CENA 1: O plano de fuga se
inicia. Os funcionários são rapidamente imobilizados e amarrados.
Alguns deles são colocados dentro das celas. Guilherme, Danilo e
Pedro aguardam os carcereiros irem verificar o que está acontecendo
e, quando eles chegam, eles são atacados e imobilizados pelos
internos, sendo deixados no mesmo lugar onde os funcionários
estão. Danilo toma a frente.
-Certo, pessoal. Agora vem a
última parte do nosso plano! Vamos todos nós correndo até a saída.
Vocês vão na frente e cuidam dos dois que ficam lá. Não matem
ninguém! Obriguem um deles a liberar a saída e comecem a fugir. Eu,
Guilherme e Pedro vamos logo atrás. - fala Danilo.
Tudo segue exatamente como foi
planejado. A saída é liberada e os internos começam a fugir
freneticamente. Quando restam ainda alguns a fugir, Guilherme, Pedro
e Danilo concluem suas fugas. Guilherme se embrenha no mato e se
certifica de que ninguém mais pode capturá-lo. De repente, se vê
sobressaltado.
-Ai, que susto! Vocês quase
me mataram do coração! Achei que era pessoal da polícia! - exclama
Guilherme, ao perceber que são Pedro e Danilo que estão ali.
-A gente trouxe as nossas
roupas que estavam lá no dia que fomos transferidos pra cá. Acho
que esse é um bom momento da gente trocar de roupa. Assim, ninguém
vai saber que fugimos dali. Os outros doidos que se fodam, o que
importa é que estamos livres! - fala Pedro.
-Ainda bem que conseguiu,
Pedro. Sem a sua ajuda e ajuda do Danilo, jamais teríamos levado
esse plano adiante. Muito obrigado, meus amigos! - fala Guilherme.
-E os outros lá achando que a
gente tava fazendo um bem a eles... coitados! Vão ser tudo pegos
outra vez! - gargalha Danilo.
-O mundo é dos vivos, fazer o
que... - fala Guilherme.
-Bora trocar de roupa, gente!
- fala Pedro.
Os três trocam de roupa e
conseguem sair dali sem levantar suspeitas. Andando pela rua, Danilo
começa a rodopiar e Guilherme o censura.
-Quer parar com isso, cara?
-Ah, Guilherme! Deixa eu
aproveitar o gosto da liberdade de novo! Fazia tanto tempo que eu não
sentia isso! Eu podia morrer agora que morreria feliz! E livre! -
fala Danilo.
-Tá... tá certo... Pedro,
vai naquele boteco ali da esquina comprar umas cervejas pra gente,
por favor? - pede Guilherme.
Pedro vai até o boteco e
Danilo torna a falar.
-É... agora é vida nova,
parceiro! Você vai voltar à ativa e nós ainda vamos trabalhar pra
você... - fala Danilo.
-Com certeza. Mal posso
esperar. A liberdade é um troço bom mesmo, não é? - fala
Guilherme.
-Ô... melhor coisa que tem! -
responde Danilo
-Você falou que podia morrer
agora que morreria feliz. Acho justo que seu sonho seja realizado...
- fala Guilherme, apunhalando Danilo pelas costas e dando várias
facadas. Danilo morre e Guilherme rapidamente esconde o corpo atrás
de um arbusto. Limpa as mãos e a faca, escondendo-a na calça
novamente. Pedro retorna e estranha a ausência de Danilo.
-Cadê Danilo? Poxa... eu vim
com as três cervejas... - fala Pedro.
-Deixa as cervejas aqui
comigo... eu vou te levar ao Danilo... vai na frente! - fala
Guilherme. Pedro vai na frente e Guilherme o assassina, deixando seu
corpo junto ao de Danilo. CORTA A CENA.
CENA 2: Valentim recebe um
e-mail e chama Mara, antes de dormirem.
-Parece que o bicho pegou lá
na instituição psiquiátrica, Mara... vê só o e-mail que eu
acabei de receber do delegado Martino... - fala Valentim.
Mara vai ao computador e lê
em voz alta.
“Ocorreu um motim na
instituição psiquiátrica penal por volta das vinte e duas horas.
Oitenta por cento dos internos fugiram, porém grande parte deles já
foi devidamente recapturada. Dois deles foram assassinados
misteriosamente e encontrados atrás de um arbusto. Porém, dentre os
foragidos está ainda o Guilherme Ruas Rodrigues. Contamos com o seu
auxílio se você souber de alguma coisa, Valentim. Nos mantenha
informados.
