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segunda-feira, 4 de julho de 2016

CAPÍTULO 43

CENA 1: Rafael abraça Haroldo, emocionado.
-Que saudades eu senti, irmão! Pensei que nunca mais ia te ver na vida! Cheguei a pensar que nem estivesse mais vivo! - desabafa Rafael, chorando de alegria.
-Eu sinto muito por tudo que fiz vocês passarem. Prometo que nunca mais vou permitir que as coisas cheguem ao ponto que chegaram há mais de dois anos. Senti sua falta, sua piranha! - fala Haroldo.
-Não tá vendo que eu deixei de ser piranha? Sou homem sério e comprometido agora! - segue Rafael na brincadeira.
-Oi, sou Marcelo. Seu quase primo. E namorado do Rafael.
Os dois apertam as mãos e Riva vai até o filho.
-Vocês me deem licença que eu vou é apertar meu filho. Tava morta de saudade, já!
Riva e Marcelo se abraçam cheios de saudade.
-Resolveram voltar antes da hora por que? - pergunta Marion.
-Ah, mãe... a gente ficou sabendo pela internet que o Haroldo tinha voltado. Entendemos que vocês não nos disseram porque não queriam atrapalhar nossa semi lua-de-mel, mas eu e o Marcelo decidimos voltar de imediato quando conversamos sobre... - fala Rafael.
-Espero que não tenha atrapalhado o momento de vocês, irmão... - fala Haroldo.
-Deixe disso, cunhado. A gente só antecipou um pouquinho nossa volta. Mais uns dias e fecharia um mês. O Rafa nem poderia ficar mais tempo porque ele precisa começar a se preparar pro próximo papel que ele foi escalado na novela... - esclarece Marcelo.
-Então tá tudo certo, não está? - fala Haroldo.
-Claro que sim, irmão. Você está mudado... senti tanta saudade! Tenho tanta coisa pra te contar! - fala Rafael.
-E pode começar pela parte que você deixou de ser aquela piranha incorrigível pra se tornar esse viado monogâmico aí... - provoca marotamente Haroldo.
-Ei, que história é essa de piranha? - incomoda-se Marcelo.
-Amor... todos nós tivemos um passado antes, não? Eu, antes de te conhecer, não tinha me apaixonado de verdade por ninguém. Eu saía pra curtir mesmo... - esclarece Rafael.
-Não vai ficar bravo, cunhado! Eu duvidava que o Rafa fosse sossegar esse edy dele e ele tá aí, namorando firme com você... eu peço desculpa se fui inconveniente, de verdade. - fala Haroldo, arrependido pela brincadeira.
-Sem problema, Haroldo. Isso aqui foi só um joguinho de cena. Na maior parte das vezes, eu e o seu irmão nos damos maravilhosamente bem... - fala Marcelo.
Todos seguem conversando animadamente com Rafael e Marcelo, que contam sobre sua temporada na Austrália. CORTA A CENA.

