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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

CAPÍTULO 115

CENA 1: O plano de fuga se inicia. Os funcionários são rapidamente imobilizados e amarrados. Alguns deles são colocados dentro das celas. Guilherme, Danilo e Pedro aguardam os carcereiros irem verificar o que está acontecendo e, quando eles chegam, eles são atacados e imobilizados pelos internos, sendo deixados no mesmo lugar onde os funcionários estão. Danilo toma a frente.
-Certo, pessoal. Agora vem a última parte do nosso plano! Vamos todos nós correndo até a saída. Vocês vão na frente e cuidam dos dois que ficam lá. Não matem ninguém! Obriguem um deles a liberar a saída e comecem a fugir. Eu, Guilherme e Pedro vamos logo atrás. - fala Danilo.
Tudo segue exatamente como foi planejado. A saída é liberada e os internos começam a fugir freneticamente. Quando restam ainda alguns a fugir, Guilherme, Pedro e Danilo concluem suas fugas. Guilherme se embrenha no mato e se certifica de que ninguém mais pode capturá-lo. De repente, se vê sobressaltado.
-Ai, que susto! Vocês quase me mataram do coração! Achei que era pessoal da polícia! - exclama Guilherme, ao perceber que são Pedro e Danilo que estão ali.
-A gente trouxe as nossas roupas que estavam lá no dia que fomos transferidos pra cá. Acho que esse é um bom momento da gente trocar de roupa. Assim, ninguém vai saber que fugimos dali. Os outros doidos que se fodam, o que importa é que estamos livres! - fala Pedro.
-Ainda bem que conseguiu, Pedro. Sem a sua ajuda e ajuda do Danilo, jamais teríamos levado esse plano adiante. Muito obrigado, meus amigos! - fala Guilherme.
-E os outros lá achando que a gente tava fazendo um bem a eles... coitados! Vão ser tudo pegos outra vez! - gargalha Danilo.
-O mundo é dos vivos, fazer o que... - fala Guilherme.
-Bora trocar de roupa, gente! - fala Pedro.
Os três trocam de roupa e conseguem sair dali sem levantar suspeitas. Andando pela rua, Danilo começa a rodopiar e Guilherme o censura.
-Quer parar com isso, cara?
-Ah, Guilherme! Deixa eu aproveitar o gosto da liberdade de novo! Fazia tanto tempo que eu não sentia isso! Eu podia morrer agora que morreria feliz! E livre! - fala Danilo.
-Tá... tá certo... Pedro, vai naquele boteco ali da esquina comprar umas cervejas pra gente, por favor? - pede Guilherme.
Pedro vai até o boteco e Danilo torna a falar.
-É... agora é vida nova, parceiro! Você vai voltar à ativa e nós ainda vamos trabalhar pra você... - fala Danilo.
-Com certeza. Mal posso esperar. A liberdade é um troço bom mesmo, não é? - fala Guilherme.
-Ô... melhor coisa que tem! - responde Danilo
-Você falou que podia morrer agora que morreria feliz. Acho justo que seu sonho seja realizado... - fala Guilherme, apunhalando Danilo pelas costas e dando várias facadas. Danilo morre e Guilherme rapidamente esconde o corpo atrás de um arbusto. Limpa as mãos e a faca, escondendo-a na calça novamente. Pedro retorna e estranha a ausência de Danilo.
-Cadê Danilo? Poxa... eu vim com as três cervejas... - fala Pedro.
-Deixa as cervejas aqui comigo... eu vou te levar ao Danilo... vai na frente! - fala Guilherme. Pedro vai na frente e Guilherme o assassina, deixando seu corpo junto ao de Danilo. CORTA A CENA.