Atenciosamente,
Martino Edward Hughes da
Silveira.”
-Não pode ser, Valentim...
viu como eu disse que intuição feminina não deve ser ignorada?
Está aí o resultado: Guilherme fugiu!
-Dessa vez tenho de dar minha
mão à palmatória... você tinha razão. O Guilherme acabou
fugindo.
-O que a gente faz agora?
-Não acho que possamos fazer
nada agora, Mara. Enquanto não tivermos nenhuma pista dele, não
podemos saber se essa fuga dele representa ou não um risco pra
alguém.
-Cê tá querendo insinuar que
você não pretende contar a ninguém sobre a fuga dele? Mas a Laura,
o Mateus, o Haroldo, Rafael... enfim, o pessoal todo precisa saber
dessa fuga!
-Pra que? Pra alarmar sem
necessidade? Agora é hora de agir com cautela.
CORTA A CENA.
CENA 3: Na manhã do dia
seguinte, Marcelo e Rafael chegam ao hotel onde Suzanne se hospeda e
batem em sua porta. Suzanne atende os dois e fica impaciente ao
perceber que são eles.
-Ai, o que foi que eu fiz pra
merecer a visita do casal 20 versão LGBT logo hoje e numa hora
dessas? - fala Suzanne, contrariada.
-Você sabe muito bem porque a
gente tá aqui, “titia” - fala Marcelo, irônico.
-Ui... quer dizer que ficou
sabendo da verdade? Quer brinquedinho, sobrinho? Acho que cê tá
velho demais pra isso, não? Será que bateu a cabeça e retardou? -
revida Suzanne.
Rafael perde a paciência.
-Cala a sua boca, sua demente!
Deixe suas ironias baratas pra quem não tem peito de te encarar.
Você sabe porque a gente veio aqui, não se faça de desentendida. -
fala Rafael.
-Vocês são patéticos.
Nasceram grudados pra andarem sempre juntos? Cuidado, viu Marcelo?
Uma hora o Rafael cansa desse seu grude e pede divórcio. - continua
Suzanne.
-Fale o que quiser, Suzanne.
Mas a gente veio aqui pra olhar bem pra essa sua cara lavada, pra
essa sua cara de assassina. Como é que você teve a capacidade de
matar seu próprio pai? Não que eu fizesse questão de conhecer um
avô que nem lembrou de ser pai da minha mãe, não se trata disso...
se trata do que você fez. Eu queria olhar na sua cara e ouvir a sua
versão, mesmo te desprezando. É um direito que você tem, já que a
justiça não pode mais te punir por esse crime. - fala Marcelo.
-Ah... claro. E vocês viraram
os mais novos justiceiros do pedaço. Cuidado, viu? Vocês que
repudiam tanto o senso comum e aqueles selvagens que resolvem fazer
justiça com as próprias mãos sem nem averiguar se os alvos são
realmente culpados... estão agindo feito eles. Vão me linchar
também? - ironiza Suzanne.
-Desiste, Suzanne... esse seu
joguinho barato de manipulação não vai funcionar nem comigo, nem
com o Marcelo. A gente quer entender o que passa nessa sua cabeça
doentia. A gente precisa saber por que você resolveu querer o lugar
da Riva na vida. Isso nem sentido faz, você não percebe? Até ano
passado, a Riva era pobre! - fala Rafael.
-Definitivamente, vocês nunca
vão entender nada, mesmo. São dois tontos. Mas eu vou dar uma
ajudinha pra colocar um pouco de informação lógica nessas suas
cabecinhas de vento. Vocês não percebem que nada disso é só sobre
dinheiro? Claro que dinheiro é uma coisa importante na minha vida,
tanto que eu sou rica. E fiquei rica porque batalhei por isso. - fala
Suzanne.
-Bela batalha, né? Aplicando
golpes nas pessoas... - fala Marcelo.
-Cada um se vira como pode.
Enquanto a justiça não puder comprovar nada contra mim, eu sigo
sendo inocente. Lidem com isso. Eu posso estar sendo investigada,
estar com meus bens bloqueados, o que for! Mas eu já vou deixando
avisado que ninguém vai chegar a lugar algum com isso. Eu vou sair
disso como eu entrei: de ficha limpa. Sabem por que? Porque ao
contrário de vocês, pessoas que se dizem normais, eu não sou
previsível... eu sempre penso adiante. Se for pra fazer bem feito,
não pode deixar furo nenhum. Confissão? Só depois da prescrição
do crime. Inteligência é bom, mas esperteza é fundamental, seus
panacas. Eu sei mais sobre a constituição brasileira que muito
advogado. Mas é a verdade que vocês querem? Mesmo? Já não estão
satisfeitos de saberem do essencial pela boca frouxa das mães de
vocês? - fala Suzanne.
