lembrava ao
certo, mas que era mais ou menos questão de um mês... ou seja:
estamos perto de encontrar uma pista quente do seu filho, se essa já
não for uma pista quente.
-Eu nem sei o que dizer!
-Não diga nada. Você precisa
manter discrição. Isso pode não dar em nada, mas qualquer coisa
nós te informamos. Beijo, preciso desligar
Mara desliga e Ivan se enche
de esperança. CORTA A CENA.
CENA 9: Horas depois, Marion
surge animada no jantar em família, causando espanto em Riva,
Vicente, Ivan, Valquíria e Mariana.
-Que cara é essa de quem
ganhou na loteria? - pergunta Riva.
-Vocês não vão acreditar na
ligação que acabei de receber: eu fui convidada pra ser a
protagonista da próxima novela das nove! FIM DO CAPÍTULO 31.
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