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segunda-feira, 20 de junho de 2016

CAPÍTULO 31

CENA 1: Cláudio permanece perplexo e não consegue dizer nenhuma palavra.
-Fala alguma coisa, Cláudio! Eu tou te confessando uma verdade feia sobre meu passado. Mas eu juro por Deus que acabei tudo com ele antes de ficar contigo. Eu só tenho olhos pra você, eu te amo.
Cláudio começa a chorar.
-Sabe o que é pior nisso, Bruno? Eu sei que você é sincero quando diz que me ama e eu te amo também. Mas você tem noção da gravidade disso? Tem noção que o Mateus é o namorado da minha melhor amiga e você não apenas sabia que Mateus engana a Laura por todo esse tempo como foi você o outro! Você conhece a Laura? Sabe que pessoa doce e maravilhosa ela é? Você pensou no quanto ela pode sofrer quando descobrir que o Mateus sempre teve uma vida dupla?
Bruno percebe a gravidade da situação e começa a chorar.
-Por favor, meu amor... não me abandona! Eu não tenho mais pra onde ir e isso é verdade. Não me coloca pra fora! Eu sei que fiz burrada no passado, mas tudo isso foi antes de você!
-Bruno, você não consegue compreender a gravidade disso tudo? Você foi amante do namorado da minha melhor amiga! O que você quer que eu pense? Como espera que eu reaja?
-Não me deixa só... por favor. Se você soubesse como me arrependo disso...
-Sem teto você não vai ficar, pode ficar tranquilo. Não vou te colocar pra fora... mas nosso namoro termina por aqui.
-Mas eu já te pedi perdão, Cláudio!
-Eu já te perdoei. Quem eu não perdoei ainda foi a mim, Bruno. Não me perdoei por ter permitido que esse namoro fosse adiante não sabendo praticamente nada sobre o seu passado.
-Se tivesse sido diferente, ainda estaríamos juntos? Se eu tivesse te contado tudo, você me daria uma chance ainda assim?
-Eu não sei, Bruno. Eu gosto muito de você... o pior é que nem que eu queira eu consigo sentir raiva de você. Vejo que você é um cara bom, que foi vítima das circunstâncias. Mas isso não apaga o fato de que você enganou minha melhor amiga! Não apaga o fato que, por medo ou vergonha desse passado, contou uma série de pequenas mentiras pra mim pra que eu não desconfiasse... você tem noção da enrascada que você me colocou agora?
-Eu sei, Cláudio... não sei mais o que te dizer sobre isso. Me desculpa.
-Acho que você não tem noção exata da enrascada que eu tou por sua causa. Com que cara eu vou chegar pra Laura, que é minha melhor amiga, pra simplesmente dizer pra ela “ó, o teu namorado e o meu ex se pegaram por dois anos”. Você entende agora? Você me deixou num beco sem saída, numa situação que eu jamais nessa vida pensei que ia entrar. Pela primeira vez na vida eu não vejo outra saída senão mentir... e vou mentir justo pra minha melhor amiga! Por culpa e responsabilidade de vocês dois! Você e o Mateus me envolveram nisso, intencionalmente ou não.
-Mas Cláudio... omitir não é mentir... pensa que você tá protegendo a Laura...
-Protegendo ou traindo?
-Não sei dizer...
-Claro que não sabe. Nem eu tou conseguindo raciocinar direito diante de tudo isso... imagina você sufocando esse segredo por tanto tempo.
-Eu sinto muito por não ter tido coragem de te dizer tudo antes. Você sabe que eu te amo.
-Eu sei. Não sei sentir raiva de você, Bruno. Mas a partir de agora, a gente vai ser só amigo.
Os dois se abraçam, desconsolados. CORTA A CENA.