-Satisfeitos nós estamos. Mas
a gente faz questão de ouvir da boca da própria criminosa. - fala
Rafael.
-Vocês se acham muito donos
da verdade. Típica arrogância pós-adolescente. Mas, tudo bem...
vocês querem que eu diga, eu digo, seus projetos de adultos: Sabem
por que eu matei o seu Frederico? Porque ele me traiu! Porque ele foi
a única pessoa nessa vida que eu amei com todo o meu coração. Eu
ainda tinha dez anos quando descobri que eu não era a única filha
dele, olhando uma foto que a sua avó, Rafael, bisavó do seu
maridinho enferrujado, tinha dado a ele como recordação da vadia da
Marinete e da sua filha... que era Riva, mãe desse pedaço de tétano
aí. E sabem do pior? O meu pai mentiu pra mim na minha cara quando
eu perguntei se eu era a única filha. Ali ele morreu pra mim... meu
herói, meu ídolo, mentindo pra própria filha. Foi ali que eu
decidi que ele merecia morrer. O resto vocês já sabem e eu não sou
obrigada a repetir porque não sou papagaio. - fala Suzanne.
-Sabe o mais irônico de tudo
isso? Que o único pingo de humanidade que você tinha, esse rastro
de pureza que morreu por sua própria escolha no dia que você se
sentiu traída, saiu exatamente igual no Cláudio... o filho que você
abandonou. - fala Marcelo.
-É mesmo? Me fala mais sobre
o tétano de cabelos compridos... - fala Suzanne.
-Nem pensar. Você não
abandonou ele? Ele deixou de ser seu filho naquele momento. Lide com
isso. Agora você pode descansar na clausura desse seu esconderijo. A
gente não vai mais te incomodar. Até nunca mais! - fala Marcelo.
Rafael e Marcelo deixam
apartamento do hotel. CORTA A CENA.
CENA 4: Eva e Renata conversam
sobre projeto que pensam em realizar.
-Eu sei que isso pode parecer
uma loucura, Renata... mas faz dias que eu não consigo parar de
pensar como seria se a gente arranjasse fundos para abrir uma ONG de
proteção às mulheres.
-Acho essa ideia uma
maravilha, amor... mas fico com alguns questionamentos óbvios em
relação a tudo isso: de onde que a gente ia conseguir esses fundos?
-Eu tava pensando que uma boa
alternativa seria o crowdfunding... a gente pode divulgar essa nossa
ideia nas redes sociais e dizer que precisamos de contribuições
para que esse projeto saia do papel e se torne realidade.
-É uma excelente ideia... mas
obviamente eu ainda tenho outras dúvidas.
-Quais, querida?
-Qual vai ser a abrangência
dessa ONG, se nós conseguirmos torná-la real?
-Não entendi direito sua
pergunta... poderia ser mais específica, amor?
-Claro, Eva... eu queria saber
se vai ser uma ONG que vai proteger todos os tipos de mulheres ou se
vai focar somente nas mulheres como nós, cisgêneras, entende?
-De maneira alguma que eu
pensei em ser excludente. Até parece que você não me conhece
direito, Renata... se tudo der certo, vai ser para proteger as
mulheres trans, sejam elas binárias ou não binárias e ainda deve
incluir os homens trans, que acabam sendo diminuídos pelos
transfóbicos que insistem em deslegitimar o fato de que eles
realmente são homens, baseados naquela falácia absurda da biologia
e dos genitais. Nosso feminismo deve ser sempre assim: abraçar todas
as parcelas da sociedade que são diretamente atingidas e ameaçadas
por todo esse machismo estrutural e os homens trans são vítimas
dessa opressão tanto quanto nós ou mais ainda.
-De fato, querida... o fato de
se ser trans, seja mulher ou homem trans, já coloca essas pessoas
numa vulnerabilidade social absurda.
-E não é? A maioria,
rejeitada até pela própria família, acaba sendo marginalizada
compulsoriamente. Principalmente no caso das mulheres trans, que
encontram tantas portas fechadas que muitas vezes acabam tendo de se
prostituir para não morrerem de fome, já que o abandono é tão
frequente...
-Como você pensa em chamar
essa ONG, se ela der certo?
-Ainda não pensei nisso,
amor. O que você acha da gente listar alguns nomes e deixar pras
nossas seguidoras e nossos seguidores votarem, tipo uma enquete?