CENA 2: Valentim recebe um e-mail e chama Mara, antes de dormirem.
-Parece que o bicho pegou lá na instituição psiquiátrica, Mara... vê só o e-mail que eu acabei de receber do delegado Martino... - fala Valentim.
Mara vai ao computador e lê em voz alta.
Ocorreu um motim na instituição psiquiátrica penal por volta das vinte e duas horas. Oitenta por cento dos internos fugiram, porém grande parte deles já foi devidamente recapturada. Dois deles foram assassinados misteriosamente e encontrados atrás de um arbusto. Porém, dentre os foragidos está ainda o Guilherme Ruas Rodrigues. Contamos com o seu auxílio se você souber de alguma coisa, Valentim. Nos mantenha informados.
Atenciosamente,
Martino Edward Hughes da Silveira.”
-Não pode ser, Valentim... viu como eu disse que intuição feminina não deve ser ignorada? Está aí o resultado: Guilherme fugiu!
-Dessa vez tenho de dar minha mão à palmatória... você tinha razão. O Guilherme acabou fugindo.
-O que a gente faz agora?
-Não acho que possamos fazer nada agora, Mara. Enquanto não tivermos nenhuma pista dele, não podemos saber se essa fuga dele representa ou não um risco pra alguém.
-Cê tá querendo insinuar que você não pretende contar a ninguém sobre a fuga dele? Mas a Laura, o Mateus, o Haroldo, Rafael... enfim, o pessoal todo precisa saber dessa fuga!
-Pra que? Pra alarmar sem necessidade? Agora é hora de agir com cautela.
CORTA A CENA.

CENA 3: Na manhã do dia seguinte, Marcelo e Rafael chegam ao hotel onde Suzanne se hospeda e batem em sua porta. Suzanne atende os dois e fica impaciente ao perceber que são eles.
-Ai, o que foi que eu fiz pra merecer a visita do casal 20 versão LGBT logo hoje e numa hora dessas? - fala Suzanne, contrariada.
-Você sabe muito bem porque a gente tá aqui, “titia” - fala Marcelo, irônico.
-Ui... quer dizer que ficou sabendo da verdade? Quer brinquedinho, sobrinho? Acho que cê tá velho demais pra isso, não? Será que bateu a cabeça e retardou? - revida Suzanne.
Rafael perde a paciência.
-Cala a sua boca, sua demente! Deixe suas ironias baratas pra quem não tem peito de te encarar. Você sabe porque a gente veio aqui, não se faça de desentendida. - fala Rafael.
-Vocês são patéticos. Nasceram grudados pra andarem sempre juntos? Cuidado, viu Marcelo? Uma hora o Rafael cansa desse seu grude e pede divórcio. - continua Suzanne.
-Fale o que quiser, Suzanne. Mas a gente veio aqui pra olhar bem pra essa sua cara lavada, pra essa sua cara de assassina. Como é que você teve a capacidade de matar seu próprio pai? Não que eu fizesse questão de conhecer um avô que nem lembrou de ser pai da minha mãe, não se trata disso... se trata do que você fez. Eu queria olhar na sua cara e ouvir a sua versão, mesmo te desprezando. É um direito que você tem, já que a justiça não pode mais te punir por esse crime. - fala Marcelo.
-Ah... claro. E vocês viraram os mais novos justiceiros do pedaço. Cuidado, viu? Vocês que repudiam tanto o senso comum e aqueles selvagens que resolvem fazer justiça com as próprias mãos sem nem averiguar se os alvos são realmente culpados... estão agindo feito eles. Vão me linchar também? - ironiza Suzanne.
-Desiste, Suzanne... esse seu joguinho barato de manipulação não vai funcionar nem comigo, nem com o Marcelo. A gente quer entender o que passa nessa sua cabeça doentia. A gente precisa saber por que você resolveu querer o lugar da Riva na vida. Isso nem sentido faz, você não percebe? Até ano passado, a Riva era pobre! - fala Rafael.
-Definitivamente, vocês nunca vão entender nada, mesmo. São dois tontos. Mas eu vou dar uma ajudinha pra colocar um pouco de informação lógica nessas suas cabecinhas de vento. Vocês não percebem que nada disso é só sobre dinheiro? Claro que dinheiro é uma coisa importante na minha vida, tanto que eu sou rica. E fiquei rica porque batalhei por isso. - fala Suzanne.
-Bela batalha, né? Aplicando golpes nas pessoas... - fala Marcelo.
-Cada um se vira como pode. Enquanto a justiça não puder comprovar nada contra mim, eu sigo sendo inocente. Lidem com isso. Eu posso estar sendo investigada, estar com meus bens bloqueados, o que for! Mas eu já vou deixando avisado que ninguém vai chegar a lugar algum com isso. Eu vou sair disso como eu entrei: de ficha limpa. Sabem por que? Porque ao contrário de vocês, pessoas que se dizem normais, eu não sou previsível... eu sempre penso adiante. Se for pra fazer bem feito, não pode deixar furo nenhum. Confissão? Só depois da prescrição do crime. Inteligência é bom, mas esperteza é fundamental, seus panacas. Eu sei mais sobre a constituição brasileira que muito advogado. Mas é a verdade que vocês querem? Mesmo? Já não estão satisfeitos de saberem do essencial pela boca frouxa das mães de vocês? - fala Suzanne.
-Satisfeitos nós estamos. Mas a gente faz questão de ouvir da boca da própria criminosa. - fala Rafael.
-Vocês se acham muito donos da verdade. Típica arrogância pós-adolescente. Mas, tudo bem... vocês querem que eu diga, eu digo, seus projetos de adultos: Sabem por que eu matei o seu Frederico? Porque ele me traiu! Porque ele foi a única pessoa nessa vida que eu amei com todo o meu coração. Eu ainda tinha dez anos quando descobri que eu não era a única filha dele, olhando uma foto que a sua avó, Rafael, bisavó do seu maridinho enferrujado, tinha dado a ele como recordação da vadia da Marinete e da sua filha... que era Riva, mãe desse pedaço de tétano aí. E sabem do pior? O meu pai mentiu pra mim na minha cara quando eu perguntei se eu era a única filha. Ali ele morreu pra mim... meu herói, meu ídolo, mentindo pra própria filha. Foi ali que eu decidi que ele merecia morrer. O resto vocês já sabem e eu não sou obrigada a repetir porque não sou papagaio. - fala Suzanne.
-Sabe o mais irônico de tudo isso? Que o único pingo de humanidade que você tinha, esse rastro de pureza que morreu por sua própria escolha no dia que você se sentiu traída, saiu exatamente igual no Cláudio... o filho que você abandonou. - fala Marcelo.
-É mesmo? Me fala mais sobre o tétano de cabelos compridos... - fala Suzanne.
-Nem pensar. Você não abandonou ele? Ele deixou de ser seu filho naquele momento. Lide com isso. Agora você pode descansar na clausura desse seu esconderijo. A gente não vai mais te incomodar. Até nunca mais! - fala Marcelo.
Rafael e Marcelo deixam apartamento do hotel. CORTA A CENA.