CENA 2: Cláudio e Bruno conversam após o jantar enquanto Guilherme toma um banho.
-Pelo visto o Guilherme tá querendo coisa com você hoje, hein? Pra tomar banho depois do jantar... - fala Bruno.
-E não é? Ele realmente tá cheio de vontade. Sinceramente eu não sei se vou estar no clima, Bruno...
-Eu imagino o motivo.
-Não é só isso, Bruno... antes fosse o caso do Haroldo/Rodrigo. Eu ando pensando nas merdas que eu fiz sem precisar ter feito.
-Tá falando do Marcelo... acertei?
-Sim. Ele era meu melhor amigo. E continuaria sendo se não fosse aquele surto que eu dei com ele, do nada... movido pelo meu próprio egoísmo.
-Então você finalmente reconheceu o óbvio, Cláudio... já é um começo...
-Você bem que quis me alertar, né Bruno?
-Mas não me ouviu... e eu não queria brigar com você.
-Devia ter ouvido. Você tava certo. Só que de cabeça quente eu só conseguia ver as coisas pelo meu ponto de vista. Agora tou pagando o preço por isso.
Cláudio começa a chorar e Bruno o abraça.
-Não vai adiantar nada essas lágrimas agora, meu amigo...
-Eu só tou sentindo muito arrependimento por tudo. Eu simplesmente me vinguei de uma maneira ridícula do Marcelo. Criei aquele monte de conta falsa pra atingir aquele que era meu melhor amigo! E sabe o pior de tudo? Foi despeito e inveja sim! Agora, de cabeça fria, eu percebo sim que tive inveja e recalque dele. Insultei meu melhor amigo e ele não merecia nada do que eu disse!
-Você está sendo muito maduro ao reconhecer todas essas coisas, Cláudio.
-Eu agradeço pela generosidade com que você me olha, Bruno... mas de que adianta essa maturidade agora? Quando eu precisava dela, ela não estava aqui. Falhei... e falhei de uma forma grave. Feri meu melhor amigo. Queria poder consertar as coisas, mas sinceramente eu não sei mais se o Marcelo entenderia.
-Se ele não entender, ele tá no direito dele, Cláudio. Você precisa conviver com isso. Você precisa aprender a assumir a responsabilidades pelas suas próprias atitudes. Toda vez que você culpa alguém ou algum fator externo pelos problemas que você mesmo cria, está apenas arranjando uma desculpa pra não crescer, não amadurecer, não evoluir.
-Sabe o mais dolorido disso tudo, Bruno? Saber que você está coberto de razão. Eu deveria ter te ouvido antes de tomar a decisão de cometer aquela burrada que foi sabotar os vídeos do Marcelo. Os estragos que fiz poderiam ter sido menores.
-Não tem como voltar atrás. Mas você pode retirar essa sabotagem, não? Digo... retirando as negativadas dadas pelas contas falsas que você criou dos vídeos dele...
-Quer saber? É exatamente isso que eu vou fazer... pelo menos rompo esse ciclo de negatividade desnecessária... - fala Cláudio, decidido.
Os dois se dirigem ao computador. CORTA A CENA.

CENA 3: Raquel está absorta em suas pesquisas em seu computador.
-Mas que porcaria! Será que não tem um livro decente em pdf sobre psicopatas?
Raquel segue procurando.
-Não adianta... quase todas as buscas resultam em “Mentes Perigosas”. Já ouvi tantas críticas negativas a esse livro, além das acusações que a autora recebeu de plágio, que nem sei se devo ler. Mas enquanto não acho outra opção melhor... baixo esse mesmo em pdf.
Raquel insiste em buscar mais.
-Não é possível que eu seja tão burra ou que nessa internet toda não tenha mais várias opções... será que altero as palavras chave? Gente, como é que eu não pensei nisso antes? Posso até ler o livro da plagiadora antes, mas com certeza eu vou ler muito mais! Preciso entender como funciona o passo a passo da mente de um psicopata. Preciso entender o universo da minha filha...
Raquel encontra mais quatro opções de livros em pdf e fica satisfeita.
-Agora sim! Pelo menos assim vou conseguir me manter melhor informada do que com aquele livreco cheio de plágio...
Raquel se espreguiça.
-Mas tou morta de cansada. Poxa vida! Justo agora que eu tava tão diposta a devorar esses livros? Melhor eu ir dormir e descansar.
Raquel desliga o seu computador e parte para sua cama. CORTA A CENA.

CENA 4: No dia seguinte, pela manhã, Cláudio acorda Bruno no sofá.
-Vem, Bruno! O café já tá pronto...
-Cadê Guilherme?
-Dormindo ainda. Eu também deveria estar dormindo... ele não me deu muito descanso, se é que você me entende...
-Tá, Cláudio... entendi. Poupe-me dos detalhes sórdidos... - descontrai Bruno, tomando um gole do café, já à mesa.
-Ai, viado! Você lembrou de colocar uma pitada de sal e canela no café! Está divino, do jeito que eu tomava na casa dos meus pais, do jeitinho que minha mãe fazia! Arrasou, mulher!
-Eu experimentei depois que você me falou das maravilhas do café feito desse jeito. Devia ter adotado isso antes pra vida, mas você sabe como sou... meio avoado de vez em quando.
-De vez em quando? - provoca marotamente Bruno.
-Atrapalho muito a conversa animada de vocês? - surpreende Guilherme, aparentemente nervoso.
-Ei... o que é isso, Guilherme? Antes de soltar as patas na gente, pelo menos toma o café, seu grosso! - reclama Cláudio.
-Deixa isso pra lá, gente... eu te entendo, Guilherme. Tem dias que eu me acordo e sou um demônio antes do café, não quero papo com ninguém... - fala Bruno.
-Desculpa, gente... é que às vezes eu fico assim, me sentindo sozinho, inseguro, pouco, pequeno diante da vida. Daí vejo vocês aí, conversando e se divertindo, sem mim... fico pensando que posso morrer a qualquer momento e que ninguém vai sentir minha falta. - fala Guilherme, começando a tremer e a chorar ao mesmo tempo, demonstrando estar numa crise nervosa. Bruno se assusta.
-Você tá legal, cara? - preocupa-se Bruno.
Cláudio percebe que Guilherme está em uma espécie de crise.
-Fala pra gente o que você tá sentindo, Guilherme! Você está suando frio!
-Eu vou ficar bem... só preciso respirar um pouco. - fala Guilherme.
Bruno e Cláudio seguem tentando tranquilizar Guilherme. CORTA A CENA.