CENA 2: Na manhã do dia seguinte, Eva procura Renata, que abre para ela.
-Não esperava te ver vindo aqui tão cedo, Eva.
-Não me aguentei de saudades. Por favor, Renata... vamos conversar, eu te peço, eu te imploro de joelhos se você quiser...
-Nem pensa em se ajoelhar de frente pra rua... vem, Eva, entra que eu acabei de passar um café. O seu é sem açúcar nem adoçante, certo?
-Isso, o de sempre.
Renata serve o café das duas e Eva a encara sem saber o que dizer.
-Fala logo o que te trouxe aqui, Eva... eu ainda tenho um dia cheio pela frente.
-Eu vim te dizer que eu tou disposta a te assumir pra todo mundo se você me aceitar de volta. E eu nunca falei tão sério na minha vida.
-Como é que eu posso ter tanta certeza disso, Eva? Você já me prometeu tantas, mas tantas vezes, que ia se esforçar nesse sentido e durante anos ficou arranjando desculpas, ficava se esquivando desse momento. O que mudou?
-Eu mudei, amor. Esse tempo que a gente tá separada me fez pensar em muita coisa. Minha vida não faz o mesmo sentido sem você. De que ia me adiantar alcançar a fama, o sucesso, o reconhecimento pelo meu trabalho e ficar sem você? Você foi, é e sempre vai ser o único grande amor da minha vida. Quando percebi que tava te perdendo, comecei a cair em mim...
Renata se emociona, mas tenta se conter.
-Aquela velha história de “a gente só dá valor depois que perde”, não é?
-Acredita em mim, amor... eu sei que não é fácil. Sei que você teve muita paciência comigo... sei que fui egoísta de só pensar em mim, na minha carreira, nas minhas coisas... mas sabe, meus pais conversaram muito comigo. Me ajudaram a ver onde eu errei... me ajudaram principalmente a perceber o que eu realmente quero dessa vida. Sucesso nenhum teria valor se fosse pra viver longe de você. Me dá essa chance, dá essa chance pra nós duas...
-Sabe, Eva... eu não consigo me imaginar longe de você também. Quando terminei contigo, confesso que foi mais na esperança de que você pudesse ver tudo o que tá começando a perceber agora.
-Isso significa que você me aceita como sua namorada, sua noiva, sua mulher, seu tudo?
-Sim. Mas agora você vai ter de me assumir diante de todo mundo quando houver eventos, ouviu, sua danadinha? Não pense que vai escapar porque eu tou bem ciente de que você me colocou em primeiro lugar!
As duas riem.
-Boba. Eu nunca mais quero ficar longe de você. Você é a razão de eu me acordar e achar a vida linda, sabia?
-Ih, resolveu virar poetisa agora, Eva?
-Tá achando ruim?
-Nada! Pode continuar assim a vida inteira se quiser...
As duas se beijam, selando a reconciliação. CORTA A CENA.