-Amei essa ideia! A gente pode
fazer exatamente isso!
-Então é isso que a gente
vai fazer.
CORTA A CENA.
CENA 5: Laura, Haroldo e
Mateus chegam à companhia de teatro no carro de Haroldo.
-Eu tava pensando numa coisa
aqui, Laura... por que você não coloca sua moto pra vender? Você
não usa já tem um tempo... - constata Mateus.
-Ai, amores... não sei. O
carro é uma mão na roda, mas é do Haroldo, sabe? Eu gosto de ter
as minhas próprias coisas, saber que posso ser independente... -
fala Laura.
-Mas querida, o Mateus tá
certo... tem tempo que você nem tira a moto da garagem... - fala
Haroldo.
-Outra hora a gente pensa
nisso, queridos... - fala Laura.
Laura, Mateus e Haroldo fecham
o carro e ainda na rua, ouvem gritos de um pequeno grupo de pessoas.
-Degenerados! Pervertidos!
Vocês vão queimar no fogo do inferno! Merecem a morte! Jesus odeia
pessoas como vocês! - gritam, em uníssono, as pessoas do grupo.
-Vocês não tem mais o que
fazer da vida de vocês além de ficar apontando o dedo pros outros?
Miseráveis, medíocres... isso que vocês são! - grita Laura,
revoltada.
O grupo se sente insultado
pelas palavras de Laura e tenta agredí-la fisicamente. Haroldo e
Mateus partem em sua defesa e assustam o grupo de conservadores.
-Caiam fora daqui! Senão
vocês apanham! - grita Mateus.
-Isso mesmo! Deixem a gente em
paz! - fala Haroldo.
Laura, Haroldo e Mateus entram
ainda assustados na companhia de teatro e Procópio se preocupa.
-Que gritaria foi aquela,
gente? - pergunta Procópio.
-Um bando de conservadores
imbecis, querendo condenar nossa forma de amar... - fala Haroldo,
revoltado.
Laura, ainda tensa pela
situação, sente uma forte tontura e é amparada por Mateus.
-Cê tá bem, querida? -
pergunta Mateus.
-Nossa... de repente eu senti
tudo girar, girar, girar... me senti a própria Leila Lopes antes de
falar pra Berenice segurar... - fala Laura.
-Deixa de gracinha, amor...
você ficou pálida e quase desmaiou. Te falei que era pra ter comido
alguma coisa no café da manhã e você disse que tava enjoada e sem
apetite... - fala Haroldo.
-Eu libero pra vocês levarem
a Laura pra comer alguma coisa. Depois a gente começa o brainstorm
sobre a peça. - fala Procópio.
CORTA A CENA.
CENA 6: Valentim liga para
Cláudio.
-Fala, Valentim. Que milagre é
esse de me ligar?
-Então, Cláudio... eu
resolvi ligar por insistência da Mara. Senão eu nem teria te
ligado, mas creio eu que você é o maior interessado em saber sobre
o que está acontecendo.
-E o que está acontecendo?
-Infelizmente eu não tenho
boas notícias. Houve um motim na instituição penal psiquiátrica.
Guilherme fugiu e permanece foragido.
Cláudio se desespera.
-Como é que é? Meu Deus do
céu! Ele voltou pra acabar com a minha paz de novo! Não pode ser!
Diz que é mentira, Valentim!
-Infelizmente não é mentira.
Mas não se desespere... procure manter a calma. Eu e minha equipe já
resolvemos esse caso uma vez, se ele aparecer de novo, a gente
resolve. Achei importante te ligar para comunicar do ocorrido não
para você ficar desesperado e deixar de viver em paz, mas para ficar
um pouco mais atento e não baixar a guarda.
-Eu entendo, Valentim. Só que
isso realmente me deixa preocupado.
-Deixe que eu e minha equipe
resolvemos isso. Por enquanto não temos nada. É possível mesmo que
ele tenha fugido do país, com uma identidade falsa... ou que
simplesmente tenha fugido para ser livre outra vez. Lembre-se que de
qualquer forma, nós temos o tempo a nosso favor, nunca contra nós.
Mas ainda assim, esteja sempre minimamente alerta.
-Eu posso desabafar com o
Bruno, pelo menos?
-Faça isso se achar que deve.
Mas tente não alimentar o pânico entre vocês.
-Está certo. Bem, de qualquer
forma eu agradeço pela consideração de me avisar do ocorrido.
Espero que tudo isso possa se resolver o quanto antes.
