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terça-feira, 13 de setembro de 2016

CAPÍTULO 104

CENA 1: Riva percebe que Suzanne está utilizando sua gargantilha roubada e tenta se conter, para não deixar Suzanne perceber que ela sabe de tudo.
-Entra, querida. Fica à vontade. Mas você dá licença rapidinho pra mim e pro Vicente? A gente precisa colocar o Lúcio pra dormir... - fala Riva.
-Sem problemas, querida. Eu devia ter avisado que vinha antes, mas acabou que fiquei tão ocupada que me esqueci... - justifica Suzanne.
Riva e Vicente sobem com Lúcio e Marcelo e Rafael para o quarto deles. Suzanne estranha.
-Nossa... os meninos também foram. Será que não gostaram de eu ter vindo aqui? - questiona Suzanne.
-Deixa de besteira, Suzanne. É que já está ficando tarde, às vezes a gente tem o hábito de dormir cedo... - justifica Marion.
-Bem, se vocês dão licença, também vou me recolher... - fala Valquíria.
-E eu também, vó... - fala Mariana.
-Venha, Suzanne. Senta aqui... o pessoal daqui de casa anda realmente cansado, não leve a mal... - fala Marion.
Suzanne acredita. Ivan lava a louça.
-Eu vim aqui avisar que tou preparando uma festa para comemorar a minha volta pro Brasil. Um daqueles festões maravilhosos que estou acostumada a fazer. - esclarece Suzanne.
-É mesmo, querida? E quando vai ser?
-Então, Marion... eu agendei pra depois de amanhã. Lá no salão de festas do hotel que tou morando.
-A partir de que horas que vai ser, Suzanne?
-Acho que depois das sete da noite, algo por aí. E vai ser um daqueles festões que vão madrugada adentro. Já paguei a taxa extra pro pessoal do hotel liberar o salão por mais tempo.
-Excelente. Notei que você está com essa gargantilha maravilhosa de novo. Confesso que não entendo muito de joias, mas cada vez que olho pra ela, com meus olhos de leiga, não percebo que é uma bijuteria. É mesmo muito linda!
-Obrigada, Marion. Também gosto muito por essa gargantilha. E paguei quase nada por ela...
-Eu posso imaginar...
-Quer experimentar?
-Não, querida. Obrigada. Mas tava pensando que ela cairia bem com qualquer figurino que você escolher usar na festa de depois de amanhã... já pensou nisso?
-Ah, eu tenho joias verdadeiras, Marion. Bem mais lindas que essa gargantilha.
-Mas eu também entendo de estilo, Suzanne. Essa gargantilha realmente valoriza qualquer roupa que você usar.
-Você acha, Marion? Olha que tá quase me convencendo, hein...
-Acho não. Tenho certeza. Essa gargantilha é um primor!
-Então eu acho que vou usar essa gargantilha mesmo na festa. Não é a primeira vez que elogiam.
-Faça isso, querida. Você vai ficar linda, tenho certeza disso!
-Bem... eu vou deixar os convites pra todos, mas agora preciso ir, tá?
-Tudo bem, querida. A gente se vê na sua festa de volta ao Brasil.
-Tchau, querida.
Suzanne deixa a mansão e Marion sorri triunfante. CORTA A CENA.