CENA 5: Depois do café da manhã, Rafael vai conversar com Haroldo no quintal de casa.
-Milagre te ver acordar cedo desse jeito, Haroldo! A vida inteira você só acordava depois do meio dia...
-Ah, Rafa... muita coisa mudou nesses últimos dois anos. Meus hábitos também.
-Sei.
-Mas me conta mais sobre a vida, querido. Confesso que ainda tou chocado que você deixou de ser aquela piranha pra ficar só com o Marcelo. Vocês fazem um casal bonito. Acho que é pra vida toda.
-Não vamos forçar a barra também, Haroldo... quero muito que dê certo. Penso até em casar com Marcelo. Mas daí até dizer que vai ser pra vida inteira... há uma distância considerável. Planejo viver com Marcelo até onde puder existir amor...
-Você faz o certo, irmão...
-Mas me fala, Haroldo... como foram esses dois anos longe da gente?
-Difíceis...
-Isso eu sei, você já disse. Queria saber mais.
-Desculpa, Rafael. Não quero te desapontar, nem te deixar com a impressão que tou fugindo das suas perguntas... mas não me sinto preparado pra falar sobre muita coisa ainda.
-Tudo bem, mano... não tá mais aqui quem perguntou.
-Na hora certa eu falo as coisas, confia em mim.
-Tá certo. Eu vou sair pra dar uma volta com o Marcelo. Você quer vir com a gente?
-Fica pra próxima, mano. Ainda tou mais na vibe de matar as saudades da nossa casa.
-Tá certo, Haroldo. A gente se vê de tarde. Beijo, mano.
Rafael volta pra dentro de casa. CORTA A CENA.

CENA 6: Renata dormiu na casa de Eva e elas estão tomando café da manhã, enquanto Regina e Geraldo assistem TV.
-Eu não engoli a sua postura no evento de ontem à noite, Eva. Pensei que você teria outra postura. Mas recuou... de novo!
-Ai, Renata! Nem vem! A imprensa nem me viu lá!
-É justamente disso que tou falando.
-Pelo menos não te apresentei como amiga, como das outras vezes.
-Você continuou me escondendo, Eva. Achei que já tínhamos conversado o suficiente sobre isso.
Regina e Geraldo percebem que elas estão prestes a discutir e resolvem intervir. Regina é a primeira a falar.
-Vocês querem fazer o favor de pararem com isso antes que isso acabe virando uma briga?
-Desculpe, dona Regina. Gosto muito da senhora e do seu Geraldo, mas tem horas que cansa a covardia da Eva, francamente.
-Sabe de uma coisa, Eva? A Renata tá coberta de razão. Você não tem mais idade pra ficar nesse esconde-esconde todo. Pra ser mais claro e pra ver se você entende o mérito da questão de uma vez por todas, vou falar com todas as palavras: você vai ter que escolher. Escolher entre a sua carreira e a Renata. Não tem mais pra onde correr, filha. Chegou a hora de fazer algo, tomar uma atitude definitiva em relação a isso! - sentencia Geraldo.
-Poxa, pai, poxa, mãe! Eu não sei se consigo lidar com tanta pressão! - protesta Eva.
-E você tá pensando na Renata? Na pressão a que ela é submetida toda vez que você esconde ela da mídia? - questiona Regina.
-Obrigada, gente... acho que vocês falando, fica mais fácil pra Eva entender... - agradece Renata.
Todos seguem conversando e tentando encontrar uma solução. CORTA A CENA.