CENA 3: Procópio vai ao hotel onde “Chefe” costuma se esconder em busca de informações sobre ele. O recepcionista lhe aborda.
-Posso lhe ajudar, senhor? - prontifica-se o recepcionista.
-Não sei se pode, mas em todo caso vou lhe dizer o que vim fazer aqui.
-Sim, em que posso ser útil?
-Seguinte, senhor... (Valentim olha para o crachá de identificação do recepcionista) Alfredo, eu preciso que você mantenha sigilo. Estou aqui a mando da polícia federal. Preciso da sua discrição.
-Você tem o distintivo pra me mostrar?
-Infelizmente não, não sou investigador. Me chamo Procópio e sou dono de uma companhia de teatro. Mas você deve conhecer os investigadores Valentim e Mara, certo?
-Conheço, sim. Muito gente boa, os dois, inclusive. Você os conhece?
-Sim, sou amigo deles de longa data. Acontece que eles já andaram demais por aqui, suspeitam que um hóspede desse hotel seja suspeito de chefiar uma quadrilha, entende? Só que esse cara é safo e aparentemente já percebeu que os dois estavam seguindo ele, entende? Sendo assim, eles me chamaram para colaborar, já que o meu rosto não despertaria suspeitas...
-Entendi.
-Se você quiser, tenho um dinheiro aqui para você colaborar.
-Nada disso, senhor... Procópio, né?
-Sim.
-Não estou à venda e sei que o senhor está falando a verdade. Ao contrário de muita gente por aí eu não sou corrompível. Pode contar comigo de graça.
-Muito bem, seu Alfredo. Na verdade eu não tinha dinheiro nenhum aqui, você passou bem nesse teste. Você é um homem de confiança. É o seguinte: vou precisar da lista de hóspedes atualizada aqui do hotel, você tem como me conseguir?
-Claro... isso vai levar alguns minutos porque eu vou ter de baixar direto do meu PC, que é um pouco lento. Você se incomoda de esperar?
-De jeito nenhum... enquanto isso eu posso te explicar melhor sobre as suspeitas que recaem sobre esse possível hóspede daqui...
-Prossiga...
Os dois seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 4: Horas mais tarde, Suzanne está na mansão dos Bittencourt auxiliada por Marion em mais uma aula de etiqueta para Riva, que ouve atentamente às instruções dadas pelas duas e repete os gestos ordenados por Suzanne.
-Isso. Lembra que sempre que você estiver à mesa e for comer, não deve sob hipótese alguma colocar os braços sobre a mesa, o que é extremamente deselegante e de péssimo tom. Outro detalhe importante é sempre deixar o garfo à sua esquerda e a faca à sua direita. - fala Suzanne, aproveitando uma leve distração de Riva para olhar de maneira insinuante para Vicente, que acompanha de perto as instruções.
Riva, no entanto, percebe ao olhar para Vicente que ele está com a expressão claramente contrariada e o fulmina com o olhar. Suzanne, percebendo o que está por acontecer, resolve ser evasiva.
-Querida, você me dá licença por uns dois minutos? Preciso ir ao toalete retocar a maquiagem. Marion, você pode vir comigo para falarmos sobre a evolução da Riva nas nossas aulas?
-Claro, Suzanne! - prontifica-se Marion.
Riva aproveita a ausência das duas e pede explicações a Vicente.
-Dá pra me explicar que cara foi aquela, Vicente?
-Que cara? É a minha cara de sempre, Riva... só estava acompanhando as instruções delas pra você.
-A mim você não engana, Vicente. Olha, amor... eu não quero brigar, não quero mesmo. Mas tava estampado na sua cara que você não suporta a presença da Suzanne aqui. Ela não te fez nada, sabe? Tenta pegar leve com ela!
-Eu não teria tanta certeza de que ela não fez nada.
-Lá vem você com seus enigmas de novo. Agora não, Vicente. Aliás, nem agora e nem depois. Você não pode simplesmente acusar uma pessoa desse jeito só porque não foi com a cara dela, sabe?
-Eu não estou acusando, Riva... você não entendeu o que quis dizer.
-Entendi muito bem, amor. Olha, Vicente... eu não quero que a gente brigue e se desentenda por causa de nada nem ninguém, muito menos por causa de uma amiga minha.
-Eu também não quero brigar, só acho que você deveria ser mais esperta.
-Vicente... eu vivi mais de trinta anos sem precisar de macho pra me abrir os olhos. Eu confio no meu taco. Fica tranquilo. Mas me promete que não vai mais insinuar nada sobre a Suzanne? Me promete que não vai mais acusar a coitada sem prova de nada?
-Não tenho saída, né... eu prometo, amor. Mas peço que você permaneça atenta, só isso.
-Pode deixar, amor. Eu sei me virar bem na vida. Confia em mim. Ficamos combinados assim então: não se fala mais em Suzanne entre nós, ok?
-Certo...
Vicente se dá por vencido, frustrado. CORTA A CENA.

CENA 5: Horas depois, Suzanne retorna ao hotel enquanto sua mãe está de saída.
-Oxe, mal cheguei e a dona Raquel já vai sair toda emperequetada?
-Oi, minha filha... eu já tava de saída, mesmo... tava saindo pra dar uma volta.
-Tá. Bom passeio.
Raquel parte e Suzanne olha triunfante para Márcio.
-O que foi que aconteceu de tão bom pra você estar com essa cara de quem viu vinte passarinhos verdes?
-Márcio, a coisa tá melhorando, tá evoluindo, tá tomando corpo.
-Conta mais sobre isso... o panaca do Vicente começou a cair na sua?
-Pior que não. Aquele tonto é osso duro de roer, viu? Nem sei se ele vai cair na minha em algum momento, porque ele só vê a Riva diante dele, vê se pode!
-Mas a Riva é linda mesmo, ué. Você achou que ia ser fácil?
-Mas não tão linda quanto eu, Márcio. Senão você tinha continuado com ela em vez de fugir comigo. Mas vamos ao que interessa: o fato é que eu vi os dois quase brigando por minha causa.
-E por que você fala com esse orgulho todo? Desculpa, Suzanne, mas dessa vez eu não entendi.
-Surpresa eu vou ficar no dia que você entender alguma coisa de primeira, francamente... é o seguinte, Márcio: você não percebe que se eles acabarem brigando pra valer fica mais fácil pra eu inventar alguma coisa bem cabeluda pra separar os dois? Vê se raciocina comigo: talvez eu nem precise seduzir aquele tonto daquele galã de quase meia idade... basta que eu forje a cena certa. E que eu saiba atuar bem, mas isso eu sempre fiz na vida, não é mesmo?
-Você atua bem até demais, Suzanne... às vezes me assusta. Nunca sei quando você tá sendo sincera comigo.
-Chega desse papo, seu bobo. Você não percebe que a gente vai acabar enriquecendo ainda mais se isso tudo der certo?
Os dois se abraçam comemorando.
-Vê se pelo menos dessa vez você pensa com mais generosidade sobre a minha parte, né, afinal de contas, sem mim, você não teria chegado tão fácil nela...
-Vou pensar no seu caso, mas acho que você tá precisando é de uma lição agora.
Os dois se amam com voracidade. CORTA A CENA.