CENA 2: Na manhã do dia seguinte, Haroldo, Mateus e Laura estão no café da manhã quando Mateus e Haroldo decidem conversar com Laura. Mateus é o primeiro a falar.
-Laura... eu sei que você já resolveu a parte mais complicada desse nosso relacionamento, mas... ainda acho que a gente precisa conversar, deixar algumas coisas claras.
-Concordo com o Mateus, amor... a gente ainda precisa acertar algumas coisas. - complementa Haroldo.
-Pois falem, queridos... - fala Laura.
-Por enquanto esse relacionamento a três parece estar começando bem, mas eu fico com medo da gente acabar tendo problemas no futuro, sabe... alguém de nós pode acabar sentindo ciúme, essas coisas... - fala Haroldo.
-E eu tenho um pouco de medo disso também. Fico preocupado porque você mesma, Laura, pode acabar ficando enciumada com o que eu e o Haroldo estamos começando a ter... se sentir diminuída no relacionamento. - fala Mateus.
-Não se preocupem com isso, gente... de verdade. Eu entendo perfeitamente que amo vocês. E que vocês, cada um à sua maneira, também me ama. Não cabe a mim medir a intensidade do que cada um sente aqui, entre nós três. Eu e vocês inclusive somos livres para desejar outras pessoas, se quisermos e sentirmos vontade disso. Mas jamais pra entrar mais alguém entre nós. Esse amor que existe é entre a gente, entende? Se vocês tiverem vontade de ficar, transar com alguém, me avisem antes... porque se eu sentir desejo por um cara, eu farei o mesmo. - esclarece Laura.
-Da minha parte eu não pretendo ficar com mais ninguém, nem que seja só por uma noite. Se me interessei pelo Mateus, é porque rolou um sentimento verdadeiro. - afirma Haroldo.
-Muito menos da minha parte, Laura. Eu amo vocês... e só.
-Mas mesmo assim vocês podem acabar desejando outras pessoas, assim como eu posso acabar desejando também. Isso é natural, é humano. Só peço que nunca deixem de me dizer se isso acontecer, porque eu não deixaria de dizer, entendem?
-Quanto a isso, amor... fica tranquila. Lealdade acima de tudo. - fala Haroldo.
-Pra mim vai ser uma oportunidade de provar a mim mesmo que mudei e que não preciso mais viver uma vida de mentiras nem me escondendo de ninguém. Prometo ser leal enquanto nós pudermos estar juntos... - fala Mateus.
-A gente nem precisava ter essa conversa, gente... já estava tudo subentendido desde que resolvemos assumir esse relacionamento a três... - fala Laura.
-Subentendido ou não, comunicação nunca é demais... - aponta Haroldo.
-Tá... agora chega de bla bla bla que eu não consigo comer enquanto converso e tou verde de fome! - brinca Laura.
CORTA A CENA.

CENA 3: Victor se consulta com Valentim.
-Bom te ver aqui outra vez, Victor.
-Era pra eu ter vindo antes, Valentim... mas no meio daquele fuzuê todo da prisão do Guilherme, do escândalo que isso gerou, acabou que não vim antes.
-Não se preocupe. Todos nós ficamos fora do eixo com isso e... bem, agora você sabe que além de psiquiatra, também sou investigador.
-Pois é. Diogo me contou, muito arrependido que chegou a desconfiar de mim. Chorava feito um bebê... mas eu compreendi as razões dele. Até eu desconfiaria de mim mesmo.
-Não seja tão duro com você mesmo, Victor. Ademais, você parece estar cada vez melhor.
-Tenho me sentido bem. A terapia complementar tem me feito um bem danado, além da medicação, é claro.
-Estou surpreso e feliz de ver sua evolução, Victor. Há limítrofes que não chegam a um terço dessa sua evolução em anos de tratamento.
-Mesmo com a terapia complementar?
-Acredite... nem com ela.
-Por que?
-Às vezes eles não recebem o apoio das pessoas próximas, que tratam as crises como fricote, frescura, personalidade forte ou mesmo chamam de mimados.
-A falta de apoio pode ser mesmo desastrosa. Mas entendo um pouco disso... antes mesmo de eu ser diagnosticado, meus familiares me viraram as costas. Diziam que eu só sabia criar polêmica atrás de polêmica... que eu fazia isso deliberadamente. A sorte que eu tive foi de encontrar o Diogo na minha vida. Com o apoio e compreensão dele, eu me sinto muito mais firme e confiante.
-Exatamente, Victor... esse apoio de quem é próximo é fundamental no tratamento.
Os dois seguem a conversar. CORTA A CENA.