CENA 4: Eva e Renata conversam sobre projeto que pensam em realizar.
-Eu sei que isso pode parecer uma loucura, Renata... mas faz dias que eu não consigo parar de pensar como seria se a gente arranjasse fundos para abrir uma ONG de proteção às mulheres.
-Acho essa ideia uma maravilha, amor... mas fico com alguns questionamentos óbvios em relação a tudo isso: de onde que a gente ia conseguir esses fundos?
-Eu tava pensando que uma boa alternativa seria o crowdfunding... a gente pode divulgar essa nossa ideia nas redes sociais e dizer que precisamos de contribuições para que esse projeto saia do papel e se torne realidade.
-É uma excelente ideia... mas obviamente eu ainda tenho outras dúvidas.
-Quais, querida?
-Qual vai ser a abrangência dessa ONG, se nós conseguirmos torná-la real?
-Não entendi direito sua pergunta... poderia ser mais específica, amor?
-Claro, Eva... eu queria saber se vai ser uma ONG que vai proteger todos os tipos de mulheres ou se vai focar somente nas mulheres como nós, cisgêneras, entende?
-De maneira alguma que eu pensei em ser excludente. Até parece que você não me conhece direito, Renata... se tudo der certo, vai ser para proteger as mulheres trans, sejam elas binárias ou não binárias e ainda deve incluir os homens trans, que acabam sendo diminuídos pelos transfóbicos que insistem em deslegitimar o fato de que eles realmente são homens, baseados naquela falácia absurda da biologia e dos genitais. Nosso feminismo deve ser sempre assim: abraçar todas as parcelas da sociedade que são diretamente atingidas e ameaçadas por todo esse machismo estrutural e os homens trans são vítimas dessa opressão tanto quanto nós ou mais ainda.
-De fato, querida... o fato de se ser trans, seja mulher ou homem trans, já coloca essas pessoas numa vulnerabilidade social absurda.
-E não é? A maioria, rejeitada até pela própria família, acaba sendo marginalizada compulsoriamente. Principalmente no caso das mulheres trans, que encontram tantas portas fechadas que muitas vezes acabam tendo de se prostituir para não morrerem de fome, já que o abandono é tão frequente...
-Como você pensa em chamar essa ONG, se ela der certo?
-Ainda não pensei nisso, amor. O que você acha da gente listar alguns nomes e deixar pras nossas seguidoras e nossos seguidores votarem, tipo uma enquete?
-Amei essa ideia! A gente pode fazer exatamente isso!
-Então é isso que a gente vai fazer.
CORTA A CENA.