CENA 6: Raquel chega ao consultório de Valentim.
-Demorei muito? Acabei dormindo demais hoje...
-Sem problemas, dona Raquel. Hoje você deu sorte que esse horário vagou. Meu paciente desse horário teve que fazer uma viagem a trabalho, então pode ficar à vontade que hoje temos tempo.
-Ótimo. Sabe, doutor Valentim... eu realmente fiquei curiosa sobre esse papo todo que envolve conhecer a mente dos psicopatas. O caso daquela filha da minha conhecida, que já falei contigo, não sai da minha cabeça, fico ligando os pontos, sabe? A cada coisa que a mãe dela me conta, eu vou meio que associando...
-Interessante você me dizer isso, sabia Raquel? Talvez você tenha algum talento para ser investigadora, por exemplo...
-Ah, o que é isso? Já passei dos cinquenta anos, doutor...
-E daí? Nunca é tarde pra gente descobrir nossa verdadeira vocação. Mas presumo que você tenha vindo aqui hoje pra entender melhor a mente psicopata, certo?
-Sim. Quero ajudar minha amiga, sabe? Pra que ela sofra menos ao perceber que a filha é psicopata... isso é, se ela realmente for.
-Ao que tudo indica pelo que você me contou, sim. Mas vamos lá... o que você quer saber especificamente hoje?
-Queria saber se psicopatas são pessoas cativantes, por exemplo.
-Muito! Uma das grandes armas dos psicopatas é o carisma, sabia disso? Pois saiba. E tem muito mais de onde vem isso. Como o psicopata é incapaz de sentir as emoções humanas, ou seja, as emoções que todos nós sentimos, eles aprendem desde muito pequenos a observar o comportamento de todas as pessoas à sua volta. Aliás, você sabia que os psicopatas são excelentes observadores? Mas são mais que apenas ótimos observadores: também são excelentes atores. São os atores da vida real. Uma vez que eles são desprovidos de emoções, eles entendem cedo que não podem deixar transparecer a frieza diante das pessoas, para não chocar. Então eles aprendem a atuar... e convencem! Quem olha, garante que o psicopata se emociona de verdade. Eles são extremamente convincentes. Mas a grande maioria dos psicopatas não se tornam assassinos, serial killers ou essas coisas que as pessoas comumente costumam associar à psicopatia. Na verdade eles são excelentes estrategistas. Possuem uma inteligência acima da média quando se trata de ter lábia, no cara-a-cara com as pessoas. Inventam histórias fictícias sobre suas vidas, fingem ser médicos, advogados, mesmo sem diploma. Sabem exatamente quais termos e palavras usar para convencer suas presas de que ele é aquilo que ele diz. Mas uma das grandes fragilidades do psicopata, por incrível que possa parecer, quase sempre é a linguagem escrita. Quando confrontados por uma pessoa, por exemplo, na frente de um computador, eles não tem a facilidade de poder manipular no cara-a-cara. Então eles acabam soando agressivos, muitos deles até podem escrever errado... acabam revelando pela linguagem escrita sua falta de preparo, é aí que muitos são pegos na mentira...
Raquel segue ouvindo atentamente as palavras de Valentim. CORTA A CENA.