CENA 4: Marcelo e Rafael conversam com Riva sobre planos de viajarem em breve.
-Então é isso, mãe... a gente tá pensando em viajar por aí, pelo Brasil... conhecer as culturas do nosso país... - fala Marcelo.
-Eu sei que isso é importante pra você... pra vocês dois. Também tenho muita vontade de conhecer todo o Brasil algum dia, mas... desculpa falar, acho que vocês deveriam adiar seus planos... - considera Riva.
-Por que, prima? - questiona Rafael.
-Porque nesse momento eu preciso de vocês por perto. Nós todos precisamos... - esclarece Riva.
-Quanto a isso nem se preocupe, Riva. A gente tá pensando em viajar, mas não tem nenhuma data definida. Pode ser daqui uma semana ou daqui um ano... - fala Rafael.
-Melhor assim. A Suzanne tá preparando uma festa grande para comemorar a volta dela pro país e essa pode ser a oportunidade perfeita de desmascararmos ela. Conto com a ajuda de vocês, nem que seja pra assistir de camarote a máscara dessa falsiane caindo. - fala Riva.
-Ah, isso eu faço questão de ver e aplaudir, mãe. Só não dou na cara dessa safada porque bater em mulher é errado e eu não faria isso nem com ela.
-Isso, meu filho... se tiver de acontecer, deixa comigo. Ainda não sei ao certo como o plano vai se executar no final das contas, mas se eu tiver a oportunidade de meter a mão na cara dela, pode deixar que eu mesma faço, porque minha mão chega a coçar de vontade de dar uma surra naquela cara lavada dela. - fala Riva.
-Ai, pelo amor de Deus, gente! Vamos mudar de assunto! - fala Rafael.
CORTA A CENA.

CENA 5: Bruno chama Cláudio para conversar sobre ligação que acabou de receber.
-Cláudio... você não sabe quem acabou de me ligar.
-Quem?
-Minha mãe...
-Tá vendo? Parece que você tava sentindo que eles iam te procurar. Falou com seu pai também?
-Falei, claro. Tou morrendo de saudade dos velhos.
-E como eles estão?
-O meu pai bem, graças a Deus. Totalmente recuperado do infarto que teve já há algum tempo, mas... a mãe é aquela coisa. Tá sempre se queixando de dores... não sei até que ponto isso é grave ou não, mas tento não me preocupar muito com isso. O fato é que eles me chamaram pra passar um tempo lá em Coroados, assim que eu contei a eles que fui demitido. Não sei o que fazer... não consegui continuar a faculdade de medicina e ainda por cima sou bissexual. Talvez eles me considerem um mentiroso. Não sei se consigo encarar eles...
-Um dia você vai precisar contar a verdade pra eles. Nada do que você fez ou deixou de fazer é motivo de vergonha. Você foi usado pelo Guilherme, assim como o Mateus e o Haroldo também foram... dessa parte eles nunca precisam saber. Eles querem que você vá ver eles quando?
-Não deram prazo. Eles sabem que a vida aqui no Rio pode ser mais difícil... então eu ainda tenho um tempo pra pensar.
-Vai dar tudo certo, Bruno... confia nisso.
-Tomara que você esteja certo, Cláudio...
-Você vai ver como estou...
Os dois se abraçam. CORTA A CENA.

CENA 6: Valentim se reúne com Mara e Raquel para debaterem sobre investigações a respeito das contas de Suzanne.
-Chamei vocês duas para infelizmente dizer uma coisa que talvez vocês não gostem muito de ouvir... o fato é que as contas da Suzanne na Suíça não provam até o momento crime algum. - fala Valentim.
-Mesmo assim, isso poderia dar respaldo para uma prisão preventiva, Valentim. - considera Mara.
-Sem prova nenhuma, Mara? Como? Estamos carecas de saber que todos são inocentes até que se comprovem os crimes cometidos. Não tem como trabalharmos com presunção de culpa. - considera Valentim.
-E o que pode ser feito na prática para que essas investigações levem a algum lugar? Confesso que a ideia de que minha filha vá continuar completamente impune me incomoda um pouco, sabendo eu que ela é sim uma criminosa... - fala Raquel.
-Vamos precisar verificar isso com calma, ainda. - fala Valentim.
-Pelo menos temos meios judiciais de providenciar algumas restrições à liberdade de ir e vir da Suzanne enquanto ela é investigada. - fala Mara.
-Só peço que tentem agilizar com isso de uma vez. Conheço bem minha filha pra saber que, se ela desconfiar que está sendo investigada e nenhuma dessas medidas for tomada a tempo, ela é bem capaz de fugir do país... e pra não voltar. Não se esqueçam dos seis anos que ela passou morando fora. - considera Raquel.
-De fato, Raquel... temos que dar um jeito de agilizar tudo isso antes que a Suzanne descubra que está sendo investigada, porque cedo ou tarde ela vai acabar sabendo disso. - fala Valentim.
Os três seguem debatendo sobre os próximos passos. CORTA A CENA.