CENA 5: Laura, Haroldo e Mateus chegam à companhia de teatro no carro de Haroldo.
-Eu tava pensando numa coisa aqui, Laura... por que você não coloca sua moto pra vender? Você não usa já tem um tempo... - constata Mateus.
-Ai, amores... não sei. O carro é uma mão na roda, mas é do Haroldo, sabe? Eu gosto de ter as minhas próprias coisas, saber que posso ser independente... - fala Laura.
-Mas querida, o Mateus tá certo... tem tempo que você nem tira a moto da garagem... - fala Haroldo.
-Outra hora a gente pensa nisso, queridos... - fala Laura.
Laura, Mateus e Haroldo fecham o carro e ainda na rua, ouvem gritos de um pequeno grupo de pessoas.
-Degenerados! Pervertidos! Vocês vão queimar no fogo do inferno! Merecem a morte! Jesus odeia pessoas como vocês! - gritam, em uníssono, as pessoas do grupo.
-Vocês não tem mais o que fazer da vida de vocês além de ficar apontando o dedo pros outros? Miseráveis, medíocres... isso que vocês são! - grita Laura, revoltada.
O grupo se sente insultado pelas palavras de Laura e tenta agredí-la fisicamente. Haroldo e Mateus partem em sua defesa e assustam o grupo de conservadores.
-Caiam fora daqui! Senão vocês apanham! - grita Mateus.
-Isso mesmo! Deixem a gente em paz! - fala Haroldo.
Laura, Haroldo e Mateus entram ainda assustados na companhia de teatro e Procópio se preocupa.
-Que gritaria foi aquela, gente? - pergunta Procópio.
-Um bando de conservadores imbecis, querendo condenar nossa forma de amar... - fala Haroldo, revoltado.
Laura, ainda tensa pela situação, sente uma forte tontura e é amparada por Mateus.
-Cê tá bem, querida? - pergunta Mateus.
-Nossa... de repente eu senti tudo girar, girar, girar... me senti a própria Leila Lopes antes de falar pra Berenice segurar... - fala Laura.
-Deixa de gracinha, amor... você ficou pálida e quase desmaiou. Te falei que era pra ter comido alguma coisa no café da manhã e você disse que tava enjoada e sem apetite... - fala Haroldo.
-Eu libero pra vocês levarem a Laura pra comer alguma coisa. Depois a gente começa o brainstorm sobre a peça. - fala Procópio.
CORTA A CENA.

CENA 6: Valentim liga para Cláudio.
-Fala, Valentim. Que milagre é esse de me ligar?
-Então, Cláudio... eu resolvi ligar por insistência da Mara. Senão eu nem teria te ligado, mas creio eu que você é o maior interessado em saber sobre o que está acontecendo.
-E o que está acontecendo?
-Infelizmente eu não tenho boas notícias. Houve um motim na instituição penal psiquiátrica. Guilherme fugiu e permanece foragido.
Cláudio se desespera.
-Como é que é? Meu Deus do céu! Ele voltou pra acabar com a minha paz de novo! Não pode ser! Diz que é mentira, Valentim!
-Infelizmente não é mentira. Mas não se desespere... procure manter a calma. Eu e minha equipe já resolvemos esse caso uma vez, se ele aparecer de novo, a gente resolve. Achei importante te ligar para comunicar do ocorrido não para você ficar desesperado e deixar de viver em paz, mas para ficar um pouco mais atento e não baixar a guarda.
-Eu entendo, Valentim. Só que isso realmente me deixa preocupado.
-Deixe que eu e minha equipe resolvemos isso. Por enquanto não temos nada. É possível mesmo que ele tenha fugido do país, com uma identidade falsa... ou que simplesmente tenha fugido para ser livre outra vez. Lembre-se que de qualquer forma, nós temos o tempo a nosso favor, nunca contra nós. Mas ainda assim, esteja sempre minimamente alerta.
-Eu posso desabafar com o Bruno, pelo menos?
-Faça isso se achar que deve. Mas tente não alimentar o pânico entre vocês.
-Está certo. Bem, de qualquer forma eu agradeço pela consideração de me avisar do ocorrido. Espero que tudo isso possa se resolver o quanto antes.
-Vai se resolver. Só não sei dizer quando. De qualquer maneira, confie na polícia. Não vamos descansar até que ele seja recapturado. A paz vai voltar a reinar pra vocês.
-Que assim seja.
-Assim será, Cláudio. Agora preciso desligar. Se cuida, rapaz.
-Até mais, Valentim.
CORTA A CENA.