CENA 7: No começo da tarde, Vicente e Riva voltam do médico e todos encaram eles, na expectativa.
-Fala, mãe... você tá ou não tá grávida? - questiona Marcelo.
-Essa danada não quis abrir o exame antes da gente chegar em casa, pode isso? - fala Vicente, na expectativa.
-Pra que tanto mistério? - questiona Suzanne, incomodando Marion.
-Cada um sabe como faz, Suzanne. Não é o tipo de coisa que se questiona... - fala Marion.
-Tá, gente... já estamos aqui, não estamos? Eu vou abrir o exame agora... - fala Riva, abrindo o envelope. Ela e Vicente olham o resultado e todos encaram eles, na expectativa.
-Fala de uma vez, prima! Tou morto de curiosidade! - fala Rafael.
Riva faz uma expressão de aparente pesar...
-É... parece que não é dessa vez que a nossa família... vai parar de crescer! Estou grávida, gravidíssima! - vibra Riva.
Todos abraçam Riva. Suzanne tenta se aproximar e Valquíria passa em sua frente para abraçar a neta. Suzanne entende o recado.
-Estou muito feliz por você, Riva e Vicente. Mas se vocês me dão licença, eu preciso ir. Vocês sabem como é, tenho negócios a tratar... - fala Suzanne, indo embora rapidamente.
-Quer dizer que eu não vou mais ser filho único, dona Riva? Depois de quase vinte anos vou ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha... confesso que nunca imaginei que esse dia fosse chegar, mas tou tão feliz por você mãe! - fala Marcelo, abraçando Riva.
-E nomes, vocês já pensaram? - questiona Haroldo.
-Ah, Haroldo... a gente mal descobriu que a Riva tá grávida e você faz uma pergunta difícil dessas? A gente precisa saber o sexo antes e isso vai levar algum tempo. - fala Vicente.
Todos seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 8: Suzanne chega ao hotel com expressão contrariada. Márcio nota e comenta com Raquel.
-Aposta quanto que deu zebra com alguma coisa que a Suzanne queria, dona Raquel?
-Nem aposto mais nada. Vai lá ver o que a sua mulher tá de cara amarrada... - fala Raquel.
Márcio vai até Suzanne.
-Que cara de quem acabou de sair de um velório é essa, Suzanne?
-A Riva, aquela merendeira... tá grávida, acredita? Grávida!
-Tá, mas o que é que isso tem demais? Ela não vai casar com o Vicente, que é pai do bebê?
-Vai. Mas acho que você não entendeu direito a coisa. Uma pessoa a mais nessa família é menos dinheiro que eu posso arrancar, entendeu?
-Olha aqui, Suzanne, se você tá pensando que eu vou fazer algum serviço sujo pra acabar com essa gravidez, pode esquecer! Tá cansada de saber que eu só abandonei a Riva pra proteger ela, senão você tinha feito ela abortar o Marcelo.
-Me arrependo de não ter feito esse serviço.
-Às vezes você me assusta, Suzanne.
-Por favor, Márcio! Você sabe onde conseguir aquelas ervas que são abortivas. Faça isso por mim, amor! Vai ser pelo nosso patrimônio!
-Eu não devia aceitar fazer isso, Suzanne... é errado!
-Se você não fizer, você nunca mais me vê e acabou essa vidinha de luxo aqui, tá me ouvindo?
-Você me deixa sempre de mãos atadas, Suzanne... eu vou conseguir as ervas. Você faz o resto.
Márcio vira para o lado, contrariado e apreensivo. CORTA A CENA.

CENA 9: Na mansão dos Bittencourt, todos conversam animadamente sobre as expectativas de ter um novo membro na família.
-Agora vejam vocês... eu vou ganhar mais um bisneto! - fala Valquíria.
-E eu vou perder o posto de bisneto único. Perdi a exclusividade, não sou mais a diferentona! - brinca Marcelo.
De repente, a campainha toca.
-Quem pode ser no meio da tarde, gente? A Suzanne não avisou nada, né? - fala Rafael.
-Eu vou atender a porta, gente... - fala Haroldo, indo até a porta. Ao chegar à porta e abrir, ele fica perplexo. É Cláudio.
-Quer dizer que o Rodrigo então nunca existiu? - fala Cláudio, entrando na casa.
-Rodrigo? Que história é essa? - todos perguntam. FIM DO CAPÍTULO 43.

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