CENA 7: Procópio conversa com Ivan, que foi à companhia de teatro.
-Eu sei que você não quer ouvir mais nada que se relacione com o tempo que o Haroldo passou fugido, Ivan, mas...
-Mas o que? Quando você começa com os seus rodeios, eu já sei que vem alguma bomba por aí...
-O Valentim me disse que a facção liderada pelo Guilherme pode não ter encerrado completamente as atividades. Desculpa falar isso...
-Isso não me preocupa mais, Procópio.
-Tem certeza que não é pra se preocupar?
-E por que eu me preocuparia? O algoz do Haroldo e de tanta gente mais foi o Guilherme. Se essa facção não tiver sido completamente desbaratada – e eu espero que realmente tenha sido liquidada – definitivamente o foco de quem tá no comando agora, se é que as suspeitas do Valentim são reais, não é nossa família, nem ninguém próximo.
-É... mas não se esqueça que ainda assim essa facção representa um risco real à segurança pública e muito mais...
-Entendo que você esteja preocupado, mas acho que você nem devia ter comentado isso comigo.
-Por que não?
-Você conhece o Valentim há mais tempo que eu. Estudaram juntos. Você sabe que ele conta as coisas esperando que você não diga a ninguém.
-Mas eu me preocupo com você, com vocês...
-Eu sei disso, Procópio... mas acho que o melhor que a gente tem a fazer agora é tentar deixar essa conversa pra lá. Nem vou comentar nada com o Valentim senão vocês acabam brigando mais uma vez...
-Tá certo... desculpa.
CORTA A CENA.

CENA 8: Marcelo e Rafael vão à casa de Cláudio e Bruno os recebe.
-Já chamo o Cláudio, fiquem à vontade. - fala Bruno.
Cláudio chega e recebe o irmão e o cunhado.
-Que bom que vocês vieram, queridos... mas me digam, por que vieram assim, de repente?
-Então... a gente gostaria de falar a sós com você... desculpa Bruno. - fala Rafael.
-Que isso, gente... eu vou aproveitar pra passar roupa, dá licença. - fala Bruno, saindo.
-Falem, gente... - fala Cláudio.
-A gente precisa te explicar sobre o plano que a minha mãe tá bolando pra pegar a Suzanne no pulo. - fala Marcelo.
-Bem... não é exatamente um plano só da Riva. É um plano que envolve a minha mãe também... e mais gente. Estamos sendo orientados tanto pelo Márcio quanto pelo Valentim. - fala Rafael.
-E qual é a ideia? - pergunta Cláudio.
-A ideia é dar uma lição na Suzanne. Algo que mexa na vaidade dela de uma vez por todas, de forma que ela confesse alguma coisa. - fala Marcelo.
-Tenho nojo só de imaginar que essa falsiane aí é minha mãe... - fala Cláudio.
-É foda, cunhado... mas fazer o que... - fala Rafael.
-Mas contem mais sobre como vai ser esse plano... - fala Cláudio.
Os três seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 9: Horas depois, Suzanne está na mansão dos Bittencourt conversando com Riva, Marion, Vicente, Ivan e Valquíria.
-Então é isso, Marion... se você quiser ajudar na organização da festa, vou adorar. - fala Suzanne.
-Claro que eu posso, querida. Riva, você também não gostaria de ajudar? - fala Marion.
-Adoraria, mas sabe como é cuidar de filho pequeno. O Lúcio ainda precisa muito de mim... coisas de mãe. - fala Riva.
Rafael, Marcelo e Cláudio chegam em casa, sem saber que Suzanne está ali.
-Pensei que não vinham mais, meninos. Vocês vão à festa que tou preparando amanhã? Vai estar um arraso! - fala Suzanne.
Cláudio fica frente a frente com Suzanne e paralisa.
FIM DO CAPÍTULO 104.

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