CENA 7: Victor conversa com Diogo.
-Tava pensando aqui numa coisa, amor.
-No que, Victor?
-Já tem algum tempo que a gente tá junto, que você veio morar aqui comigo, coisa e tal... na prática já vivemos como casados, não vivemos?
-Claro que sim... mas por que você tá pensando nisso agora?
-Porque me passou pela cabeça que talvez a gente deva oficializar isso.
-Você tá falando de casamento, com tudo garantido por lei?
-E por que não? Na prática a gente já vive vida de casado. Depois, eu recebo um bom dinheiro pela aposentadoria compulsória.
-Mas você realmente pensa que eu me casaria com você em comunhão de bens? Não vejo a necessidade disso...
-Mas é um conforto que eu gostaria de garantir pra nós...
-Não acho importante a gente pensar nos termos agora. Mas confesso que fiquei empolgado com a ideia de nós dois casados no papel. Não apenas pelo reconhecimento da lei, mas também pela certeza de que a gente realmente escolheu viver junto.
-Exatamente por isso que eu resolvi falar sobre isso, amor. Na prática a nossa vida já é assim... estamos juntos quase o tempo inteiro, você morando aqui comigo, enfim...
-É, mas eu ainda preciso resolver a venda da casa que eu tinha em Santa Tereza.
-Nisso a gente já pode ir pensando.
-Acho melhor assim, Victor. Resolver tudo antes da gente entrar com tudo nessa ideia do casamento.
Os dois seguem conversando. CORTA A CENA.

CENA 8: Na manhã do dia seguinte, Laura acorda antes de Mateus e Haroldo e vai ao banheiro com um exame de farmácia que comprou no dia anterior.
-Ai, queira Deus que tudo isso seja um alarme falso. Se Deus quiser, tudo isso só tá acontecendo porque tou estressada...
Laura abre o exame de farmácia.
-Seja lá o que for... essa é a hora de tirar essa dúvida que tá me corroendo...
Laura mergulha o termômetro do exame no pote de urina e aguarda o resultado aparecer. Para se certificar que não está se confundindo, lê a bula.
-Certo... então se der uma linha só, eu não estou grávida... e duas linhas, indica que eu estou... o jeito é torcer pra aparecer uma linha só.
Laura aguarda os minutos passarem, atenta ao que indica o exame.
-Apareceu uma linha... tomara que não apareça a segunda. Mas que raios! Eu devia ter comprado um teste melhor que esse. Três minutos é tempo demais. Devia ter escolhido aquele que revela tudo em um minuto, detesto esperar...
Laura começa a se preocupar quando a segunda linha começa a surgir.
-Ai, meu Deus! Essa linha não pode continuar ficando rosa! Para, linhazinha! Isso tem que ser um engano!
Mesmo assim, poucos instantes depois, o teste indica duas linhas nítidas.
-Não é possível... logo eu! Grávida? Como é que eu vou explicar isso pros meninos?
Laura fica preocupada. CORTA A CENA.

CENA 9: Cláudio e Bruno conversam com Vânia e Setembrino.
-Quer dizer que vocês estão bem acomodados no quarto que a gente arranjou pra vocês? - pergunta Cláudio.
-Nossa, querido... melhor impossível. Aquele colchão que vocês compraram é simplesmente divino! Dormi como um anjo! - fala Vânia.
-Que bom que você se sentiu confortável, mãe... e você, pai?
-Endosso tudo o que sua mãe disse. O quarto ficou muito bem arrumadinho e nós nos sentimos em casa. - fala Setembrino.
De repente, o telefone toca.
-Cláudio, atende o telefone de casa? Deve ser aquele senhor que ficou de levar o colchão velho... - fala Bruno.
Cláudio vai atender o telefone.
-Alô?
Ninguém responde.
-Dá pra parar com gracinha que eu tenho mais o que fazer?
-Deve estar ocupado dando pro Bruno, não? Aqui é o Guilherme, seu traidor.
Cláudio fica atônito. FIM DO CAPÍTULO 115.

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