CENA 7: Cláudio aproveita que Bruno saiu para fazer as compras do dia e resolve fazer uma chamada de vídeo para Marcelo, que acaba atendendo ele.
-Fala viado! O que foi aquilo aquele dia, mulher? No mínimo treze chamadas perdias enquanto eu tava dormindo...
-Ah, você tava? Eu não sabia, Marcelo... desculpa. Mas assim, eu tava precisando muito desabafar com você. Não tenho mais a quem recorrer.
-Claudinho, eu adoraria poder conversar melhor contigo, mas eu já demorei demais pra dormir. Aqui já tá de madrugada, sabia? Mas vamos lá... tem como resumir rapidamente o que você quer desabafar comigo?
-Poxa, Marcelo! Não dá pra ficar um pouco mais? Você não sabe o que anda acontecendo aqui comigo...
-Querido, eu estou em outro continente nesse momento, será que você não percebe isso? Os fusos são completamente diferentes... mas diga logo, que já tou morto de sono.
-O Bruno, Marcelo... ele foi amante do Mateus durante dois anos, enquanto o Mateus já tava com a Laura! A minha melhor amiga! Eu tou arrasado... não sei o que fazer.
-Você não tá pensando em falar isso pra ela, né? Talvez ela nem acreditasse e tem certas verdades que não devem ser ditas.
-Eu não acredito que você tá me falando pra mentir pra Lau, cara!
-Ninguém aqui tá falando em mentir, Cláudio. Você é crescido o suficiente pra discernir omitir de mentir. São coisas completamente diferentes. Agora me diz: o que você ia ganhar contando essa verdade pra Laura? Você pelo menos conversou com o Bruno sobre isso? Aliás, vocês estão juntos?
-Terminamos. Mas ele continua morando aqui, foi fazer compras há pouco. Conversamos sobre tudo ontem e ele também acha que não devo falar pra Laura.
-Ele tá certo, sabia? Ele tinha que contar a verdade pra você, que era namorado dele, a parte interessada nisso.
-Mas você esquece que isso envolve o Mateus traindo a Laura?
-Não é pra se meter entre os dois. O Mateus já não vai com a tua cara, você quer piorar as coisas?
-Mas, Marcelo.
-Querido, eu realmente preciso desligar. Rafael já tá reclamando que não fui pra cama com ele. Outra hora a gente se fala com mais calma ou se não der tempo, quando eu voltar pro Rio a gente conversa direito. Preciso ir, amigo. Fica bem, viu?
-Tá certo. Bom sono aí...
Cláudio desliga, frustrado.
-Só o que me faltava. Meu melhor amigo não dando a mínima pra mim... é um egoísta, isso sim!
Cláudio se revolta. CORTA A CENA.

CENA 8: Ivan recebe uma ligação de Mara.
-Fala, Mara! O Valentim tá querendo falar comigo?
-Não, Ivan. Dessa vez fui eu que investiguei e descobri algumas coisas interessantes.
-Do que se trata? Alguma pista do Haroldo?
-Por incrível que possa parecer, depois de mais de dois anos, acredito ter encontrado uma pista dele.
Ivan se anima.
-Fala mais sobre isso. É pista quente?
-Ainda não. Mas andei dando uma sondada ali no bairro Santa Tereza, com uma foto dele. Fui num barzinho lá. O garçom disse que poderia jurar que viu aquele homem frequentando o barzinho... e com alguma frequência. Perguntei a ele quando havia sido a última vez e ele disse que não lembrava ao certo, mas que era mais ou menos questão de um mês... ou seja: estamos perto de encontrar uma pista quente do seu filho, se essa já não for uma pista quente.
-Eu nem sei o que dizer!
-Não diga nada. Você precisa manter discrição. Isso pode não dar em nada, mas qualquer coisa nós te informamos. Beijo, preciso desligar
Mara desliga e Ivan se enche de esperança. CORTA A CENA.

CENA 9: Horas depois, Marion surge animada no jantar em família, causando espanto em Riva, Vicente, Ivan, Valquíria e Mariana.
-Que cara é essa de quem ganhou na loteria? - pergunta Riva.
-Vocês não vão acreditar na ligação que acabei de receber: eu fui convidada pra ser a protagonista da próxima novela das nove! FIM DO CAPÍTULO 31.

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