-Vai se resolver. Só não sei
dizer quando. De qualquer maneira, confie na polícia. Não vamos
descansar até que ele seja recapturado. A paz vai voltar a reinar
pra vocês.
-Que assim seja.
-Assim será, Cláudio. Agora
preciso desligar. Se cuida, rapaz.
-Até mais, Valentim.
CORTA A CENA.
CENA 7: Victor conversa com
Diogo.
-Tava pensando aqui numa
coisa, amor.
-No que, Victor?
-Já tem algum tempo que a
gente tá junto, que você veio morar aqui comigo, coisa e tal... na
prática já vivemos como casados, não vivemos?
-Claro que sim... mas por que
você tá pensando nisso agora?
-Porque me passou pela cabeça
que talvez a gente deva oficializar isso.
-Você tá falando de
casamento, com tudo garantido por lei?
-E por que não? Na prática a
gente já vive vida de casado. Depois, eu recebo um bom dinheiro pela
aposentadoria compulsória.
-Mas você realmente pensa que
eu me casaria com você em comunhão de bens? Não vejo a necessidade
disso...
-Mas é um conforto que eu
gostaria de garantir pra nós...
-Não acho importante a gente
pensar nos termos agora. Mas confesso que fiquei empolgado com a
ideia de nós dois casados no papel. Não apenas pelo reconhecimento
da lei, mas também pela certeza de que a gente realmente escolheu
viver junto.
-Exatamente por isso que eu
resolvi falar sobre isso, amor. Na prática a nossa vida já é
assim... estamos juntos quase o tempo inteiro, você morando aqui
comigo, enfim...
-É, mas eu ainda preciso
resolver a venda da casa que eu tinha em Santa Tereza.
-Nisso a gente já pode ir
pensando.
-Acho melhor assim, Victor.
Resolver tudo antes da gente entrar com tudo nessa ideia do
casamento.
Os dois seguem conversando.
CORTA A CENA.
CENA 8: Na manhã do dia
seguinte, Laura acorda antes de Mateus e Haroldo e vai ao banheiro
com um exame de farmácia que comprou no dia anterior.
-Ai, queira Deus que tudo isso
seja um alarme falso. Se Deus quiser, tudo isso só tá acontecendo
porque tou estressada...
Laura abre o exame de
farmácia.
-Seja lá o que for... essa é
a hora de tirar essa dúvida que tá me corroendo...
Laura mergulha o termômetro
do exame no pote de urina e aguarda o resultado aparecer. Para se
certificar que não está se confundindo, lê a bula.
-Certo... então se der uma
linha só, eu não estou grávida... e duas linhas, indica que eu
estou... o jeito é torcer pra aparecer uma linha só.
Laura aguarda os minutos
passarem, atenta ao que indica o exame.
-Apareceu uma linha... tomara
que não apareça a segunda. Mas que raios! Eu devia ter comprado um
teste melhor que esse. Três minutos é tempo demais. Devia ter
escolhido aquele que revela tudo em um minuto, detesto esperar...
Laura começa a se preocupar
quando a segunda linha começa a surgir.
-Ai, meu Deus! Essa linha não
pode continuar ficando rosa! Para, linhazinha! Isso tem que ser um
engano!
Mesmo assim, poucos instantes
depois, o teste indica duas linhas nítidas.
-Não é possível... logo eu!
Grávida? Como é que eu vou explicar isso pros meninos?
Laura fica preocupada. CORTA A
CENA.
CENA 9: Cláudio e Bruno
conversam com Vânia e Setembrino.
-Quer dizer que vocês estão
bem acomodados no quarto que a gente arranjou pra vocês? - pergunta
Cláudio.
-Nossa, querido... melhor
impossível. Aquele colchão que vocês compraram é simplesmente
divino! Dormi como um anjo! - fala Vânia.
-Que bom que você se sentiu
confortável, mãe... e você, pai?
-Endosso tudo o que sua mãe
disse. O quarto ficou muito bem arrumadinho e nós nos sentimos em
casa. - fala Setembrino.
De repente, o telefone toca.
-Cláudio, atende o telefone
de casa? Deve ser aquele senhor que ficou de levar o colchão
velho... - fala Bruno.
Cláudio vai atender o
telefone.
-Alô?
Ninguém responde.
-Dá pra parar com gracinha
que eu tenho mais o que fazer?
-Deve estar ocupado dando pro
Bruno, não? Aqui é o Guilherme, seu traidor.
Cláudio fica atônito. FIM DO
CAPÍTULO 115.
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